O que é o Modernismo?

 



Uma definição completa do Modernismo seria especialmente difícil. Inicialmente ele sustenta-se por certas tendências e secundariamente por um corpo de doutrina que, se não deu a luz a estas tendências, serve de qualquer modo, como sua explicação e suporte.


Na Encíclica “Pascendi”, o Papa Pio X diz que o modernismo é a conjunção de todas as heresias. A idéia geral do modernismo foi expressa pelo que se segue:


“Modernismo é moderno num sentido falso da palavra; ele é um estado mórbido de consciência entre católicos e especialmente jovens católicos, que professam diversos ideais, opiniões, e tendências. De vez em quando estas tendências desenvolvem-se em sistemas, que são para renovar as bases e a superestrutura da sociedade, política, filosofia, teologia, da Igreja mesma e da religião cristã” (Abbate Cavallanti)


O Modernismo pode ser resumido sob os seguintes pontos:


Um espírito de completa emancipação, tendendo a enfraquecer a autoridade eclesiástica; a emancipação da ciência, que deve percorrer todos os campos de investigação sem medo de chocar-se com a Igreja;


A emancipação do Estado que nunca deve ser constrangido pela autoridade religiosa;


A emancipação da consciência pessoal, cujas inspirações não devem ser condenadas por definições Papais ou anátemas;


Uma emancipação da consciência universal, com a qual a Igreja deve ser sempre concordante;


Um espírito de movimento e mudança, com uma inclinação para uma abrangente forma de evolução que como tal abomina qualquer coisa fixa e estacionária;


Um espírito de reconciliação entre todos homens pelos sentimentos do coração.


Adaptado de Vermeersch, A (1911) "Modernism" em “The Catholic Encyclopaedia”, Volume X, Robert Appleton Company, New York.


Fonte: http://www.sspx.co.uk/articles.php?articleid=75


Este tal espírito de abominação ao que é imóvel e fixo, gera naturalmente por força de seu próprio impulso, a abominação a Verdade, visto esta ser imutável. Pela negação das verdades de natureza absoluta, podemos dizer que o modernismo também se constitui uma espécie de insensatez, ou mesmo insanidade.


Este mesmo espírito gera o desprezo ao passado da Igreja, tanto em sua historia, seus dogmas, seus ritos, etc. Na consciência contaminada pelo “câncer” do modernismo, é um estado normal de pensamento a condenação de tudo o que realizou a Igreja em seu passado. Os que pretendem defender a Igreja de sempre, normalmente se verão diante de pseudo-dilemas como o que se segue, transcrito da <http://www.permanencia.org.br/Livros/Carta%20Aberta.pdf> “Carta aos católicos perplexos”, Cap. XVII, pág. 74, de Mons. Marcel Lefebvre, e agudamente refutado por ele ao final desta citação (os negritos são meus):


Ora atualmente, se quer pôr todo o mundo em pesquisa “como se o Credo não nos tivesse sido dado, como se Nosso Senhor não tivesse vindo trazer a Verdade, uma vez por todas. Que se pretende encontrar com toda esta

pesquisa? Os católicos a quem se quer impor ”reconsiderações”, após se lhes ter feito “esvaziar suas certezas”, devem lembrar-se do seguinte: o depósito da Revelação terminou no dia da morte do último Apóstolo. Acabou, não se pode mais nele tocar até a consumação dos séculos. A Revelação é irreformável. O concílio I do Vaticano relembrou-o explicitamente: “a doutrina de fé que Deus revelou não foi proposta às inteligências como uma

invenção filosófica que elas tivessem que aperfeiçoar, mas foi confiada como um depósito divino à Esposa de Jesus Cristo (Igreja) para ser por Ela fielmente conservada e infalivelmente interpretada.”


(...)


Isto é tão certo que constitui a regra a seguir para julgar os erros que se nos propõem quotidianamente e para rejeitá-los sem nenhuma concessão. Bossuet o escreveu com energia: “Quando se trata de explicar os princípios

da moral cristã e os dogmas essenciais da Igreja, tudo o que não aparece na tradição de todos os séculos e especialmente na Antigüidade, é por isso mesmo não somente suspeito, mas mau e condenável; e é o principal fundamento sobre o qual todos os santos Padres (da Igreja) e os papas mais que os outros, condenaram falsas doutrinas, não havendo nada de mais odioso à Igreja romana que as novidades.”


O argumento que se faz valer aos fiéis aterrorizados é este: “Vós vos agarrais ao passado, sois passadistas, vivei com vosso tempo!” Alguns desconcertados, não sabem o que responder; ora, a réplica é fácil; aqui não há nem passado nem presente, nem futuro, a Verdade é de todos os tempos, ela é eterna.


(Retirado de: http://legion.gibbering.net/boanova/blog/ )

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