A mãe nos acompanha sempre

 


Autor: D. Evaristo Arns


Meus amigos, católicos, cristãos, homens que buscam a Deus e que seguem a consciência na procura da verdade e do bem. Os católicos todos gostam de rezar a oração chamada Ave-Maria. Talvez, poucas vezes se lembrem, no entanto, que, ao recitarmos a prece, falamos do começo e do final da vida. O Anjo anuncia a Nossa Senhora o nascimento do Filho de Deus e recebe o "sim", que sela a Nova Aliança e fecha com chave de ouro a Antiga. No final da mesma oração, falamos da hora da nossa morte e dizemos com convicção o "Amém", prova de nossa conformidade com a Aliança Divina.Ao falarmos, neste dia, de nossas próprias mães, nos lembramos com especial carinho das cenas da infância narradas pelo evangelista Lucas, leitura proposta para este ano do tríduo do final de milênio.


Também a apresentação no templo marca o encontro do Antigo Testamento com o Novo, exatamente como acontece em nosso batismo e no casamento.


Até mesmo a procura do menino, após a peregrinação a Jerusalém, evoca tantas buscas da mãe, para cumprir a missão que lhe é confiada.


As cenas mais importantes da vida de Maria, como o primeiro milagre de Jesus nas bodas de Caná, seu gesto para com a mãe no alto da cruz e sua presença no dia de Pentecostes revelam o quanto a Igreja deve a Maria e quanto cada um de nós pode buscar a sua intercessão. Sobre todos esses assuntos, publicamos o livro "O Rosário na Bíblia e na Vida do Povo", pela Editora Vozes. Além disso, falamos 3.062 vezes em rádio, na hora da Ave-Maria, sobre as mensagens que Nossa Senhora nos transmite. Não esquecemos, igualmente, de falar mais de 70 vezes, no "Encontro com o Pastor", do nosso relacionamento íntimo com a Virgem Maria, modelo de nossa mãe e de tantas progenitoras sofridas.


Cada um de nós gostaria, neste dia, de fazer uma retrospectiva de todos os favores que também devemos à nossa mãe terrestre. Um dia, encontrei dona Helena, minha progenitora, rezando a oração pelo bispo, pelos padres e cristãos todos. Perguntou-me ela, nessa ocasião: "Posso acrescentar, agora, o seu nome ao do nosso bispo diocesano, porque Deus lhe confiou missão mais difícil do que todas as anteriores?" Alegrou-se imensamente com essa possibilidade que lhe era tão cara e costumeira, só por poder dizer o nome Paulo. Meus leitores recordarão, certamente, quanto suas mães eram incentivadas e incentivavam os filhos a seguir a Cristo, caminho, verdade e vida. Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, ouviu de um bispo africano essa palavra, tão consoladora para as mães por vezes decepcionadas: "É impossível que pereça o filho de lágrimas, como é o seu". Não é apenas consolo, mas garantia de que Deus escuta a oração e vê as lágrimas de nossas queridíssimas progenitoras, em qualquer circunstância da vida.


Que elas, no dia de hoje, sintam o conforto e o consolo de serem mães, mes-mo que a juventude por vezes se afaste dos caminhos propostos por elas.


Meus amigos: o Dia das Mães não deveria concentrar a nossa atenção sobre os shoppings ou os presentes que queremos dar-lhes, mas que elas saibam receber a nossa prece da Ave-Maria e tenham a certeza de que nos encontraremos para sempre junto a Deus, porque Maria intercede por nós na hora da morte e no grande encontro com a fonte de todo o amor materno e filial que é o de Deus.



AVE MARIA...


Dom Paulo Evaristo Arns

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