Destruído o templo, qual o destino dos cristãos?



Autor: John Nascimento





Apesar do conjunto de fortalezas que Josephus, comandante das forças judaicas da Galileia, tinha aí construído, a região foi tomada pelos Romanos.


Josephus foi capturado e viu os despojos da guerra, que ele mais tarde documentara, como prisioneiro; ele depois venceu os Romanos.


As tropas de Vespasiano ocuparam a estrada da encosta e deslocaram-se para o interior, retomando o território até cerca do ano 68 e os Romanos ficaram assim em posição de isolar Jerusalém.


O suicídio de Nero em 9 de Junho de 68, levou a uma temporária acalmia enquanto Vespasiano esperava ordens.


Três Imperadores se sucederam antes que Vespasiano se nomeasse a si mesmo chefe da região.


Navegou para Alexandria e para Roma no ano 70, deixando o seu comando – e o lugar final de Jerusalém – nas hábeis mãos de seu filho Titus.


Quando Titus alcançou os subúrbios da cidade, já tinha 80.000 soldados com ele, e precisava deles.


Jerusalém, embora não conquistável, estava fortemente fortificada.


Por três lados estava naturalmente defendida por vales profundos.


As tropas só podiam atacar pelo Norte, mas aí havia muros e torres numa linha de defesa.


Titus organizou uma clássica defesa militar e, depois de duas semanas, segundo escreveu Josephus, as suas tropas dominaram o primeiro muro.


Cinco dias depois caiu o segundo muro e os legionários entraram, mas «os judeus, constantemente a crescer em número, e em maior vantagem, graças ao seu conhecimento das ruas, feriam multidões de inimigos.


A vitória dos defensores, todavia, foi curta. Titus saiu para a cidade com 5000 soldados que mataram todos os que pretendiam ajudar os judeus que estavam dentro da cidade, o que deu um bom e rápido resultado.


Depois veio a fome, muitos defensores morreram e os seus corpos foram lançados nos vales.


Dentro de um mês as tropas alcançaram o Templo, os defensores recusaram qualquer negociação e eles próprios deitaram fogo a algumas partes do Templo e, quando as tropas Romanas continuaram a incendiar o resto, Titus já os não conseguiu parar e foi assim que todo o Templo foi destruído no ano 70, e com ele toda a cidade ficou arrasada, excepto o monte de Masada onde se refugiaram cerca de 960 homens, mulheres e crianças.


E agora pergunta-se, qual foi o destino dos Cristãos ?


Como a maior parte estava ligada ao Templo, pensa-se que tivessem morrido, todavia segundo o historiador Eusebius, os Cristãos, comandados pela divina Providência, teriam deixado a cidade antes de ser cercada, e estabeleceram-se do lado de lá das margens do Jordão, numa pequena cidade chamada Pella.


Segundo a tradição, teriam voltado mais tarde para a cidade, mas já não eram o núcleo da igreja.


Jesus tinha predito que não ficaria pedra sobre pedra, como se lê em S. Mateus :


- «Vedes tudo isto ? Em verdade vos digo que não ficará pedra sobre pedra, tudo será destruído».(Mt.24,2).


Vieram depois os tempos das atrozes perseguições que duraram cerca de três séculos. Os Apóstolos saíram a pregar e todos deram a sua vida pela fé excepto S. João Evangelista e os Cristãos esconderam-se nas Catacumbas, que eles próprios cavaram, onde viveram e exerceram o culto, e só em 313 com o Édito de Milão, no tempo de Constantino, tudo voltou a uma vida livre, sem perseguições e com possibilidades de exercer livremente o culto.


A nossa fé assenta portanto no sangue dos mártires, cujo testemunho de vida nos dão a inequívoca certeza e inabalável firmeza da nossa fé, de que é fiel depositário o Magistério da Igreja, o qual, ao longo dos séculos tem apurado e estabelecido toda a doutrina pela qual nos devemos orientar e com humildade seguir e pôr em prática.

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