FATO DA VIDA: A LENDA DO CAVALO
Vocês certamente já conhecem aquela estória do homem que se propôs a rezar um "Pai-nosso" bem rezado para ganhar um presente. Dizem que isso aconteceu em tempos idos. Numa roda de amigos, todos falavam que era muito difícil a gente fazer uma oração bem feita, sem nenhuma distração.
A maioria dizia que de fato ninguém consegue rezar um "Pai-nosso" sem distrair-se, ao menos um instante. Mas no meio daquela discussão, apareceu um homem que disse ser capaz de rezar sem distrair-se. Foi então combinado um valioso prêmio, se ele chegasse ao fim do Pai-nosso, sem se atrapalhar e sem desviar o seu pensamento. O pessoal fez silêncio dentro daquela sala. Todos duvidavam da palavra do homem: "Vamos ver se ele é capaz".
O cavalo estava lá fora, segurado firmemente por alguém. Um belo animal, bem arreado. O homem fez o sinal da cruz, impôs respeito e começou a rezar: "Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino... Escuta, é com arreio também?" Uma pergunta: Que é que fez o infeliz do homem distrair-se e cair em tentação? Duas coisas: o orgulho e a ambição. Daí tiramos uma conclusão: Para não cairmos em tentação, devemos ser humildes e desapegados dos bens deste mundo. O próprio Jesus um dia foi tentado pelo demônio
A PALAVRA DE DEUS
Depois do seu batismo, Jesus, cheio do Espírito santo voltou do rio Jordão. E foi levado ao deserto, pelo Espírito de Deus. Ali Ele foi tentado pelo demônio durante quarenta dias. Ele não comeu nada nesse tempo todo. No fim, ele ficou com fome. Então, o demônio disse: "Se você é o filho de Deus, mande esta pedra virar pão". Mas Jesus respondeu: "Está escrito o homem não vive só de pão". Aí, o demônio levou Jesus para um lugar mais alto. Em um segundo, ele mostrou para Jesus todos os reinos do mundo e disse: "Eu vou dar para você todo esse poder e toda essa riqueza. Por que tudo isso foi entregue a mim. E eu posso dar a quem eu quiser. Olhe bem! Tudo isso vai ser de você, se você se ajoelhar diante de mim e me adorar". Jesus respondeu: "Está escrito: Adore o senhor seu Deus. Preste culto só a Ele". Depois, o demônio levou Jesus a Jerusalém e o colocou na parte mais alta do Templo. E disse; "Se você é o Filho de Deus, pule daqui lá em baixo. Porque está escrito: Deus vai mandar os seus anjos para cuidar de você. E está escrito também: eles vão carregar você nos braços, para você não machucar os pés em alguma pedra." Então Jesus respondeu: "Está escrito: "Não vá tentar o Senhor seu Deus". Quando o demônio acabou de tentar Jesus de todas as maneiras ele foi-se embora por algum tempo. (Mt 4,1-11)
EXPLICAÇÃO
a) POR QUE JESUS PERMITIU QUE O DEMÔNIO O TENTASSE ?
Jesus permitiu que o demônio o tentasse para nos dar um exemplo. É como se nos dissesse: Cuidado! Ninguém passará sem ser provado pela tentação. E, como foi a tentação de Cristo assim será a nossa: Insistente, com aparência de coisa boa, e até buscando fundamento na própria Bíblia. O diabo não se apresentou como inimigo de Cristo, mas como amigo. Queria ver Jesus comer e sentir-se satisfeito. Queira que Jesus manifestasse a sua glória saltando do alto do templo. Queria enfim que Cristo se tornasse dono do mundo.
Mas, na verdade, o que o diabo queria é que Cristo, sendo Deus, lhe obedecesse e o adorasse. São essas as tentações que também nós temos:
DOS PRAZERES SENSUAIS OU DOS SENTIDOS;
DA GLÓRIA OU DO TRIUNFO TERRENO;
E DA POSSE DE MUITAS RIQUEZAS.
