Resposta sobre Imagens



Autor: Rogerio Hirota


Muitos protestantes alegam que a imagem é a mesma coisa que idolo no sentido de falso deus, mais se esquecem na verdade o que realmente vem ser uma imagem , que é apenas um símbolo que representa alguém ou alguma coisa.O símbolo da "serpente do deserto" (Nm 21,8) é imagem da vida, enquanto que a "estátua de sal da mulher de Lot" (Gn 19,26) é, pela marca da desobediência, imagem da morte. Ambas as figuras são portadoras de uma mensagem bíblica.


Imagem não é o mesmo que ídolo. Chama-se ídolo: uma imagem falsa, um simulacro a que se atribui vida própria, conforme explica o profeta Habacuc (2, 18). Eis o que claramente indica Habacuc, dizendo: "Ai daquele que diz ao pau: Acorda, e a pedra muda: Desperta" (Hc 2, 19). Um bom exemplo, que confirma a nossa tese, é o episódio do bezerro de ouro narrado em Ex 32: como Moisés demorava para descer do Monte Sinai, os hebreus fugitivos do Egito não tardaram a confeccionar um bezerro em ouro, a quem cultuaram como se fosse o verdadeiro Deus.


A própria Bíblia é uma imagem: as palavras impressas sobre o papel nada mais são do que símbolos gráficos que excitam os olhos resultando na imaginação responsável pela compreensão do texto. Em verdade, a Bíblia é a imagem da Palavra de Deus.


Então, imagem pode ate ser uma fotografia de sua familia, uma quadro de algum parente, se por acaso vc tem a foto de sua namorada ,filha ou esposa e vc beija ela todos os dias, por acaso você esta sendo idolatra? Por acaso pelo fato de você andar com a foto de alguem na carteira você consideraria este alguem Deus?


As Imagens como Meio de Evangelização


Os proprios protestantes entenderam que as imagens sao usadas pela Igreja e pelos cristaos primitivos como meio de evagelização:


Em Karlsruhe 1956, os luteranos reunidos em Congresso ponderaram que a ordem de Cristo de pregar o Evangelho em todas as línguas, inclui também a linguagem figurada do artista. Perguntavam-se: "Porque admitir as impressões auditivas na catequese e rejeitar as impressões visuais? Estas parecem ainda mais eficientes do que aquelas." (Der christliche Sonntag, em 14/10/1956, pág. 327).


Veja também o que diz Martinho Lutero :


"Penso no que diz respeito às imagens, símbolos e vestes liturgicas... e coisas semelhantes, deixe a livre escolha. Quem não quiser essas coisas que as deixe de lado. Se bem que as histórias inspiradas na Biblia ou em historias edificantes, parecem-me serem muitos uteis"(Carta 1528)


As imagens religiosas não são objeto de adoração por parte da Igreja. A elas prestamos um culto de veneração relativa, ou seja, não veneramos as imagens em si mesmas, mas quem as imagens representam. Na imagem não existe nada além da matéria. Quem é retratado não se "incorpora" na imagem. A imagem serve como mediação simbólica que remete, através de sua forma, de suas cores, de seus traços, para a pessoa que ela quer reproduzir. Já dizia São João Damasceno: "A beleza e a cor das imagens estimulam a minha oração". Deve-se ainda lembrar o valor pedagógico das imagens, que durante muito tempo serviram (e ainda servem) para instruir os iletrados.


uma imagem - principalmente a imagem religiosa - encerra um sentido muito mais profundo do que o próprio objeto. Ela, sem precisar - necessariamente - fazer uso da palavra, consegue falar e sensibilizar as pessoas com muito mais facilidade que ótimos oradores, pois carrega uma linguagem própria que nem sempre precisa excitar nossos ouvidos. É inegável o poder de persuasão da imagem: a TV (imagem) não suplantou o rádio (palavra)? São Paulo não se converteu ao Evangelho graças à visão resplandescente de Cristo no caminho de Damasco? Quantos homens também não se converteram por um simples olhar para uma imagem ou crucifixo mudos no interior de uma igreja? Até mesmo a Bíblia afirma que o homem foi feito à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1,26-27). Vemos, assim, que o velho ditado "uma imagem vale mais do que mil palavras" é mais do que verdadeiro: é uma realidade.


