Joao Paulo II pede uma Nova Apologética





Fonte: Apologetica.org
Tradução: Rogerio Hirota
Texto extraído do Site Oficial do Vaticano

Ninguém pode amar o que não conhece

Extraído do discurso do Papa João Paulo II aos bispos das Antilhas, em visita ad limina em 07 de Maio de 2002

4. A exortação apostólica Ecclesia in América afirma sobre " a necessidade de transformação dos católicos de uma fé rotineira (...) a uma fé consciente e intimamente experimentada. A renovação na fé será sempre o melhor caminho para conduzir todos a Verdade que é Cristo " (n.73). Por isso é essencial desenvolver em vossas Igrejas uma nova apologética para o povo, a fim de que compreenda o que ensina a Igreja e assim possa dar razão de sua esperança (cf. I Pd. 3,15). Em um mundo onde as pessoas estão submetidas a uma contínua pressão cultural e ideológica dos meios de comunicação social e somado a atitudes agressivamente anticatólica de muitas seitas é essencial que os católicos conheçam o que a Igreja ensina , compreendam a doutrina e experimentem sua força libertadora. Sem esta compreensão irá faltar à vida do fiel a energia espiritual necessária para a vida cristã e para a obra de evangelização.

A Igreja é chamada a proclamar a Verdade absoluta e universal em todo o mundo, principalmente neste tempo em que muitas culturas carregam uma profunda incerteza sobre a existência desta Verdade. E por isso a Igreja deve anunciar com as forças do autêntico testemunho. E Justamente considerando isto, o Papa Paulo IV identificou quatro qualidade que chamou de perspicuitas, lenitas, fiducia, prudentia, ou seja, clareza, afabilidade, confiança e prudência. (cf. Ecclesiam Suam, 38).

Falar com clareza significa que é preciso explicar a verdade da Revelação e os ensinamentos que provém da Igreja de umaforma compreensível. O que ensinamos nem sempre é imediatamente ou facilmente absorvido pelos homens de nosso tempo. Por isso, temos de explicar e não somente repetir. Isto é o que dizia quando afirmei que necessitamos de uma Nova Apologética em consonância com as exigências atuais e com a consciência de que nossa tarefa é ganhar almas e não vencer disputas; é uma espécie de luta espiritual e não um aprofundamento em controvérsias ideológicas; é reivindicar e promover o Evangelho e não a nós mesmos.

Esta apologética necessita de um espirito de mansidão, humildade e compaixão, que compreende as angustias e as dúvidas do povo  ao mesmo tempo que cede a uma dimensão sentimental do amor e compaixão de Cristo que lher falta e separa da verdade. Sabemos que o amor de Cristo pode implicar grandes exigências, principalmente porque estas não estão vinculadas ao sentimentalismo, mas a única verdade que liberta (cf. Jo 8,32).

Falar com confiança significa não perder de vista a verdade absoluta e universal revelada em Cristo e tão pouco o fato de que essa é a verdade que todos os homens aspiram, ainda que pareçam indiferentes, pertinaz ou hostil.

Falar com sabedoria na prática e no bom sentido é o que Paulo VI chama de prudência e que São Gregório Magno considera uma virtude dos valentes (cf. Moralia , 22,1), significa dar uma resposta clara aos que perguntam: "O que devemos fazer?" (Lc 3,10-12-14). A grave responsabilidade de nosso ministério manifesta-se aqui em todo seu duro desafio. Devemos implorar diariamente a luz do Espirito Santo, para falar segundo a sabedoria de Deus e não do mundo "para não nos desvirtuar da cruz de Cristo" (I Cor 1,17).

O Papa Paulo VI conclui afirmando que falar com perspicuitas, lenitas, fiducia, prudentia "nos fará sábios, nos fará mestres" (ecclesiam suam, 38). E isto é o que somos chamados a ser: mestres da verdade, implorando sempre "a graça de viver a vida plena e a força para falar eficazmente dela. ( São Gregório Magno, Comentários sobre Ezequiel, I,11,16).

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