Todas essas tentações virão como coisas boas e oportunas como se elas nos fossem tornar mais felizes, como se elas viessem do próprio Deus. Aí não podemos nos esquecer dos ensinamentos do Evangelho. Cristo se defendeu com a própria palavra de Deus, mostrando imediatamente ao diabo como as propostas dele contrariava a Bíblia.
b) NÃO CONFIAR EM SI MESMO
Para não cairmos em tentação devemos desconfiar de nós mesmos e confiar muito na graça de Deus. A obra da santificação só se realiza conjuntamente: com o nosso esforço e com a ajuda de Deus. O orgulhoso caminha sempre à beira do abismo. E o que confia somente em si próprio cairá com o seu fardo. Cristo fez jejum, passou noites em oração, e, mesmo sendo Senhor absoluto do céu e da terra, por ser Deus, ainda assim nunca falou mais do que era preciso. Antes, foi humilde e disse que ele não se gloriava a si mesmo, porque sua glória vinha do pai. Disse ele: "Dei-vos o exemplo, para que assim como eu fiz vós façais também". Jesus já nos avisou que somos fracos e que não podemos ter grandes pretensões, como se tudo dependesse de nossas forças e de nossa obediência. Quem pede é porque sente falta de alguma coisa. Por isso, o auto-suficiente não rezará bem o Pai Nosso, porque acha que não precisa pedir a Deus. São Pedro jurou a Cristo que, mesmo que todos abandonassem o Mestre ele não o abandonaria. Quis dar uma de valente perante os colegas e Cristo. Mas que acabou acontecendo? No fim jurou que nem sequer conhecia Jesus de tanto medo de ser perseguido. O próprio São Pedro dizia uma coisa muito importante:
"Sede sóbrios, e vigiai porque vosso inimigo, o demônio, vos rodeia como o leão que ruge, à procura de quem devorar. Resisti-lhe, firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos são impostos aos vossos irmãos no mundo inteiro...(1Pd 5,5-11)
Se de fato um leão solto, rugindo pelas ruas da cidade, será que alguém, se atreveria a passar folgadamente pela praça? Pois bem: o demônio é para nossa vida de cristãos o que é um leão bravio diante de qualquer animal. Por isso é que devemos tomar cuidado, ser prudentes. Andar de olhos abertos para não cairmos no perigo. Há um provérbio que diz: "Ajuda-te que Deus te ajudará". Quer dizer: não basta só pedir no Pai Nosso para que Deus nos livre da tentação e do mal. É preciso que nosso comportamento se revista de prudência, evitando as ocasiões de pecado. Por exemplo o homem dado ao álcool, se quiser abandonar o vício, a primeira coisa que deve fazer é fugir da pinga, e não ficar rodeando os bares.
O homem que deseja romper com o adultério, não pode ficar passeando em volta da casa de sua amante. A graça de Deus sempre nos é dada na medida em que a sabemos aproveitar. Quem a despreza, uma, duas e mais vezes, não tem direito de ficar pedindo.
Há outro ditado que diz : "Deus não nega a sua graça para aquele que sempre faz o que está ao seu alcance".
c) TENTAÇÃO E PECADO
O que pedimos no Pai Nosso é isso: "Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal". Nós não pedimos para Deus nos livrar de tentações. Pois a tentação em si, não é pecado. Ninguém se condenará pelo fato de ter sido tentado. Antes, a tentação é uma ocasião para mostrarmos o que somos. Se buscamos a Deus, a tentação nos ajudará a chegar mais perto dele, desde que não nos entreguemos ao mal que ela nos apresenta.
Não há santo que não foi tentado, porque a santidade é uma conquista. Uma ascensão através da virtude. Quanto mais obstáculos nós vencermos, mais glória se acumulará para nós na eternidade. Uma coisa é dizer que a equipe ganhou os pontos, porque o adversário não compareceu, outra coisa é conquistar um troféu porque de fato venceu o jogo. Ninguém, pois, deve desanimar-se diante das tentações, porque elas não tiram nosso merecimento, mas ao contrário elas aumentarão o nosso merecimento.
E Deus nunca tenta a ninguém acima das forças que o homem tem. Cristo nos falou:
"Disse-vos estas coisas para que tenhais paz em mim. Haveis de ter aflições no mundo; mas tende confiança: Eu venci o mundo"(Jo 16,33).
UMA MENSAGEM PARA A VIDA
Estamos entrando na quaresma, esses quarenta dias de oração e penitência com que a Igreja nos prepara para a solene celebração da Páscoa. Quarenta era o número particularmente significativo no mundo Bíblico. O dilúvio durou quarenta dias e quarenta noites. O povo Hebreu viveu quarenta anos de vida nômade no deserto. Moisés passou quarenta dias junto de Deus no Sinai. Mas, sobretudo, Jesus passou quarenta dias de jejum no deserto, o que inspirou-o estabelecer-se na Igreja desses quarenta dias de penitência da quaresma. O deserto de que se fala aqui nesse Evangelho não é um deserto de areia, como Saara. É uma região pedregosa, árida e inculta, onde apenas na primavera uma escassa vegetação dá uns sinais de vida. Trata-se do deserto de Judá e, segundo a tradição, da elevação chamada Djebel-Qarantal, não longe de Jericó. Aí se estabeleceram monges desde o século IV. Hoje está em mãos dos cristãos ortodoxos. É sempre muito misterioso pensar em Jesus submetido às tentações do demônio. Ele, o santo, Ele, um impecável, Ele, que jamais poderia sucumbir à tentação! A Carta aos Hebreus diz que " tendo ele mesmo sofrido pela tentação é capaz de socorrer os que são tentados".(Hb 2,18).
