Religião e Seita

 


Autor: Conego Vidigal


Mariana (MG), 13/10/2004


Alguns leitores desta coluna perguntaram sobre a diferença entre Religião e Seita. A palavra religião etimologicamente deriva segundo Marco Túlio Cícero de relegere que significa recolher, ajuntar e, deste modo, seria a observância fiel dos ritos. Segundo São Jerônimo e Santo Agostinho vem de religare - ligar, tendo por base o laço que prende o homem a Deus. Três são os elementos constitutivos da religião: crenças, preceitos e culto. Toda religião tem seus dogmas, suas leis éticas e ritos, ou seja, cerimônias exteriores, orações e sacrifícios. Deste modo, a religião vem a ser o conjunto de crenças, deveres e práticas cultuais pelos quais o ser racional confessa a existência da divindade, lhe presta suas homenagens e roga sua proteção. A religião natural é para o homem não só um dever, mas também uma necessidade. A religião natural, porém, não basta, pois há a religião revelada por Deus a qual todos devem aderir. Cumpre, pois, ao homem investigar e abraçar a verdadeira religião que se encontra na Igreja verdadeira. A revelação de Deus está na Bíblia que mostra Jesus Cristo como o Redentor da Humanidade. Cristo fundou a sua Igreja na qual se professa a autêntica Religião. A Igreja de Jesus é una, santa, católica, apostólica, romana, de acordo com o que está no Novo Testamento. Seita, etimologicamente, é algo separado, cortado. As pessoas que professam uma doutrina diversa do catolicismo são consideradas pertencentes a uma seita. Assim, seitas são todas as Igrejas e comunidades eclesiais que não estão em perfeita comunhão com a Igreja Católica. Desde o início do cristianismo surgiram inúmeras seitas, cujos erros foram sempre combatidos pelo Magistério eclesiástico. Pelas notas da verdadeira Igreja se pode distingui-la das falsas religiões. A santidade é característica da Igreja católica porque apenas ela conservou integralmente a doutrina de Cristo e pode produzir os mais perfeitos e os mais abundantes frutos de santidade, apesar de seu caráter teândrico. É divina e humana e, portanto, tem também membros pecadores, embora ostente uma transcendência moral inegável através da História. Igreja una em torno de seu Chefe visível que é o Papa, una na doutrina, todos os fiéis submissos à jurisdição de uma mesma hierarquia e ao mesmo magistério docente. Católica, por ser a verdadeira Igreja universal, difundida no mundo todo e com uma notável capacidade missionária. A apostolicidade da Igreja é nota que flui de sua origem dos Apóstolos por sucessão legítima e contínua. Ela é dita romana por ter o primeira papa morrido em Roma e lá estão os seus sucessores. Em Roma o túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo e de lá, como sucessor legítimo de Pedro, os papas têm dirigido a nau de Cristo e ela jamais soçobrará, apesar de toda turbulência através dos tempos. (Mt 16,18) . Exatamente por faltar às comunidades separadas dos romanos pontífices o sinal de Pedro, é que elas não podem ostentar uma continuidade histórica. Vivem em estado de ruptura com aquele a quem Cristo confiou a suprema direção de sua Igreja. O papa, bispo de Roma, é o legítimo sucessor de Pedro, chefe do colégio apostólico e de toda a comunidade eclesial. Com ufania unidos, todos os que pertencem à verdadeira Igreja de Jesus Cristo, proclamam: sou católico, apostólico romano e se esforçam por refletir na medida de suas forças a santidade eclesial.



Fonte: Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

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