Autor: John Nascimento
Os estudantes de matemática e de Filosofia de Alexandria, cerca do ano 395, tiveram como professor uma pessoa, ao mesmo tempo fora do uso normal, por ser uma mulher, e extremamente popular.
Trata-se de uma Senhora, portanto uma professora, que se chamava Hypatia, que viveu exactamente num período com influências do paganismo, depois de Juliano Apóstata.
Era filha de um matemático célebre que se chamava Theon.
Todos os estudantes do mundo grego gostavam de ouvir as suas lições e ela era conhecida simplesmente por "Mestra" ou por "Filósofa".
Hypatia ganhou reputação em matemática enquanto estudava em Atenas com o seu professor Plutarco o Jovem, juntamente com a filha dele, Asclepegeneia.
O historiador Sócrates disse que «ela era iminente para aprender e ultrapassou os filósofos do seu tempo».
Nenhum dos trabalhos que publicou, sobreviveram.
Diz-se que o próprio Cirilo, tinha inveja da sua popularidade, cujos discípulos vinham de toda a parte e até os clérigos a iam ouvir.
Quando voltou para Alexandria foi convidada para leccionar na Universidade e começou por ensinar geometria, depois astronomia e, por fim, álgebra.
Inventou dois instrumentos astronómicos, um astrolábio e um planisfério.
A sua filosofia era neo-Platónica, envolvendo um racionalismo científico que era contra o Cristianismo.
Por essa razão Cirilo, o patriarca de Alexandria, fez tudo por a afastar da cidade.
CIRILO DE ALEXANDRIA
Ninguém defendeu a doutrina ortodoxa a respeito da Pessoa de Cristo, como Cirilo.
Veementemente defendeu a doutrina encerrada nesta palavra grega Theotokos, referente a Nossa Senhora como Mãe de Deus, e foi um irredutível inimigo de quem se opusesse ao seu ponto de vista.
Foi eleito bispo em 412, apesar da sua forte oposição, e governou com mão de ferro os 32 anos em que foi bispo de Alexandria, que se tornou a Cidade Ortodoxa.
Quando ouviu os sermões de Nestório sobre a Virgem Maria, ficou profundamente indignado, dizendo :
- Como é que alguém pode pensar que o Menino Jesus não é divino ?
No Concílio de Niceia (325), tinha ficado bem esclarecida e definida a divindade de Cristo.
Cirilo baseou as suas interpretações da Escritura nos ensinamentos dos primeiros Padres da Igreja e na própria Bíblia.
Mais tarde os teólogos referiram-se a ele como o guarda da exactidão.
Ele tinha uma vontade que não dobrava como a tinha tido seu tio Teófilo, o qual tinha contribuído para a destruição de Serapeum em 391.
Cirilo pretendia dar à Ortodoxia uma força de lei .
Fechou as Igrejas aos não ortodoxos e esteve envolvido na expulsão dos judeus de Alexandria..
O pior de tudo parece ter sido que Cirilo investigou e tacitamente aprovou o assassínio de Hypatia em 415, a mais admirada entre os pensadores pagãos, sobre matemáticas e a filosofia platónica, porque Cirilo tinha sob o seu comando um grupo de monges leigos, os parabolani «os temerários».
Na Quaresma de 415, Hypatia foi abordada pelos parabolani, um bando de um grupo de monges leigos sem reputação, que a arrastaram da sua carruagem para dentro de uma igreja onde a assassinaram brutalmente.
No Concílio de Éfeso (431) foram depostos Cirilo e Nestório.
Por fim, foram aprovados oito Cânones, alguns dos quais favoreciam a posição de Cirilo.
Até ao Édito de Milão, a Igreja foi perseguida e ultrajada nos seus membros, mas depois de Constantino, começou a ser perseguida e ultrajada na sua doutrina com o aparecimento de várias heresias, especialmente o Arianismo.
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