Qual a origem da Procissão? Qual seu significado teológico?



Fonte: El Teologo responde

Autor: Responde el Pe. Miguel Ángel Fuentes, I.V.E.

Tradução: Rogério Hirota


Pergunta:


Estimado Padre:


Estou fazendo uma tese de graduação optando por licenciatura de Comunicação Social o tema é procissão da sexta-feira santa: seminologia e historia.


É um tema muito interessante já que trata de subtemas como religiosidade popular, confrarias e irmandades, etc. Sem me alongar, não tenho encontrado algum dado bibliografico sobre a historia a nivel mundial e o significado dela.


Agradeceria muito se pudesse me ajudar a respeito de: Qual a origem da Procissão? Qual seu significado teologico? Qual a relação identidade-religião nela?


Muito obrigado


Francia Oblitas


Resposta:


Estimada


As procissões como rito religioso, quer dizer, como uma manifestação de culto publico a divindade, se encontra em todos os povos e religiões. Como ato de culto se celebravam também no Antigo Testamento. A Igreja adaptou e incorporou esta tradição religiosa natural e expontânea ao culto cristão, depurando-a e reservando-a para algumas ocasiões especiais. No código de direito canônico se encontra uma espécie de definição:


" Sob o nome das sagradas procissões se entende as solenidades rogativas que faz o povo fiel, conduzido pelo clero, indo ordenadamente de um lugar sagrado a outro lugar sagrado, para promover a devoção dos fiéis,para comemorar os benefícios de Deus e dar-lhe graças ou para implorar o auxílio de Deus" (canon 1290,1)


As procissões dos cultos pagãos eram, em geral, muito frequentada. Se davam tanto em religiões mistericas como nas religiões étnico-politicas ou nacionais. No Antigo Testamento, ao menos uma duzia de salmos fazem referência a uma procissão ou peregrinação. Também se pode ver em: 2 Sam 6,1ss e 1 Cro 16 aonde se descrevem solenes pompas, com cantos de salmos e grande júbilo do povo, que celebravam o translado da Arca da Aliança, e também em 1 Re 8 e 2 Cro 5. Os judeus realizavam procissões para Pascoa, Pentecostes e para a festa dos Tabernáculos, e se dirigiam a Jerusalém.


Nos primeiros séculos da era cristã foi muito comúm ver os cristãos reunidos, ainda no tempo da perseguição, para levar em procissão o corpo dos mártires até o lugar de seu sepulcro, assim é descrito nas Atas dos martirios de São Cipriano e de outros mais. Logo os fiéis começaram a frequentar em peregrinação os lugares santos: Belém, Jerusalém, etc. (existem testemunhos explicitos ja no seculo III) e também iam de diversas partes para visitar, em Roma, os sepulcros de São Pedro e São Paulo e os cemitérios dos mártires, na Ásia Menor, na Santa Terra; em Nola, em São Féliz e assim em muitos lugares mais. Dado a paz aos Cristãos por Constantino, surgiram outras formas processionais. Em Roma as procissões das "Estações" aonde o Papa celebrava a liturgia com grandes solenidades. Em Jerusalém, a peregrina Eteria fala de como toda a comunidade, nos dias citados (como Domingo de Ramos por exemplo) marchavam em procissão a um dos Lugares Santos (Calvário, Monte das Oliveiras,etc.) para comemorar um acontecimento da salvação e celebrar depois a Eucaristia. E assim existem inúmeros testemunhos desde os primeiros séculos cristão o costume de celebrar procissões.


Na Idade Media continuou a prática de celebrar procissões publicas. Os protestantes atacaram fortemente este costume, por isso o Concilio de Trento aprovou tão louvável costume. Depois de Trento, os papas tem mandado celebrar em diversas ocasiões procissões publicas.


Quanto ao sentido e valor das procissões temos que ter em conta que a Igreja nesta terra é um povo imenso que avança em procissão a Cidade Eterna, a Jerusalém Celestial (Ap 7,1-12). Assim pois, as procisões tem um alto significado de antecipar simbolicamente o mistério ultimo da Igreja que é a peregrinação até o céu. Alem disso, são atos de culto publico a Deus, que ao mesmo tempo leva consigo um carater de proclamação e manisfetação externa e publica da fé. E com tudo isso ajuda na oração e os desejos de melhor seguir adiante. A proibição das procissões tem sido sempre um dos episódios tristes e caracteristico da luta contra o cristianismo e a Igreja.



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