Fonte: Pergunte e Responderemos
Autor: D. Estevão Bittencourt
O Ecumenismo é o movimento que visa a restabelecer a plena comunhão entre a Igreja Católica e as demais denominações cristãs que no decorrer dos séculos se foram separando do grande tronco católico: orientais (nestorianos, dissidentes em 431; monofisitas em 451; ortodoxos em 1054), protestantes separados em 1517, Velhos Católicos em 1870. O Ecumenismo é algo inspirado pelo Espírito Santo em nosso século, quando se verifica que as separações não têm mais as razões de ser que as suscitaram na época da respectiva cisão. Em nossos dias há quase total identidade de Credo entre católicos e cristãos orientais. Com o protestantismo o diálogo é mais difícil, dado o esfacelamento do bloco protestante, onde as denominações mais recentes já perderam muito ou quase tudo do patrimônio doutrinário genuinamente cristão, reduzindo o Cristianismo a uma escola de bons costumes inspirados pela Bíblia sem referência explícita aos sacramentos. Além das diferenças doutrinárias (ora mais, ora menos apagadas), nota-se que uma das dificuldades para o bom entendimento entre cristãos provém de questões de ordem histórica (as Cruzadas, por exemplo, no Oriente...), cultural, nacionalista...; quanto menos cultura há em alguma porção da população, tanto mais apego parece haver a costumes locais, de importância secundária, mas altamente apreciados pela gente simples.
No nível teológico-doutrinário, as conversações entre católicos e cristãos não católicos estão adiantadas e são bem sucedidas; a Igreja Católica tem-se esforçado ao máximo para fomentar a aproximação e derrubar preconceitos. O fato, porém de que a Comunhão Anglicana resolveu conferir a ordenação sacerdotal e episcopal a mulheres esfriou um tanto o relacionamento entre anglicanos, de um lado, e católicos e orientais, de outro lado; o Oriente é profundamente conservador e fiel às suas tradições.
No plano popular, o Ecumenismo tem sido muito menos feliz, a ponto de não ser recomendado entre fiéis despreparados, pois os novos movimentos religiosos oriundos do protestantismo querem aproveitar-se dos encontros com os católicos para exercer proselitismo.
Como quer que seja, o Ecumenismo merece ser fomentado entre pessoas dispostas, conhecedoras, com segurança, das verdades da fé, capazes de evitar tanto a polêmica quanto o falso irenismo (ou concessões doutrinárias destinadas a insinuar que não existem diferenças de Credo). A Igreja Católica propõe suas normas a respeito tanto no decreto Unitatis Redintegratio do Concílio do Vaticano II quanto em documentos provenientes da Santa Sé e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
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