Tito e a destruição do Templo

 


Autor: John Nascimento

A grande revolta dos Judeus contra Roma rebentou no ano 66 e prolongou-se durante quatro anos, levantando muitas das bem disciplinadas Legiões Romanas contra os mal organizados rebeldes judeus.


Sob o comando de Vespasiano, as Legiões de Roma capturaram a maior parte da Palestina.


A guerra culminou com a destruição do Templo de Jerusalém no ano 70.


Durante a queda da cidade, o lugar mais santo de Jerusalém, o Templo de Herodes, ficou envolvido em chamas.


Segundo Flávio Josefo, soldado e historiador de renome do século I, Tito, que substituiu seu pai Vespasiano, na Judeia, quando ele deixou de ser imperador, comandou o corpo das Legiões que capturaram a cidade.


Os Judeus fizeram um esforço heróico para salvar o Templo.


Segundo o Talmude, foi no 9° dia do Av - a tradicional data da destruição do Primeiro Templo - que as portas do Templo começaram a arder.


Enquanto o Templo ardia, os defensores judeus foram mortos.


Muitos deles eram civis, fracos e mal armados, eram mortos onde quer que se encontrassem.


O último reduto, a parte alta da cidade, caiu sob o poder de Roma um mês depois.


Tito ordenou a destruição da cidade e dos seus muros, deixando de pé apenas três torres, como reminiscência do seu passado glorioso e como

fortaleza para a 10a Legião, que ficou de guarda à cidade.


A queda de Jerusalém foi celebrada por Tito como uma grande vitória e, em Roma, foi levantado um grande Arco para assinalar esta efeméride.


Para os Judeus, todavia, o 9° dia de Av, tornou-se um dia de luto e de oração.


Nas subsequentes gerações, o Muro Ocidental (a parte do muro ocidental que suportava o Templo e que permanecia intacta), tornou-se um lugar de peregrinações e de orações para o povo judeu.


Ficou associado com o Muro Ocidental do Santo dos Santos e, portanto, com a Presença Divina.


Uma parte do muro, em particular, tornou-se o lugar do culto e das lamentações.


É o chamado "Muro das Lamentações" ou, em hebreu, o Kotel.


Actualmente, muitos peregrinos de Jerusalém deixam notas - orações e pedidos - entre as pedras do Muro.


Nunca se encontrou nenhuma reminiscência dos vasos sagrados, levados para Roma por Tito e representados no Arco de Roma.


A Arca da Aliança, provavelmente desapareceu antes ou durante a destruição do Primeiro Templo no século VI a. C..


A destruição do Templo eliminou o ponto focal do antigo culto judaico.


O Judaísmo adaptou-se a outras novas e duras realidades.


Os Judeus ficaram a ser um povo sem uma nação própria.


Mas novos líderes foram aparecendo para substituírem os que tinham desaparecido na sua rebelião contra Roma.


A cidade de Jebneel, junto à costa, tornou-se o centro de aprendizagem da Lei.


O bet midrash, ou a casa de estudo, foi fundada e a oração na sinagoga ganhou mais importância.


O Judaísmo, privado do seu centro do culto, desenvolveu um culto novo, mais espiritual e de novas dimensões.


Destruído o Templo, qual o destino dos Cristãos ?

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