Autor: John Nascimento
O Arianismo é uma heresia do século IV cuja doutrina sustentava que o Filho de Deus não era verdadeiramente divino, mas criado; não era eterno mas temporal.
Foi seu fundador Ario, Sacerdote de Alexandria.
Recusou-se a receber a orientação do seu bispo Alexandre, para não continuar com a sua nova doutrina e foi excomungado pelo Sínodo dos bispos Egípcios em 319.
Ario tentou ganhar popularidade através do seu livro Thalia com a aprovação especial de Eusébio, bispo de Nicomédia.
Por causa da agitação causada por este conflito, o Imperador Constantino, com a confirmação do Papa, convocou o Concílio Ecuménico de Niceia em 325.
Os Padres deste Concílio ( cerca de 300, quase todos da Igreja Oriental), depois de lerem o livro de Ario, consideraram que não era aceitável, porque afirmava que o Filho de Deus não é da mesma natureza ou substância do Pai, nem igual a Ele em dignidade, nem co-eterno.
A palavra chave usada, e que entrou depois no Credo da Missa ou de Niceia, foi homoousios, isto é Consubstancial.
O Credo anatematizou explicitamente aqueles que negavam a eternidade do Filho ou sustentavam que Ele tinha uma natureza diferente da do Pai.
Constantino aceitou com entusiasmo a asserção deste Concílio, segundo a orientação do seu conselheiro teológico, o bispo Hósio de Córdova.
Todavia, os conflitos continuaram ainda por cinco anos.
Depois da morte de Constantino (337), o partido do Arianismo ganhou mais força contra a definição do Concílio, com o apoio de Constantino II, Imperador até ao ano 350.
S. Atanásio, que esteve presente no Concílio, como diácono, sucedeu a Alexandre como bispo, tornando-se assim o responsável pela opinião católica.
Mas o conflito era muito forte, Atanásio empregou os seus melhores esforços, mas foi exilado da sua Sé de Alexandria, quase todo o resto da sua vida.
Depois de 379 a situação política melhorou e a contribuição teológica dos Capadócios levou-os a convocar um novo Concílio em Constantinopla (381), que reafirmou a doutrina de Niceia e ensinou a Consubstancialidade do Espírito Santo.
O Arianismo foi acusado de heresia Trinitariana, mas a sua doutrina tinha implicações Cristológicas.
A tendência da Cristologia Alexandriana era a de falar numa união em Natureza, mais do que um união de Natureza, isto é, uma natureza mais real do que pessoal.
O Arianismo acabou por se juntar com o Apolinarianismo e o Monofisismo.
HOMOOUSIOS ou HOMOIOUSIOS
Estas duas palavras gregas em que há apenas a diferença de um I a mais na segunda forma, significam Consubstancial, e foram aceites no Concílio de Niceia em 325, e incorporadas no Credo de Niceia para afirmarem a unidade substancial do Filho e do Pai.
Foi para responder aos Arianos e Semi-Arianos para quem o Pai e o Filho eram apenas semelhantes.
A partir de 360, esta mesma expressão foi aplicada ao Espírito Santo.
As duas expressões significam respectivamente : De idêntica Substância e De igual substância.
Não há para nós qualquer diferença mas S. Cirilo de Alexandria preferia a segunda forma.
E. Hamack contestava que não era um i ou j que faziam diferença.
CONSUBSTANCIAL
Esta expressão, em referência a Deus, quer dizer que o Pai e o Filho são um só Deus, da mesma substância.
Assim diz o Catecismo da Igreja Católica :
242. - Na esteira dos Apóstolos, seguindo a tradição apostólica, no primeiro concílio ecuménico de Niceia, em 325, a Igreja confessou que o Filho é "consubstancial" ao Pai, quer dizer, um só Deus com Ele.
E esta mesma expressão refere-se também ao Espírito Santo, uma das três pessoas da Santíssima Trindade, como diz ainda o Catecismo da Igreja Católica :
685. - Crer no Espírito Santo é, portanto, confessar que o Espírito Santo é uma das pessoas da Santíssima Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho, "adorado e glorificado com o Pai e o Filho".
689. - Aquele que o Pai enviou aos nossos corações, o Espírito de Seu Filho, é realmente Deus. Consubstancial ao Pai e ao Filho, é d'Eles inseparável, tanto na vida íntima da Trindade como no seu dom de amor pelo mundo.
Sempre a Igreja se tem reunido em Concílios para esclarecer e reforçar as verdades da fé em que todos os católicos devem crer e professar, em oposição a doutrinas erróneas e heréticas.
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