A Biblia no espiritismo

 


O espiritismo nega textualmente a inspiração divina da Bíblia, ensina que o registro bíblico não deve ser tomado literalmente. Eis o que Kardec diz a respeito das Escrituras:



"A Bíblia contém evidentemente narrativas que a razão desenvolvida pela ciência, não poderia aceitar hoje em dia; igualmente, contém fatos que parecem estranhos e repugnantes, porque se ligam a costumes que não são adotados... A ciência, levando suas investigações até a entranhas da terra, e à profundeza dos céus, tem pois demonstrado de modo irrecusável os erros da Gênese mosaica tomada à letra, e a impossibilidade material de que as coisas se hajam passado tal com estão relatadas textualmente... Incontestavelmente, Deus, que é todo verdade, não pode induzir os homens ao erro, nem consciente, nem inconscientemente, pois então não seria Deus. E, pois, se os fatos contradizem as palavras que a ele são atribuídas, necessário se torna concluir, logicamente, que ele não as pronunciou, ou que elas foram tomadas em sentido diverso... Acerca desse ponto capital, ela [a ciência] pôde, pois, completar a Gênese e Moisés, e retificar suas partes defeituosas" (Allan Kardec, A Gênese, IV, 6, 7, 8 e 11).

Léon Denis, outra autoridade do espiritismo, assim se expressa sobre o valor da Bíblia:



"... não poderia a Bíblia ser considerada "a palavra de Deus" nem uma revelação sobrenatural. O que se deve nela ver é uma compilação de narrativas históricas ou legendárias, de ensinamentos sublimes, de par com pormenores às vezes triviais" (Léon Denis, Cristianismo e Espiritismo, FEB, São Paulo, s.d., 7a. ed., pág. 267).

Assim, o espiritismo, através de suas maiores autoridades, nega a revelação divina encontrada nas Escrituras, relegando-as ao nível de uma mera compilação de fatos históricos e lendários. É curioso, entretanto, que querendo dizer-se cristão, o espiritismo freqüentemente lance mão das Escrituras, citando-as com profusão quando lhe convém.


Isto significa que para os espíritas não faz diferença se a Bíblia é ou não a Palavra de Deus - desde que possam usá-la quando desejam dar à sua crença uma aparência cristã, ou seja, citando passagens isoladas que parecem dar apoio à teorias espíritas. Quando, porém, o ensino claro das Escrituras refuta essas mesmas teorias, dizem então que elas não são a inerrante Palavra de Deus pela qual devemos testar o que cremos.


Portanto, o espiritismo não é uma religião cristã, pois nega a inspiração do Livro que é a base do cristianismo, assim como os seus ensinos. Com o que concorda o escritor espírita Carlos Imbassy, quando escreveu:



"O espiritismo não é um ramo do Cristianismo como as demais seitas cristãs. Não assenta seus princípios nas Escrituras... a nossa base é o ensino dos espíritos, daí o nome - Espiritismo" (Carlos Imbassy, À Margem do Espiritismo, p. 126).

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