As heresias

 


Para impor respeito às suas decisões, dispunha a Igreja do Tribunal do Santo Ofício, principalmente para coibir as dissidências e influências heréticas e pagãs no meio católico, cujo objetivo principal era, como é até hoje, a preservação da sã doutrina.


Apesar disso, na idade média, a Igreja não conseguiu impedir a propagação de heresias, além do que muitos Santos foram perseguidos e martirizados em defesa da fé, pela ação do arianismo, nestorianismo, monofisismo, o cisma do oriente e as heresias valdenses e albigenses.


Nó século V, Nestório, bispo de Constantinopla , negou que a Virgem Maria fosse Mãe de Deus (veja os detalhes do acontecimento - art. XVI - Livro Oriente) e, mais ou menos nesta época, surgiu o monofisismo, baseado na teoria de um superior de um mosteiro de Constantinopla, Eutiques, que acreditava haver em Cristo apenas a natureza divina. Ainda hoje a sua doutrina persiste na Armênia, Síria e Egito.


No século XI deu-se o cisma do Oriente. Uma de suas causas foi o fato de não quererem os patriarcas de Constantinopla reconhecer a supremacia eclesiástica do Pontífice Romano. Já no século IX o imperador Bizâncio havia deposto o patriarca Inácio e nomeado o ambicioso Fócio, cuja investidura não foi reconhecida pelo Papa. Fócio impugnou a primazia espiritual de Roma e negou pontos da doutrina católica romana, levando assim a igreja bizantina à ruptura com a Igreja Católica Apostólica Romana, fato que veio a se consumar definitivamente em 1054, com Miguel Cerulário, patriarca de Constantinopla.


No fim do século XII surgia a heresia valdense. Pedro Valdo, comerciante de Lion, renunciou à grande fortuna que possuía e iniciou sua pregação dos Evangelhos. Admitia Pedro Valdo que o cristão, para salvar-se, não necessitava de sacerdotes, bastando-lhe a oração e o respeito aos ensinamentos bíblicos. A leitura da Bíblia era um preceito fundamental cujo cumprimento ficava a cargo dos "pastores", homens que sem abandonar suas atividades comuns, agiam na comunidade como conselheiros morais e comentadores da Bíblia.


Chegaram os valdenses a ter importância, sobretudo na região do Languedoc; influenciaram, certamente, os albigenses que se propagavam pelo sul da França. Estes julgavam o corpo como o símbolo do mal; dividiam-se em "perfeitos" e "crentes". Os primeiros submetiam-se a uma vida de contínua mortificação, tendo os "crentes"o direito à absolvição de seus pecados, somente uma vez em toda a vida. A luta desencadeada pelo Papa Inocêncio III contra os albigenses durou de 1209 a 1229 extirpou a heresia, tendo isto facilitado a dominação monárquica dos feudos do Sul, que terminaram sendo incorporados à coroa francesa.


Em 1542 a Inquisição foi restabelecida como órgão oficial da Igreja, dirigido de Roma pelo Santo Ofício, sendo que seu objetivo era deter com veemência as heresias e avanço protestantes em Portugal, Espanha e Itália. ( veja a história do protestantismo)


Para refletir:


O estigma da heresia foi sempre e é: o orgulho. A humildade foi sempre e é o baluarte, a defesa mais segura da fé. Diz Santo Agostinho: "Há diversos caminhos que conduzem ao conhecimento da verdade, o primeiro é o da humildade; humildade é o segundo e o terceiro é ainda a humildade. Eu fiquei crente, porque me pus a crer o que não compreendia". Santo Agostinho foi uma das inteligências mais esclarecidas, que o mundo jamais possuiu. O orgulho gerou as heresias antigas e novas. O arianismo, o nestorianismo, o luteranismo, o calvinismo, o metodismo, e espiritismo, são suas filhas legítimas. As contemporâneas são a macumba, o ocultismo, búzios, tarô, horóscopo, tributos a Iemanjá e católicos infiéis ao Papa, dentre outros. Todas elas, antigas e novas, invocam em seu favor a Bíblia, algumas os Santos, somente para semear a confusão dos fracos.


Como se justifica a grande quantidade de seitas cristãs, suas divergências na explicação da Bíblia? O que os herejes não entendem é que a Bíblia deve ser considerada como um código de verdades havendo uma só autoridade competente, para interpretá-la autenticamente. A explicação desta autoridade todos devem sujeitar-se e reconhecê-la como única e verdadeira. A doutrina pregada pelos herejes hoje, amanhã é rejeitada. Os herejes, com a Bíblia na mão, contestaram já a divindade de Cristo, a eternidade do inferno, a existência e divindade do Espírito Santo, o pecado original, a autenticidade da Bíblia e muitos outros pontos de dogma; é onde chega, quem se afasta da igreja Católica. Só a ela foi dito: "convosco estou todo o tempo, até à consumação dos séculos"(Mt 28,20). Quem ouve a Igreja, ouve a Cristo, e Cristo é a verdade, o caminho e a vida.

Postar um comentário

Deixe seu Comentário: (0)

Postagem Anterior Próxima Postagem