A Virgem Santíssima e a Igreja



Autor: John Nascimento


60 . – O nosso mediador é só um, segundo a palavra do Apóstolo :


- “Não há senão um Deus e um mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, que Se entrgou a Si mesmo para redenção de todos”.(1 Tim.2,5-6).


Mas a função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo ; manifesta antes a sua eficácia.


Com efeito, todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade ; deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí toda a sua eficácia ; de modo nenhum impede a união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece.


61 . – A Virgem Santíssima, predestinada para Mãe de Deus desde toda a eternidade simultaneamente com a Encarnação do Verbo, por disposição da divina Providência foi na terra a nobre Mãe do divino Redentor, a sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor.


Concebendo, gerando e alimentando a Cristo, apresentando-O ao Pai no Templo, padecendo com Ele quando agonizava na Cruz, cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural.


É por esta razão nossa mãe na ordem da graça.


62 . – Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura sem interrupção, desde o consentimento, que fielmente deu na Anunciação e que manteve inabalável junto à Cruz.


De facto, depois de elevada ao Céu, não abandonou essa missão salvadora, mas com a sua multiforme intercessão, continua a alcançar-nos os dons da salvacão eterna.


Cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada.


Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro, medianeira.


Mas isto entende-se de maneira que nada tire nem acrescente à dignidade e eficácia do único mediador, que é Cristo.


Efectivamente, nenhuma criatura se pode equiparar ao Verbo encanado e Redentor ; mas, assim como o sacerdócio de Cristo é participado de diverrsos modos pelos ministros e pelo povo fiel, e assim como a bondade de Deus, sendo uma só, se difunde variamente pelos seres criados, assim também a mediação única do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas cooperações diveras, que participam dessa única fonte.


Essa função subordinada de Maria, não hesita a Igreja em proclamá-la ; sente-a constantemente e inculca-a aos fiéis, para mais intimamente aderirem, com esta ajuda materna, ao seu mediador e salvador.


Nota . – Segundo a teoria de Éfeso, depois das primeiras perseguições, da Diáspora dos cristãos helenísticos e da partida de Pedro de Jerusalém, João teria levado consigo a Mãe de Jesus para Anatólia, na costa ocidental da Ásia Menor.


No seculo V o Papa Celestino I (422-432), referiu-se a Éfeso como sendo o lugar onde vivia Maria, a Mãe de Jesus.


Hipólito de Tebas, no século VII mencionou Maria, dizendo que tinha vivido 11 anos em Éfeso até à sua morte.


Esta tradição sobreviveu à ocupação islâmica de Éfeso em 1090 e permanecia dentro da comunidade cristã das aldeias limítrofes.


Desde o fim do último século, existia um pequeno santuário de estilo bizantino, a alguns quilómetros ao sul das ruínas de Éfeso, que era lugar de peregrinações e de devoção dos Latinos, como sendo a casa de Maria em Éfeso.


No final da sua existência terrena, Maria terá experimentado, como Paulo e mais do que ele, o desejo de se libertar do corpo para estar com Cristo para sempre.


E experiência da morte enriqueceu a pessoa da Virgem : passando pela sorte comum de todos os seres humanos, ela pode exercer com mais eficácia a sua maternidade espiritual em relação àqueles que chegam à hora suprema da vida.

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