O que diz o Concilio de Trento sobre o uso de Imagens


O Concílio de Trento formalmente legitimou o uso das imagens: As imagens de Jesus Cristo, da Mãe de Deus, e dos outros santos, podem ser adquiridas e conservadas, sobretudo nas Igrejas, e se lhes pode prestar honra e veneração; não porque há nelas qualquer virtude ou qualquer coisa de divino, ou para delas alcançar qualquer auxílio, ou porque se tenha nelas confiança, como os pagãos de outrora, que colocavam a sua esperança nos ídolos, mas, sim, porque o culto que lhes é prestado dirige-se ao original que representam, de modo que nas imanges que possuímos, diante das quais nos descobrimos ou inclinamos a cabeça, nós adoramos Cristo, e veneramos os santos que elas representam (Sess XXV). Vale a pena lembrar que o uso de imagens foi legitimado muito antes que o concilio de Trento,foi Através do concílio de Nicéia (VII Ecumênico), em 787 d.C.


A Igreja nao obriga o uso das imagens para os fieis catolicos


a Igreja Católica jamais obrigou alguém a adorar uma imagem - ao contrário do que muitos pensam . Prova disso são os documentos editados nestes 2000 anos pelo Magistério da Igreja, bem como pelos Padres e Teólogos católicos. Há, assim, uma unânimidade entre a Bíblia, a Sagrada Tradição e o Magistério, o que bem demonstra o fiel cumprimento da Palavra de Deus.


Aliás, é bom que se diga: a Igreja Católica sempre condenou, desde os tempos apostólicos, a adoração de imagens. O catecismo do Concílio de Trento, em 1566, disse: "a idolatria é cometida quando se adora ídolos e imagens como se fossem Deus, ou quando se acredita que elas possuem qualquer divindade ou virtude que autorizam sua adoração, orando para elas ou confiando nelas". Também o novo Catecismo da Igreja Católica, fiel à Palavra de Deus, condena a adoração de imagens em seus parágrafos 2112 à 2114. Portanto, por que retirá-las - já que não são deuses - se elas ajudam mais do que atrapalham, principalmente no campo pedagógico?


Se elas são "uma pedra de tropeço", simplesmente não faça uso delas, porém, não as condene indiscriminadamente pois até Deus as mandou fazer (cf.: Ex 25,18-20; 1Cr 28,18-19; Ez 41,15; Nm 21,8-9; etc...). Não é porque os católicos têm estátuas nos templos e oram na frente delas que estão necessariamente violando o mandamento divino de Ex 20,4-5!

Deus nunca condenou o uso de imagens; o que ele proibiu foi que adorássemos as imagens como, de fato, ocorreu com os hebreus que, verdadeiramente, adoraram um bezerro de ouro e, mais tarde, a própria serpente de bronze.


Falta-nos ver, finalmente, a posição oficial da Igreja sobre as imagens. Esta pode ser retirada do Catecismo da Igreja Católica:



476. Visto que o Verbo se fez carne assumindo uma verdadeira humanidade, o corpo de Cristo era delimitado. Em razão disto, o rosto humano de Jesus pode ser 'representado' (Gl 3,1). No VII Concílio Ecumêncio [=II Concílio de Nicéia] a Igreja reconheceu como legítimo que Ele seja representado em imagens sagradas.


1159. A imagem sacra, o ícone litúrgico, representa principalmente Cristo. Ela não pode representar o Deus invisível e incompreensível; é a encarnação do Filho de Deus que inaugurou uma nova 'economia' das imagens: "Antigamente Deus, que não tem nem corpo nem aparência, não podia em absoluto ser representado por uma imagem. Mas agora, que se mostrou na carne e viveu com os homens, posso fazer uma imagem daquilo que vi de Deus. (...) Com o rosto descoberto, contemplamos a glória do Senhor" (São João Damasceno, Imag. 1,16).


1160. A iconografia cristã transcreve pela imagem a mensagem evangélica que a Sagrada Escritura transmite pela palavra. Imagem e palavra iluminam-se mutuamente: "Para proferir sucintamente a nossa profissão de fé, conservamos todas as tradições da Igreja, escritas ou não escritas, que nos têm sido transmitidas sem alteração. Uma delas é a representação pictórica das imagens, que concorda com a pregação da história evangélica, crendo que, de verdade e não na aparência, o Verbo de Deus se fez homem, o que é também útil e proveitoso, pois as coisas que se iluminam mutuamente têm sem dúvida um significado recíproco" (II Concílio de Nicéia, DOC 111).


