Autor: Prof. Carlos Nabeto
Fonte: Site Agnus Dei
Você já leu a bula "Summis Desiderantes Affectibus", de 05.12.1484, que alguns protestantes e esotéricos apontam como o "triste documento papal que deu início à Inquisição"?
A bula não traz nenhuma definição nova sobre a bruxaria, mas fala sobre a possibilidade da influência demoníaca sobre as pessoas.
Sabia que muito antes da edição dessa bula o poder civil já clamava para si o poder de executar as sentenças?
Logo, não foi Inocêncio VIII o inventor dos processos inquisitoriais.
Além disso, quem cometia os excessos era o poder civil, muitas vezes para arrancar falsas confissões para "legitimar" uma acusação e executar pessoas que incomodavam os "poderosos do pedaço". Tanto é verdade que a Inquisição não foi usada somente por aqueles que se diziam "católicos", ou para defender a fé católica:
você sabia que Miguel Servet, que pretendia fazer uma reforma mais radical do que aquela realizada por Lutero, Zwinglio e Calvino foi queimado vivo pela Inquisição francesa por denúncia de Calvino? E por que Calvino assim o fez? Porque Servet ousara discordar de suas idéias no livro "Restitutio Christianismi" (em contradição à obra-prima de Calvino "Institutio Christianae Religionis") e se sentiu pessoalmente atingindo pela declaração "Queira Deus destruir todos os tiranos da Igreja!".
Mais uma vez, motivos pessoais se sobrepõem aos da fé.
Quanta perseguição os católicos impingiram aos que se opunham às suas idéias??
E os calvinistas não perseguiram os católicos na Europa?
E os príncipes luteranos não expulsaram os católicos de suas terras na Alemanha ou não os converteram à força?
E os anglicanos, não fizeram o mesmo no tempo de Henrique VIII e de seu sucessor, Eduardo?
Quais foram os motivos?? De fé?
Não! Principalmente políticos ou de ordem pessoal, da mesma forma como aconteceu o grande cisma Oriental em 1054...
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