Criação e Queda dos anjos

 


Autor: John Nascimento


Estas breves explicações da História da Bíblia destinam-se aos principiantes, que pouco ou nada sabem a respeito da Bíblia, para que não façam um conceito errado de como Deus se revelou ao homem na História da Salvação, e em que os mais entendidos podem fazer uma oportuna reflexão


CRIAÇÃO E QUEDA DOS ANJOS


ANJOS


A palavra ANJO veio directamente do Latim para o Português, Angelus, que por sua vez teve a sua origem no grego Angelos, uma tradução dos Setenta (LXX), do hebraico Mal'ak, e que significa Mensageiro (Espírito Celeste).


Antes da criação do Universo e do homem, Deus criou seres celestes sem conta, chamados anjos.


São puros espíritos belos e poderosos, mais parecidos com Deus do que o homem, porque são espíritos e não têm corpo.


Porque são espíritos assemelham-se a Deus de alguma maneira, mas são inferiores a Deus em poder e dignidade.


Por outro lado eles estão muito acima dos homens porque não têm corpo e podem interceder pelos homens como mensageiros de Deus.


A primitiva crença nos Anjos, parece vir no Antigo Testamento que nos fala no Anjo do Senhor :


- “O Anjo do Senhor encontrou-a junto de uma fonte no deserto, a caminho de Churí”. (Gn.16,7).


- “Deus ouviu a voz do menino, e o Anjo de Deus chamou do céu Agar”. (Gn.21,17).


328. – A existência de seres espirituais, não-corporais, a que a Sagrada Escritura habitualmente chama anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura é tão claro como a unanimidade da Tradição.


Em muitas outras circunstâncias, através do Antigo Testamento, nós podemos encontrar a presença do Anjo do Senhor.


No Antigo Testamento os Anjos eram seres intermediários entre Deus e os homens.


No N\ovo Testamento os Anjos aparecem-nos como seres espirituais com inteligência e vontade livre, pessoas sem corpo, cuja missão é a de nos trazerem as mensagens de Deus.


- “Porque na ressurreição, nem os homens terão mulheres, nem as mulheres terão maridos; mas serão como Anjos de Deus no céu”. (Mt.22,30).


Alguns dos Anjos estão permanentemente perante a face de Deus e assim são felizes na Bem-aventurança :


- “Livrai-vos de desprezar um só destes pequeninos, pois digo-vos que os seus Anjos, nos céus, vêem constantemente a face de Meu Pai que está nos céus”. (Mt. 18,10).


Embora puros espíritos, todavia, para cumprirem as suas missões junto de nós, eles podem assumir uma forma corporal para nós os podermos ver e ouvir.


Segundo a Bíblia, a missão dos Anjos é sempre de uma grande importância, como por exemplo, a Anunciação de Cristo que havia de ser concebido por Nossa Senhora :


- “Ao sexto mês, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um homem chamado José, da casa de David, e o nome da virgem era Maria. Ao entrar em casa dela o Anjo disse-lhe : Ave ó cheia de graça”... (Lc. 1,26).


Depois o Anjo apareceu também a José mais do que uma vez, apareceu aos pastores e em muitas outras ocasiões.


Os Anjos foram criados antes do universo visível.


O demónio e os Anjos maus foram criados bons, mas perderam a sua glória pelas suas próprias faltas.


Os Anjos maus foram afastados por Deus da glória do céu para o Inferno e podem tentar-nos a cometer o pecado.


391. – Por detrás da opção de desobediência dos nossos primeiros pais, há uma voz sedutora, oposta a Deus, a qual, por inveja, os faz cair na morte(cf. Sab.2/42). A Escritura e a Tradição da Igreja vêem neste ser um anjo decaído, chamado Satanás ou Diabo. Segundo o ensinamento da Igreja, ele foi primeiro um anjo bom, criado por Deus. «De facto, o Diabo e os outros demónios foram por Deus criados naturalmente bons; mas eles, por si, é que se fizeram maus»(Conc.IV de Latrão em 1215:DS 800).


Não há uma declaração verdadeira sobre os coros ou as várias categorias dos Anjos. Todavia a opinião corrente é a de que há nove coros formados por Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Principados, Poderes, Virtudes, Arcanjos e Anjos.


Na Sagrada Escritura e nas suas mensagens como intermediários entre Deus e a humanidade, apenas aparecem três nomes de Anjos :


- Miguel, Rafael e Gabriel.


E há ainda os Anjos da Guarda.


QUEDA DOS ANJOS


Nos dias da corrupção de que fala o Génesis no Cap. VI, inclui-se a corrupção das forças celestes..


E S. João, no Apocalipse, escreveu :


- “Travou-se, então, uma batalha no céu : Miguel e os seus anjos pelejavam contra o dragão e este pelejava também juntamente com os seus anjos. Mas não prevaleceram, e não houve mais lugar no Céu para eles. O grande Dragão foi precipitado, a antiga serpente, o Diabo, ou Satanás, como lhe chamam, o sedutor do mundo inteiro, foi precipitado na terra, juntamente com os seus anjos”.(Ap.12,7-9).


Segundo a mentalidade primitiva e as ideias então correntes no judaísmo, havia um lugar nas alturas onde habitavam os anjos bons e os maus. É aí que se situa a grande batalha onde o demónio é derotado pela morte e ressurreição de Cristo, e precipitado na terra.


O Judaísmo posterior tirou daí uma lenda que aparece em vários Apócrifos judaicos. Segundo o que se pode depreender da Segunda Carta de S. Pedro, certos Anjos teriam pecado e, por castigo, teriam sido encadeados nas prisões subterrâneas (Sheol).


- “Com efeito, se Deus não poupou aos anjos que pecaram e os precipitou nos abismos tenebrosos do Inferno, para serem reservados para o juízo...(2 Pe.2,4).


Diz o Catecismo da Igreja Católica :


392. - A Escritura fala dum pecado destes anjos. A queda consiste na livre opção destes espíritos criados, que, radical e irrevogavelmente recusaram Deus e o seu Reino. Encontramos um reflexo desta rebelião nas palavras do tentador aos nossos primeiros pais : “Sereis como Deus”. O Diabo é “pecador desde o princípio”, “pai da mentira”.


Porque os anjos eram espíritos livres, Deus quis pôr à prova o seu amor e a sua devoção.


Nem todos permaneceram fiéis, porque alguns não quiseram servir a Deus por Quem tinham sido criados.


Os que não quiseram aceitar a vontade de Deus, provaram que não eram dignos da glória que Deus tinha reservado para eles


Foi a sua desobediência que gerou a batalha entre Miguel com os seus anjos e Lúcifer com os seus anjos, a que se refere S. João.

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