A gruta de João Batista

 


Autor: John Nascimento


Os Arqueólogos descobriram recentemente esta gruta subterrânea e pensam que foi usada por João Baptista. Pinturas gravadas nas paredes mostram um homem com um bastão e vestido de peles de animais.


Esta notícia tem aparecido na imprensa e nas notícias da Internet.


Embora alguns exegetas discordem, este é, pelo menos, o mais antigo lugar de baptismo que se conhece.


O Arqueólogo Shimon Gibson escreveu no jornal Israelita Ha’arets de 17 de Agosto :


- «O lugar que nós encontrámos parece-nos ter uma ligação entre o baptismo judeu e cristão».


Embora haja desenhos gravados nas paredes de João Baptista e de outros, muitos arqueólogos dizem que isso não prova nada que João Baptista tivesse usado esta cave, ainda que haja desenhos em forma de cruz.


Para já, no tempo de João Baptista a Cruz ainda não era um símbolo cristão, porque isso só aconteceu depois que Cristo foi crucificado.


Fazendo uma breve reflexão sobre a vida oculta de João Baptista, nós podemos chegar a conclusões interessantes sem contradizer as Escrituras.


Quando João Baptista nasceu seus pais eram já de idade avançada.


Seus pais poderiam ter morrido quando João tinha mais ou menos, 12 anos, idade em que se pensa que ele teria ido para o deserto.


Não podemos interpretar este «deserto» apenas como uma região formada só por areias sem vida, como o interpretamos hoje, mas mais como as regiões inóspitas e incultas onde os pastores guardavam e apascentavam os seus rebanhos e por lá pernoitavam e se abrigavam em grutas naturais, como aconteceu com os pastores a quem os anjos anunciaram o nascimento de Jesus.


Daí a ideia de que Jesus tivesse nascido também numa gruta.


A grande riqueza daqueles tempos eram os rebanhos donde vinham o leite


e, a carne para alimentação, e a pele para o vestuário.


Os pais de João deviam ter também os seus rebanhos, que João teria começado a apascentar desde tenra idade.


Logo que seus pais faleceram, naturalmente, João continuou a apascentar os seus rebanhos e com eles ficaria muitas noites no tal «deserto», isto é, nos campos de pastagens sem voltar a sua casa.


Daí o dizer-se que João foi para o deserto.


Se João não tivesse o seu rebanho o que é que ele ia fazer para o «deserto» uma vida inteira ?


Diz a Escritura que ele se alimentava de gafanhotos e mel silvestre, mas certamente não seria apenas isso porque ninguém pode viver uma vida inteira a alimentar-se só deste pobre alimento, porque o organismo humano precisa de outras elementos de outras fontes de alimentação.


Os antigos marinheiros que só se alimentavam de arroz, contraíam a doença do escorbuto, por falta de outros elementos indispensáveis.


Penso que João Baptista era um dos muitos pastores que viviam no «deserto» para guardarem e apascentarem os seus rebanhos, dos quais usufruíam como alimento, leite e carne, e se vestiam com as peles das ovelhas.


João também imolava os cordeiros do seu rebanho para se alimentar e foi por isso que usou uma linguagem que lhe era familiar para apresentar aos seus discípulos Jesus como o «cordeiro de Deus»...


Por alturas da Páscoa, João e os outros pastores certamente iam a Jerusalém, que ficava relativamente perto, para oferecerem como vítimas alguns dos seus cordeiros e só nessa altura João teria tido ocasião de se encontrar com seu primo Jesus e sua tia Maria que vinham de muito longe, da Galileia.


E isto poderia ter acontecido pelo menos uma vez em cada ano, de modo que João, embora no «deserto», aparecia em público por alturas da Páscoa.


Mais perto do fim da sua vida oculta e da vida oculta de Jesus, ambos teriam falado mais de perto sobre o futuro de cada um.


João começou então a pregar o baptismo de penitência, dizendo que depois dele viria alguém que era mais do que ele e a quem ele nem era digno de desatar as correias da sandálias.


E quando Jesus se apresentou para ser baptizado por João e ele lhe disse que Jesus é que o devia baptizar, isto mostra que João sabia bem quem era Jesus, o qual lhe respondeu : Deixemos isso por agora...


Há portanto grandes mistérios na vida oculta, tanto de Jesus como de João, mas não me parece que esta gruta agora descoberta, tenho sido usada por João, como sendo a sua própria grupa, mas que ele teria partilhado a sua vida do «deserto» com outros pastores de quem nada se sabe.


Esta gruta agora descoberta pode ter sido feita e usada mais tarde por alguém que soubesse da existência de João Baptista e da sua missão, e nos quisesse deixar alguma mensagem a seu respeito.


São as minhas reflexões que em nada estão contra o que nos é revelado pelas Escrituras.

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