Fonte: Agnus Dei
Autor: Prof. Carlos Nabeto
A instituição dos Estados Pontifícios.
Já quando Constantino deu liberdade à Igreja, no início do século IV, ele deu à Igreja algumas propriedades, ainda que não um Estado. No século V, os bárbaros invadiram o Império do Ocidente, destruindo toda organização política. Todos os poderes sossobraram. Reinava por toda a parte a violência, a força bruta e uma verdadeira anarquia. Isso aconteceu especialmente na Itália, onde o único poder estável que se manteve foi o do Papa em Roma. Daí, naturalmente se recorreu ao Papa como juiz e como estabelecedor da ordem.
No século VIII, Pepino o Breve reconheceu o Papa como autoridade governante do centro da Itália, e mais tarde, Carlos magno confirmou esse reconhecimento.
Por que a providência divina, que guia a História, permitiu que assim ocorresse ? Por que o Espírito Santo, que guia a Igreja todos os dias, permitiu que os Papas se tronassem soberanos temporais ?
Qualquer historiador isento de preconceitos concorda que o estabelecimento dos Estados Pontifícios deu à Igreja uma liberdade de atuação de que ela muito necessita. Os Estados da Igreja, separados dos grandes reinos da Europa pelos Alpes e por uma miríade de pequenos estados feudais italianos, garantiu aos Papas uma liberdade plena para exercerem seus poderes.
Quando, na Idade Média, os Papas ficaram à mercê do Rei da França (Felipe, o belo) disso resultou o Cativeiro de Avignon e o Cisma do Ocidente. Quando, os Imperadores do sacro Império tiveram os Papas sob seu domínio, o resultado foi a servidão da Igreja e uma grande corrupção do clero e decadência da religião.
Os Estados da Igreja permaneceram governados pelo Papa até 1870, quando as sociedades secretas carbonárias -- que visavam, entre outras coisas destruir a Religião -- se apoderaram de Roma fundando o reino da Itália unificada. Na realidade, visavam destruir o papado, tirando-lhe primeiro todo poder material, para, em seguida, tirar-lhe todo poder espiritual. E é o que estamaos assistindo.
É para combater esses males que todo papa tem que jurar defender os estados da Igreja, e que todo católico é obrigado, em consciência, a defender a independência da Igreja.
No século XX, se chegou, em 1929 aos acordos de Latrão -- assinados pelo cardeal Gasparri e pelo famigerado e ridículo Duce dos fascistas, o ateu, materialista, socialista e anarquista Benito Mussolini.
Por esses acordos, a Igreja reconheceu o domínio da Itália sobre as terras do antigo estado Pontifício, enquanto a Itália reconhecia o Vaticano como Estado soberano. Como compensação indenizatória, o Vaticano receberia uma enorme quantia, e ficava isento de impostos na Itália. Na prática, tranformou-se o Vaticano em pequeno paraíso fiscal. (E é curioso ver como muitos eclesiásticos que exigem que a Igreja seja pobre, nunca falam dessas vantagens monetárias e financeiras do clero). Juraram o "Pacto das Catacumbas", usavam cruzes peitorais de madeira, e manipulavam contas bancárias altas, às vezes em proveito da revolução e da guerrilha socialista e comunista. E pior era quando viviam pobremente, por condenarem o direito de propriedade.
Então a Igreja, reino dos Céus na terra, não é um Reino deste mundo, mas vive neste mundo.Luta neste mundo. Luta contra o mundo, no mundo. Por isso Santo Agostinho a descreveu como Civitas Dei. Como uma Cidade: "Dois amores construiram duas cidades. Os que amam a Deus até o desprezo de si mesmos construiram a Cidade de Deus, enquanto os que levam o amor de si mesmo até o ódio de Deus construiram a Cidade do Homem" (Cito de memória e nõa literalmente. Mas o texto é lindíssimo e merece ser lido).
São as sociedades secretas que recusam à Igreja o seu direito de ser também um Estado, a fim de melhor dominá-la, para depois destruí-la.
É claro que uma simples resposta em forma de carta não esgota o problema. Estaremos a sua disposição para responder às suas questões, visando a defesa da Igreja e de seus direitos, assim como a salvação das almas. Rezamos para que Deus nos una em defsa de seus direitos.
Postar um comentário