Sucessão Apostólica



Fonte: Lista Exsurge Domini

Autor: John Nascimento


Depois da Liberdade concedida aos Cristãos pelo Édito de Milão (313), realizou-se o 1º Concílio Ecuménico de Niceia (325) em que se organizou o Credo de Niceia, ainda hoje aceite pela Igreja Católica do Ocidente, pela Ortodoxa do Oriente e pelas Igrejas Protestantes.


Chama-se Sucessão Apostólica à relação de validade dos Bispos como sucessores directos dos Apóstolos.


Cristo confiou a continuação do Seu ministério aos Apóstolos que, por sua vez, se tornaram os fundadores e os chefes das primeiras Comunidades dos fiéis seguidores de Cristo e da Sua mensagem doutrinal.


Na dependência dos Apóstolos e em reconhecimento do seu especial empenhamento com Cristo, as novas Comunidades de Cristãos foram autorizadas a conduzir o seu ministério de ensinar, santificar e guiar a Igreja.


A primeira responsabilidade destes ministérios foi investida em homens designados pelos Apóstolos e, subsequentemente, chamados Bispos.


Estes primeiros Bispos, por sua vez, elegeram e ordenaram outros e assim sucessivamente até aos nossos dias..


O significado desta prática tornou-se evidente logo no século II, no decurso da disputa com os heréticos Gnósticos que pretendiam a posse de uma mensagem secreta, cuja transmissão tentava ignorar ou negar os sucessores dos Apóstolos.


Como resultado desta disputa, a importância da intima união dos Bispos com os Apóstolos - em muitos casos em autêntica linhagem - foi articulada como a fundação para a autenticidade e unidade da Fé proclamada nas Comunidades da primeira linha.


A doutrina cristã, portanto, que afirma a íntima conexão entre os Bispos e os Apóstolos chama-se "Sucessão Apostólica".


Os Bispos são aqueles chefes a quem os Apóstolos confiaram a mesma missão e compromisso, que eles receberam directamente do próprio Cristo.


Desta maneira, a Igreja dos tempos pós-Apostólicos mantém a sua continuidade na fé com a comunidade formada à volta do próprio Cristo.


Esta continuidade não é apenas uma "genealogia" apostólica de todos os Bispos locais, mas consiste numa relação de incorporação no colégio dos Bispos que, como um todo, possui a comissão Apostólica.


A doutrina da Sucessão Apostólica significa mais do que uma continuidade de fé e de doutrina ; o seu requisito básico é a Ordenação que permanece ainda nas mãos dos sucessores dos Apóstolos.


A Constituição Dogmática do Concílio Vaticano II sobre a Divina Revelação diz :


- “Por isso os Apóstolos, transmitindo o que eles mesmos receberam, advertem os fiéis a que observem as tradições que tinham aprendido quer por palavras quer por escrito (cf.2 Tess-2,l5), e a que lutem pela fé recebida duma vez para sempre. (cf.Jud.3).(DV 8).


Sobretudo a Constituição Dogmática sobre a Santa Igreja, Lumen Gentium tem todo o ensinamento a respeito da Sucessão Apostólica :


* O Primado de Pedro. (L.G.18)


* O Colégio dos Apóstolos. (LG.19).


* Os Bispos sucessores dos Apóstolos. (LG.20).


O Catecismo da Igreja católica, falando da igreja Particular, ou diocesana, diz :


833. - Entende-se por igreja Particular, que é a diocese (ou eparquia), uma comunidade de fiéis cristãos em comunhão de fé e de sacramentos com o seu bispo ordenado na secessão apostólica. Estas Igrejas particulares "são formadas à imagem da Igreja universal; é nelas e a partir delas que existe a lgreja Católica" (LG 23).


Na sua Segunda Parte - A Celebração do Mistério da Eucaristia - a partir do Nº. 1066 e até ao Nº.1690, o Catecismo da Igreja Católica ilustra maravilhosamente o Sacerdócio, as Ordens e a Sucessão Apostólica.


Assim :


* Falando da Liturgia, diz o Catecismo da Igreja Católica :


1087. - Deste modo, Cristo ressuscitado, ao dar o Espírito Santo aos Apóstolos, confia-lhes o seu poder santificador e eles tornam-se sinais sacramentais de Cristo. Pelo poder do mesmo Espírito Santo, eles passam este poder aos seus sucessores. Esta “sucessão apostólica” estrutura toda a vida litúrgica da Igreja; ela própria é sacramental, transmitida pelo sacramento da Ordem.


1209 . - O critério que garante a unidade na pluralidade das tradições litúrgicas é a fidelidade à Tradição apostólica, quer dizer : a comunhão na fé e nos sacramentos recebidos dos Apóstolos, comunhão que é significada e garantida pela sucessão apostólica.


* Muito Especialmente falando da Ordenação episcopal, diz o Catecismo da Igreja Católica :


1555. - "Entre os vários ministérios, que na Igreja se exercem desde os primeiros tempos, consta da Tradição que o principal é o daqueles que, constituidos no episcopado em sucessão ininterrupta, são os transmissores do múnus apostólico"(LG 20).


1556 . -- "Para desempenhar tão elevadas funções, os Apóstolos foram enriquecidos por Cristo com uma infusão especial do Espírito Santo, que sobre eles desceu; e eles mesmos transmitiram este dom do Espírito aos seus colaboradores, pela imposição das mãos, dom que foi transmitido até aos nossos dias através da consagração episcopal" (LG 21).


