Meditando o juizo particular e o juizo final



Autor: John Nascimento


Por estarmos no mês da almas parece oportuno e salutar meditar um pouco no Fim Último do homem a caminho da Visão Beatífica.


Chama-se Juízo Particular ao julgamento que é feito logo após a morte.


Neste julgamento a alma será logo :


- Ou condenada aos tormentos do Inferno;


- Ou premiada com as bênçãos da visão beatífica no Céu;


- Ou terá que passar por determinado tempo de purificação no Purgatório mas com a garantia de atingir a visão beatífica do Céu.


Portanto, é no Juízo Particular que fica decidido o destino eterna de cada pessoa.


É esta a doutrina da Igreja que vem no Catecismo da Igreja católica :


1021. - A morte põe termo à vida do homem, enquanto tempo aberto à aceitação ou à rejeição da graça divina, manifestada em Jesus Cristo. O Novo Testamento fala do juízo, principalmente na perspectiva do encontro final com Cristo na sua segunda vinda. Mas também afirma, em muitos passos, a retribuição imediata depois da morte de cada qual, em função das suas obras e da sua fé. A parábola do pobre Lázaro e a palavra de Cristo Crucificado ao bom ladrão, assim como outros textos do Novo Testamento, falam dum destino final da alma, que pode ser diferente para umas e para outras.


1022. - Cada homem recebe, na sua alma imortal, a retribuição eterna logo depois da sua morte, num juízo particular que põe a sua vida na referência de Cristo, quer através de uma purificação, quer para entrar imediatamente na felicidade do Céu, quer para se condenar imediatamente para sempre.


O Juízo Particular marca um momento definitivo na História da Salvação.


Chama-se Juízo Final ao julgamento feito por Deus no fim dos tempos.


Este julgamento será depois da segunda vinda de Cristo (Parusia), e a tradição cristã sempre acreditou que neste julgamento os corpos se unirão às suas almas.


Cristo julgará de acordo com a santidade de cada um, do seu amor para com Deus e da caridade para com os outros.


Assim o ensina o Catecismo da Igreja Católica :


678. - Na sequência dos profetas e de João Baptista, Jesus anunciou, na Sua pregação, o Juízo do último dia. Então será revelado o procedimento de cada um e o segredo dos corações. Então será condenada a incredulidade culpável, que não teve em conta a graça oferecida por Deus. A atitude tomada em relação ao próximo revelará a aceitação ou recusa da graça e do amor divino. No último dia Jesus dirá: "Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes".(Mt.25,40).


O cristão tem como dever proclamar a Boa Nova de Cristo, e é suportando este fardo que se torna possível pela alegria de conhecer a Cristo, esperar até ao fim da nossa jornada, a união completa com Cristo.


Com o julgamento final, a era escatológica e o Reino de Deus, chegam ao seu fim completo, e todos os que se salvarem gozarão da eterna felicidade em união com Cristo.


Os que ficarem salvos no Juízo Particular, unir-se-ão aos seus corpos para gozarem da visão beatífica.


Os que ficarem condenados no Juízo Particular, unir-se-ão aos seus corpos para sofrerem os tormentos eternos.


Os que estiverem ainda no Purgatório unir-se-ão aos seus corpos e, depois de purificados por completo, receberão o dom da visão beatífica.


A Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II sobre a Igreja no Mundo Actual, diz :


• Fiéis ao Evangelho e graças à suas forças, unidos a quantos amam e promovem a justiça, (os cristãos) têm a realizar aqui na terra uma obra imensa, da qual prestarão contas Àquele que a todos julgará no último dia. (GS.93).


E a doutrina que a Igreja ensina no Catecismo é :


1038. - A ressurreição de todos os mortos, "justos e pecadores" (Act.24,15), há-de preceder o Juízo final. Será "a hora em que todos os que estão nos túmulos hão-de ouvir a sua voz : Os que tiverem feito boas obras irão para a ressurreição dos vivos, e os que tiverem praticado más acções, para a ressurreição dos condenados" (Jo.5,28-29). Então Cristo virá "na sua glória, com todos os seus anjos[...]. Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.[...] Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna".(Mt.25,31.32.46).


Quando será o Juízo Final, só Deus Pai o sabe porque só Ele decide sobre a sua vinda :


1040. - O Juízo final terá lugar quando for a vinda gloriosa de Cristo. Só o Pai sabe o dia e a hora, só Ele decide sobre a sua vinda.[...]. Nós ficaremos a saber o sentido último de toda a obra da criação e de toda a economia da salvação, e compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais a sua providência tudo terá conduzido para o seu fim último. O Juízo final revelará como a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas pelas suas criaturas e como o seu amor é mais forte do que a morte.


E ainda a Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II sobre a Santa Igreja, diz :


- Com efeito, antes de reinarmos com Cristo glorioso, cada um de nós será apresentado "perante o tribunal de Cristo, a fim de ser remunerado pelas obras que realizou, boas ou más" (2 Cor. 5,10); e, no fim do mundo, "os que tiverem feito boas obras, irão para a ressurreição da vida, os que tiverem praticado más acções, para a ressurreição da condenação".(Jo.5,29; cf.Mt. 25,46). LG 48).


Na Sagrada Escritura são muitas as referências ao último dia :


- Nos últimos dias, diz o Senhor, derramarei o Meu espírito sobre toda a criatura... (Act.2,17).


- Para que sejais encontrados irrepreensíveis no dia de Nosso Senhor Jesus Cristo, (1 Cor.1,8).


A maior parte das referências da Bíblia, são genericamente sobre o "Dia de Juízo".


No momento do Juízo Final, já está definida a História da Salvação, porque se completa a Visão Beatífica, comum ao corpo e à alma dos que foram salvos.

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