1161. Todos os sinais da celebração litúrgica são relativos a Cristo: são-no também as imagens sacras da santa mãe de Deus e dos santos. Significam o Cristo que é glorificado neles. Manifestam a 'nuvem de testemunhas' (Hb 12,1) que continuam a participar da salvação do mundo e às quais estamos unidos, sobretudo na celebração sacramental. Através dos seus ícones, revela-se à nossa fé o homem criado 'à imagem de Deus' e transfigurado 'à sua semelhança', assim como os anjos, também recapitulados por Cristo [...].


1162. "A beleza e a cor das imagens estimulam a minha oração. É uma festa para os meus olhos, tanto quanto o espetáculo do campo estimula meu coração a dar glória a Deus" (São João Damasceno, Imag. 1,27). A contemplação dos ícones santos, associada à meditação da Palavra de Deus e ao canto dos hinos litúrgicos, entra na harmonia dos sinais da celebração para que o mistério celebrado se grave na memória do coração e se exprima em seguida na vida nova dos fiéis.


2129. O mandamento divino incluía a proibição de toda representação de Deus por mão do homem. O Deuteronômio explica: "Uma vez que nenhuma forma vistes no dia em que o Senhor vos falou no Horeb, do meio do fogo, não vos pervertais, fazendo para vós uma imagem esculpida em forma de ídolo..." (Dt 4,15-16). Eis aí o Deus absolutamente transcendente que se revelou a Israel. "Ele é tudo" mas, ao mesmo tempo, ele está "acima de todas as suas obras" (Eclo 43,27-28). Ele é a própria fonte de toda beleza criada" (Sb 13,3).


2130. No entanto, desde o Antigo Testamento Deus ordenou ou permitiu a instituição de imagens que conduziriam simbolicamente à salvação através do Verbo encarnado, como são a serpente de bronze (cf. Nm 21,4-9; Sb 16,5-14; Jo 3,14-15), a arca da aliança e os querubins (cf. Ex 25,10-22; 1Rs 6,23-28; 7,23-26).


2131. Foi fundamentando-se no mistério do Verbo encarnado que o sétimo Concílio Ecumênico, em Nicéia (em 787), justificou, contra os iconoclastas, o culto dos ícones: os de Cristo, mas também os da Mãe de Deus, dos anjos e de todos os santos. Ao se encarnar, o Filho de Deus inaugurou uma nova 'economia' de imagens.


2132. O culto cristão de imagens não é contrário ao primeiro mandamento que proíbe os ídolos. De fato, "a honra prestada a uma imagem se dirige ao modelo original" (São Basílio, Spir. 18,45), e "quem venera uma imagem, venera nela a pessoa que nela está pintada" (II Concílio de Nicéia, DS 601). A honra prestada às santas imagens é uma 'veneração respeitosa', e não uma adoração, que só compete a Deus: "O culto da religião não se dirige às imagens em si como realidades, mas as considera em seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem enquanto tal não termina nela, mas tende para a realidade da qual é imagem" (São Tomás de Aquino, S.Th. 2-2,81,3,ad 3).


2691. [...] A escolha de um lugar favorável não é sem importância para a verdade da oração: para oração pessoal, pode ser um 'recanto de oração', com as Sagradas Escrituras e imagens sagradas, para aí estar 'no segredo' diante do Pai. Numa família cristã, essa espécie de pequeno oratório favorece a oração em comum; [...]


2705. A meditação é sobretudo uma procura. O espírito procura compreender o porquê e o como da vida cristã a fim de aderir e responder ao que o Senhor pede. Para tanto é indispensável uma atenção difícil de ser disciplinada. Geralmente, utiliza-se um livro, e os cristãos dispõem de muitos: as Sagradas Escrituras, o Evangelho especialmente, as imagens sagradas, os textos litúrgicos do dia ou do tempo, os escritos dos Padres espirituais, as obras de espiritualidade, o grande livro da criação e o da história, a página do 'Hoje' de Deus.

Vemos, assim, que o ensino oficial da Igreja não escapa ao que dissemos neste artigo. Logo, não se pode acusar a Igreja Católica de praticar idolatria.


Os testemunhos primitivos da Igreja mostram que as imagens sao usadas desdo os primordios do cristianismo veja em cristaos primitivos e as imagens e os testemunhos dos santos padres sobre imagens ..

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