Deus conosco não há o que temer

 


Autor: John Nascimento


- “Não tenhas receio, Maria, pois achaste graça diante de Deus. Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo”. (Lc.1,30-32).


- DEUS CONNOSCO NÃO HÁ QUE TEMER


Esta narração de hoje, de Lucas, está em relação com uma anterior em que aparece o mesmo mensageiro, o anjo Gabriel.


A cena, porém, é outra, porque deixa de ser no Templo e em funções litúrgicas em Jerusalém, para se realizar numa simples aldeia da Galileia.


Nazaré era uma aldeia singularmente insignificante naquele tempo e nunca foi mencionada no Antigo Testamento.


Há também uma situação diferente porque Zacarias e Isabel eram já idosos e Isabel foi sempre estéril, enquanto Maria é ainda uma jovem, e assim, a acção de Deus nas suas vidas, no caso de Maria e de José é radicalmente nova.


Essa novidade assenta na dupla insistência da virgindade de Maria, no texto da Lucas :


- “Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma VIRGEM desposada com um homem chamado José, da casa de David, e o nome da VIRGEM era Maria”.(Lc.1,26-27).


Enquanto em todas as prévias intervenções de Deus para o nascimento de uma criança, era suposto que houvesse uma cooperação humana do casal em vida conjugal, o caso da concepção de Maria, reveste-se de uma criação activa de Deus.


A narração da Anunciação de Lucas aponta Maria como o recipiente da revelação de Deus.


Maria é bem-vinda e abençoada porque Deus a escolheu para o Seu plano salvífico, o que o anjo confirma, dizendo-lhe que ela é “bem-aventurada”.


O Anjo disse-lhe :


- “Salve ò cheia de graça, o Senhor está contigo”.(Lc.1,28).


Maria foi “bem-aventurada” por conceber o Filho de Deus.


Esta expressão “o Senhor está contigo” é muito frequente em toda a Sagrada Escritura para assegurar a presença de Deus.


Assim como é usada na Liturgia Cristã, também é uma garantia da presença e da protecção de Deus.


E a prova disso é que, apesar dos obstáculos que Maria apresenta, a presença de Deus nela será realizada.


Maria ficou confusa perante o que o anjo lhe anunciou, mas ficou segura, pelo que o anjo lhe disse, de que conceberia no seu ventre, e daria à luz um filho que havia de se chamar Jesus (que significa Deus salva).


O texto de Lucas, acrescenta :


- “Será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo.(Lc.1,32).


O Messias, segundo as profecias, devia ser descendente de David, da tribo de Judá.


- “O ceptro não escapará a Judá, nem a autoridade à sua descendência, até à vinda do Pacífico, ao qual os povos obedecerão”.(Gn.49,10).


Estas palavras “até à vinda do Pacífico” são traduzidas por outros como “até que venha aquele ao qual pertence”.


O anúncio de um rei de Judá, cujo domínio sobre o povo durará até que venha aquele a quem o ceptro pertence, pode referir-se também a David.


Contudo, esta importante profecia foi sempre entendida em sentido messiânico, tanto na exegese cristã como na judaica.


“Até à vinda do Pacífico, ou seja da paz messiânica, do rei pacífico por excelência.


Para Maria isto ainda era muito confuso..


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Que grande mensagem esta também para nós, na certeza de que quando Deus está connosco, não temos nada a temer, não há ameaças que nos perturbem, não há erros que nos confundam, não há falsas promessas que nos arrastem.


Só temos que viver na graça de Deus e dar testemunho da nossa fé pela rectidão da nossa vida pelo nosso grande amor a Deus e ao nosso próximo.

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