Surgimento e captação das seitas



Autor: Roberto Antonio Federigo


É possivel que em todas as épocas apareçam e reapareçam grupos religiosos de conduta sectária. Com o decorrer do tempo e as investigações pelos especialistas ainda não discernimos se está relacionado a um fenômeno sociológico já que boa parte destes grupos são inscritos, aceitos e observam quase todas as regras legais e necessárias para seu funcionamento. Se as condições de sua proliferação são as citadas, inevitavelmente irão continuar surgindo.


O individuo se agrupa por dissolução de personalidade e não adverte que por trás a “ilusão mágica” é indiferenciado. Os mecanismos de culpabilização subentende-se que muitas vezes o individuo agrupado considere a seita como um “grupo de vingança exemplificadora”, como eles mesmos afirmam: “se a humanidade ou a espiritualidade proporcionassem maior e melhor qualidade de respostas ou replantio de alguns dogmas, as seitas não existiriam”.


Um ponto de dissimulação na problemática fundamental entre religião e seita, quase nunca exposto pelos especialistas, resulta na contrariedade, ressentimento e vingança desta última. A seita nasce como oposição consciente ou inconsciente a religião estabelecida ou a certos dogmas desta, e não por revelação de seus líderes ou fundadores. Imediatamente se dá a coletivização dos individuos, a fuga da reflexão, a perda de autonomia e o surgimento da seita como grupo manipulador da vingança sistematizada.


Esta “fórmula teórica”, é possivel aplicar também a pseudociencias, não obstante o conceito de religião, corresponde modifica-lo pela ciencia.


O sujeito então demanda uma solução prática e mágica. Esta expectativa estólida, pela busca do portento “eu mesmo”, da fascinação diante a técnica inexplicavel originada nele pela desconfiança no homem que expõe e aplica teorias que poderiam falhar e fracassar no encontro com “forças externas”, a angustia diante a natureza do inevitável, a desconfiança em si mesmo, sua propria falta de segurança, a supressão de análise crítico ocupado pelo ressentimento, o infantilismo e por conseguinte a superstição.


Outra possibilidade do surgimento é a irrestrita explosão econômica voluntária ou involuntária das vítimas, muitas vezes somente vista como uma sorte de “defraudação moral”.


Ambas as causas do surgimento podem produzirem-se de maneira conjunta e em grande parte dos casos podem associar-se a traços psicóticos ou decididamente psicose em alguns líderes que também pode afetar independentemente as anteriores.


As formas de surgimento das seitas são:


1- Por produto do ressentimento dos lideres e fundadores.


· Questão da origem: conduta imoral, incorreta, heresia, etc.


· Produz: expulsão, aleijamento, cisão ou oposição de/a uma religião primogenia ou estabelecida, etc.


· Características: intolerâncias dogmáticas, inveja e ânsia de poder, fanatismo, fundamentalismo, etc.



2- Por lucro econômico dos lideres e fundadores.


· Questão da origem: cobiça, avareja, vantagismo e “revanchismo” social, etc.


· Produz: exploração e submetimento, comércio fraudulento, fraude, exercício ilegal da medicina, peserguição psicológica, etc.


· Características: persuasão publicitária, indução ao temor, etc.



3- Por alterações psicológicas nos lideres e fundadores.


· Questão da origem: psicose funcional: arteriosclerótica e senil alcoólica. Psicose orgânica: maniaca, depressiva e esquizofrenica (paranóico, catatônico, hebefrênico)


· Produz: crise, histeria, psicose em massa, suicidios coletivos, etc.


· Características: delirio messiânico e místico, perversões sexuais, perda de contato com a realidade, carisma, egocentrismo, egolatria, personalidade autoritaria, etc.


4- Por inter-relação das anteriores.



A coesão de um grupo é parte da vida do individuo, é resultado da adesão afetiva e cognoscitiva dos membros de um grupo ou da atração positiva que o grupo ( suas normas, seus valores e seus objetivos) exercem sobre seus membros.


A atração de um grupo depende de diversos fatores e é o que diferencia os vários tipos de atração: por filiação puramente afetiva (grupo familiar e de amizade), por identidade de interesses professionais ou sociais (Sindicato, Colegio Professional, Partido Político), por analogía de motivações (grupo de diversão, religioso, clube, bandas,...).*


As formas de ingresso por analogia de motivações a um grupo religioso de conduta sectária são:


1- Por captação proselitista.


