Depois de Cristo, Pedro



Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento


Apenas S. João nos conta a Tríplice Confissão de Pedro, apresentada como Apêndice, depois da Ressurreição e do Aparecimento de Jesus aos Discípulos.


Desde sempre que Pedro impressionara Jesus.


Habituado às lutas do mar, ao governo dos barcos e ao comando dos homens, Jesus tinha outro governo para lhe confiar e outro comando para lhe entregar.


Chamando por ele, no meio de todos, pergunta-lhe :


- «Simão, filho de João, tu amas-Me mais do que estes»?(Jo.21,15).


Para ser mestre basta saber, mas para ser Apóstolo é preciso amor.


Mais importante do que avaliar da ciência de Pedro, Jesus quis saber da sua capacidade de amar.


A pergunta foi inesperada.


Apanhado de surpresa, Pedro podia pensar em muitas outras suspeitas, porque o fracasso das suas negações era ainda muito recente e ele sabia quanto isso lhe tinham custado.


Então respondeu prontamente :


- «Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo».(Jo.21,15).


E sem qualquer outro comentário, Jesus responde-lhe :


- «Apascenta os Meus cordeiros».(Jo.21,15).


Mas Jesus repetiu a Sua pergunta e recebeu a mesma resposta.


Na verdade, se por três vezes Pedro tinha negado a Jesus antes que o galo cantasse, importava agora que também por três vezes afirmasse que amava o seu Mestre.


Então Jesus perguntou uma terceira vez :


- «Simão, filho de João, tu amas-Me ?»(Jo.21,17).


Pedro entristeceu-se por Jesus insistir na pergunta. É que o mesmo fogo ali aceso lhe fazia lembrar aquele outro ao qual se aquecia na noite em que negou o seu Mestre.


Mas Jesus tinha de ouvir da boca do Seu discípulo, a quem estava a investir com novas funções e com nova e especial autoridade entre os outros, a resposta que a última pergunta merecia.


E essa resposta não se fez esperar, porque Pedro respondeu :


- «Senhor, Tu sabes tudo. Tu bem sabes que Te amo».(Jo.21,17).


A esta fé ardente de Pedro respondeu Jesus com uma promessa :


- «Apascenta as Minhas ovelhas».(Jo,21,17).


Desde essa hora, Pedro seria uma presença muito significativa na terra dos homens, especialmente no meio de todos os discípulos.


Pedro e a sua fé, o homem e a sua convicção, o pescador e a ideia exacta que ele tem de Jesus, são um conjunto de realidades que fazem o fundamento de um mundo novo – o dos homens de fé – a que se chama Igreja.


Pedro foi o testemunho vivo do amor ao Mestre, depois de já ter sido antes o testemunho vigoroso da sua fé, ao dizer :


- «Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo»(Mt.16,16).


Pela certeza da sua fé, pela generosidade da sua dedicação, pela pureza da sua fidelidade, a seu respeito se havia de exclamar no futuro :


- «Onde está Cristo aí está Pedro.


Onde está Pedro, aí está a Igreja.


E onde está a Igreja, aí está o Reino de Deus».


É que, depois de Cristo, Pedro, e todos quantos, comungando da mesma fé, estiverem em perfeita união de fidelidade a Pedro, constituirão uma nova forma de Cristo continuar no meio dos homens pela Sua Igreja, tal como Ele o disse :


- «Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, Eu estarei no meio deles»(Mt.18,20).


Ser Igreja é estar presente no mundo, mas com o espírito de Cristo, em união com Pedro e em comunhão com os irmãos, cumprindo uma missão de universal serviço fraterno.

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