Reecarnação e Igreja Antiga

 


Autor: D. Estevão Bittencourt (OSB)


Eis o teor de uma carta publicada pelo jornal O GLOBO, edição de 18/8/96, p. 6:


"Em vista de declarações publicadas a respeito da Igreja e a reencarnação, convém esclarecer o seguinte:

A Igreja nunca professou a reencarnação. Existem testemunhos de Clemente de Alexandria (+215), Ireneu de Lião (+202), Enéias de Gaza (+520) e outros autores que rejeitam peremptoriamente a reencarnação, baseando-se aliás nas Escrituras Sagradas; estas professam uma só passagem do homem sobre a terra (Hb 9,27).


Acontece, porém, que, a partir do século V, uma corrente de monges do Egito, da Palestina e da Síria, pouco letrados, passaram a acreditar na reencarnação; eram chamados "origenistas", pois seguiam seu mestre Orígenes (+254), que propusera como simples hipótese uma teoria próxima à reencarnacionista.


Logo os abades São Sabas e Gelásio censuraram tal corrente, cujas idéias foram finalmente condenadas pelo Sínodo Permanente de Constantinopla, em 543. O Papa Vigílio aprovou a rejeição da tese, visto que esta é incompatível com a noção de um Deus que salva o homem pela morte e ressurreição de Jesus Cristo.


A reencarnação foi ainda repetidamente rejeitada pelos Concílios Gerais de Lião (1274) e Florença (1439), como também pelo do Vaticano II (1965, Lumen Gentium, 48)."

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