Uma vez que Ele se fez tudo igual a nós, exceto no pecado. Há proveitosas reflexões de comentadores do Evangelho e de mestres espirituais que nos mostram como Jesus passou pelas várias espécies de tentação porque nós passamos, resumidas na gula, na soberba e na avareza. E nos mostrou como é na força da Palavra de Deus que encontramos o meio de resistir às tentações. O nosso Padre Vieira disse elegantemente: "Permitiu pois Cristo Senhor Nosso ser tentado do demônio hoje, não para si honrar com a vitória (que era pequeno triunfo) mas para nos ensinar a vencer com seu exemplo": (Sermão do primeiro domingo da quaresma). Mas, segundo as mais ponderadas considerações dos estudiosos, as tentações visavam o messianismo de Jesus. O demônio queria tirar a dúvida se ele era realmente o Messias. E queria desencaminhá-lo da idéia de um Messias sofredor destinado à morte, com está nas profecias de Isaías, e levá-lo para a idéia de um Messias político e triunfador. São três desafios:
1. "Se és o Filho de Deus".
2. Iguais ao que vai aparecer no dia da crucifixão: "Se és o Filho de Deus, desça da Cruz".(MT 27,40).
3. E, como só podia ser, Jesus resistiu a tudo com divina sabedoria.
Primeiro, foi a tentação de satisfazer a fome. Jesus tinha jejuado 40 dias e 40 noites( Não como os muçulmanos no mês de Ramadã, que jejuam de dia mas comem durante a noite. Teve fome. Na frente estavam as pedras daqueles lugares selvagens. O demônio se aproximou e lançou a tentadora insinuação: "Se és o filho de deus, manda que essas pedras se transformem em pães". E Jesus prontamente respondeu: "Está escrito: não só de pão vive o homem mas de toda Palavra que sai da boca de Deus".( MT 4,4). O demônio, então o arrebata até Jerusalém e o coloca sobre o pináculo do Templo. E lhe diz: "Se és Filho de Deus, atira-te daqui a baixo porque está escrito: Dará ordem a seus anjos a teu respeito a fim de que te guardem". E também: "Hão de ti levar em suas mãos para que não tropeces em alguma pedra".(LC 4,3-4) E a resposta de Jesus foi mais do que pronta: "Foi dito: não tentarás ao Senhor Teu Deus". (LC 4,12). Deus pode fazer milagres e os faz. Porém nunca para satisfazer à vaidade de alguém. Ele os faz, quando assim o determina sua Santíssima vontade. E veio a terceira tentação ( em LC está em segundo lugar). Por não se saber qual o prodígio de fantasmagoria, o demônio levou Cristo ao Cimo de um altíssimo monte donde se viam todos os reinos do mundo com todo o seu esplendor. E lhe disse: "Tudo isso te darei, se prostrado me adorares". Foi quando Jesus respondeu com vibrante energia: "Vai-te, satanás, porque está escrito: "Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele prestarás culto". (MT 4,8-10). Quanta gente perde a dignidade e chega até perder a fé por causa do dinheiro!
É a cobiça do dinheiro, traduzida em todas as formas de especulação, que está desequilibrando nosso país e amargurando a vida dos mais pobres. Se todos lessem o Evangelho ! Quanto mais falta no mundo a Palavra de Deus, quanto mais se alarga a estrada de todas as desordens a lição de Jesus vem nos ensinar como vencer as tentações.
Elas se vencem pela força de Deus. Como fez Jesus que, a cada arremetida de satanás, respondeu com uma Palavra da escritura. Não fez como nossos primeiros pais que confiaram em suas próprias forças e foram derrotados. Temos que imitar Jesus, o novo Adão, e descobrir para nós a força de cada Palavra do Livro de Deus que ele citou:
"Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus". (DT 8,3).
"Não tentarás ao Senhor teu Deus"(DT 6,16).
"Ao Senhor Teu Deus adorarás e só a Ele servirás"( DT 6,13).
Gosto de imaginar a quaresma como um alto e confiante clamor da humanidade periclitante, erguendo-se na direção do céu, pelas vozes de toda Igreja orante.
Três ataques!
Três vitórias!
Tudo pela força da Palavra de Deus!
O demônio então se retirou e os anjos do céu se aproximaram de Jesus para servi-lo. (MT 4,11).
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