1576 . -- Uma vez que o sacramento da Ordem é o sacramento do ministério apostólico, pertence aos bispos, enquanto sucessores dos Apóstolos, transmitir "o dom espiritual"(LG 21). "a semente apostólica" (LG 20). Os bispos validamente ordenados, isto é, que estão na linha da sucessão apostólica, conferem validamente os três graus do sacramento da Ordem.


O Papa João Paulo II continuamente exorta o povo de Deus para que ore, como o fez Nosso Senhor "para que todos sejam um só : como Tu, ó Pai estás em Mim e Eu em Ti. (Jo.17,21).


Segundo o testemunho da Tradição e da História da Igreja, não houve interrupção no papado desde S. Pedro até ao papa reinante, de modo que tudo fala em favor da Sucessão Apostólica da Igreja Católica.


Todas as outras Religiões que apareceram depois, como Anglicanismo, Luteranismo, e tantas outras que foram fundadas em oposição aos ensinamentos da Igreja Católicas, são Religiões dissidentes e, como tais, nunca podem possuir a Sucessão Apostólica.


Essas Religiões dissidentes, que foram surgindo ao longo dos tempos, por razões próprias com os seus fundadores especiais, apresentam as suas listas de Papas, que são iguais à Lista Católica, até ao ano da sua fundação e, a partir daí, apresentam, com chefes, ou substitutos do seu fundador, outras pessoas, que, evidentemente, não podem ter uma Sucessão Apostólica verdadeira.


E é sobretudo por isto, e não propriamente por uma questão de Doutrina, que todas as outras Religiões só dizem mal da Religião Católica, por não poderem competir com ela, e pretendem professar outras doutrinas muito diferentes, porventura mais fáceis, com menos compromissos, para atraírem mais adeptos..


Mas Cristo deixou-nos o verdadeiro caminho, enviando o Espírito Santo para continuar a sua Missão e a transmitirem aos Apóstolos e seus legítimos sucessores.


FUNDADORES DE OUTRAS IGREJAS (Repassando de um E-Mail da Familia Arruda)


Vejamos a seguinte lista, organizada em ordem cronológica e incompleta, já que seria impossível listar as 20 mil igrejas cristãs hoje existentes:


Ano

Denominacao

Origem

Fundaddor


~33

Fundação da Igreja Católica

Palestina

Jesus


~55

Igreja Católica se fixa em Roma, com Pedro e Paulo


1054

Igreja Ortodoxa

Constantinopla

Miguel Cerulário


1521

Igreja Luterana

Alemanha

Martinho Lutero


1523

Anabatistas

Alemanha

Zwickau


1523

Batistas Menonitas

Holanda

Menno Simons


1531

Igreja Anglicana

Inglaterra

Henrique VIII


1536

Igreja Presbiteriana

Suiça

João Calvino


1592

Igreja Congregacionalista

Inglaterra

John Greenwood e outros


1612

Igreja Batista Arminiana ou Geral

Inglaterra

John Smith


~1630

Sociedade dos Amigos (Quakers)

Inglaterra

George Fox


1641

Igreja Batista Regular ou Particular

Inglaterra

Richard Blount


1739

Igreja Metodista

Inglaterra

John Wesley


1816

Igreja Adventista

EUA

Willian Miller


1830

Mórmons

EUA

Joseph Smith


1865

Exército da Salvação

Inglaterra

Willian Booth


1878

Testemunhas de Jeová

EUA

Charles T.Russel


1901

Igreja Pentecostal

EUA

Charles Parham


1903

Igreja Presbiteriana Independente

Brasil

Othoniel C. Mota


1909

Congregação Cristã no Brasil

Brasil

Luís Francescon


1910

Igreja Assembléia de Deus

EUA/Brasil

D.Berg/G.Vingren


1918

Igreja do Evangelho Quadrangular

EUA

Aimée McPherson


1945

Igreja Católica Apostólica Brasileira (ICAB)

Brasil

Carlos D.Costa


1955

Cruzada o Brasil para Cristo

Brasil

Manoel de Mello


1962

Igreja Deus é Amor

Brasil

David Miranda


1977

Igreja Universal do Reino de Deus

Brasil

Edir Macedo



Outros Ramos:


* Adventistas: Adventistas da Era Vindoura, Adventistas do Sétimo Dia, Adventistas Evangélicos, Cristãos Adventistas, Igreja de Deus, União da Vida e do Advento, etc.


* Batistas: Batistas Abertos, Batistas das Duas Sementes no Espírito, Batistas das Novas Luzes, Batistas das Velhas Luzes, Batistas do Livre Arbítrio, Batistas do Sétimo Dia, Batistas dos Seis Princípios, Batistas Fechados, BatistasPrimitivos, Batistas Reformados, Velhos Batistas, etc.


* Pentecostais: Cruzada da Nova Vida, Cruzada Nacional de Evangelização, Igreja Cristo Pentecostal da Bíblia, Igreja da Restauração, Igreja Jesus Nazareno, Reavivamento Bíblico, Tabernáculo Evangélico de Jesus (Casa da Bênção), etc. Como cada uma dessas igrejas defende sua própria doutrina como verdadeira, apesar de se autonomearem como cristãos, excluem-se mutuamente. Contudo, a única Igreja cristã que existe desde a época de Cristo é a Igreja católica. (Como escreveu Bento XVI). E observando-se que sua doutrina permaneceu imutável nestes 2000 anos, temos que ela é a Igreja de Cristo, apesar das demais possuírem elementos verdadeiros, vestígios de sua ligação comum com a Igreja católica.

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