· O sujeito descobre a seita por propagandas nos meios de comunicação, publicidade ou contato com desconhecidos.



2- Por indução afetiva.


· Um amigo, vizinho, conhecido ou familiar o convida a se aproximar do grupo.


3- Por correspondência hereditária.


· A vítima nasce em um ambiente familiar em que participa de um grupo sectário ou dentro da seita.



Uma vez decidido, o sujeito comparte de uma similitude de exaltação com os adeptos.


Os motivos que originam no ingresso do sujeito em uma seita poderiam se resumir em vários motivos psicológicos de origem social ou orgânicos.


O mundo totalitário expele desesperança. O alinhamento social é quem se beneficiado sendo como os demais, mesclando-se entre a massa, tomando parte do grupo e dissolvendo sua identidade. Assim o individuo perde a esperança, se torna frio, fetichista, seguidor de ídolos e falsos dogmas.


Por sua angustia, originará uma sorte de “rituais compulsivos” relacionados com a mística propria do grupo. Estes rituais místicos originarão uma nova “microcultura” em substituir da antiga cultura como: formas de ser, de viver, de pensar e de atuar, modificadas pela seita e sistematizando uma mudança nas crenças, os modelos e os valores comuns.


Se a seita crê em uma ruptura como “mundana”, o retira de seus conceitos básicos e o marginaliza socialmente, uma possibilidade seria a anomia do sujeto com desfechos trágicos como o suicidio, este é também produto da psicose coletiva.


Em alguns casos, a inadaptação social ou a falta de equilibrio entre eo sujeito e seu ambiente, devido a carências afetivas resulta também um motivo para que o individuo seja captado por distintos grupos de características sectarias, ja que modificam de maneira pseudoterapêutica o ambiente do mesmo.


Dentro das mesmas inadaptações sociais podemos falar das inibições exageradas ou pelo contrario as rebeliões totais e indiscriminadas, produto de possiveis proibições na infância e que sempre provêm do exterior: Familia, Escola, Igreja, sociedade. Conducta que é característica entre os líderes e adeptos das seitas.


Uma característica nos individuos atraídos pelas seitas é o desespero e mau direção na transição deo conflito. Isto, produz o que denomino “compatibilidade atraente de desiguais por ilusão”. Como maneira de exemplificar desenvolvi esta teoria:


A- Se a seita aparenta novos conceitos dogmáticos, seguros e claros.


Atrae aqueles que tem insegurança e pouco conhecimento em seus dogmas.


O resultado será atrativo mas tendencioso ja que a seita se encontra assumida em dogmas inseguros, confusos e ilógicos. Por conseguinte, criará mais confusão dogmática.



B- Se a seita aparenta soluções econômicas.


Atrae aqueles que se encontra com problemas econômicos.


O resultado será atrativo mas tendencioso ja que a seita requer somente o adepto com potencial de cliente, que terminará em piores condições econômicas.



C- Se a seita apresenta soluções emocionais.


Atrae aqueles que possuem problemas emocionais.


O resultado será atrativo mas tendencioso ja que os componentes da seita se encontra em distintos problemas emocionais e possivelmente o sujeito culmine com graves dificuldades.


Outra característica nos individuos atraídos pelas seitas é a segurança intelectual “eu não serei captado jamais” e isto produz o que denomino “compatibilidade atraente por ilusão”. Exemplo que vemos demonstrado principalmente nos grupos de conduta sectaria filosóficos ou comerciais. Por exemplo:


D- Se o grupo apresenta crescimento e desenvolvimento humano.


Atrae aqueles que crêem estar desenvolvidos humanamente, ainda que não creia estar o suficiente.


O resultado será o retrocesso no desenvolvimento humano ou econômico do sujeito.


Como temos visto neste estudo, em ambas teorías os resultados são análogos.


Os motivos do surgimento da seitas e captação de individuos podem ser diversos. As seitas surgem em estados pobres e ricos, seus adeptos são dos mais variados níveis sociais, os que crêem estar emocionalmente equilibrados e os que sabem que não estão. Quem está livre da captação das seitas?.


Uma solução a parte desta pergunta é a aplicação do análise critico, a fé, esperança, e propor-lhe reflexão ou decididamente atuar por quem as emoções ou as faculdades mentais não o permitam.


*Dicionario de psicología. Equipe de redação Pal. Ediciones Orbis. Barcelona 1987.

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