Diáspora

 



Depois que Joaquim se tornou rei Nabocodonsor da Babilónia atacou Jerusalém.


Diáspora, Uma palavra grega diaspora que significa dispersão.


Portanto esta palavra Diáspora tornou-se o termo técnico para se referir às

comunidades judaicas que viviam fora da Palestina, durante o primeiro século

a.C. e o primeiro século da nossa era.(d.C).


Todavia o estabelecimento de comunidades de Judeus fora da Palestina começou muito antes, com a deportação dos Israelitas pelos reis de Assíria e de Babilónia nos séculos VIII, VII e VI a.C.


Todas estas comunidades de Hebreus perderam a sua identidade e foram

absorvidas pelas populações em que se integraram, excepto a comunidade que se estabeleceu na Babilónia com Nabocodonosor, que foi a origem do

restabelecimento de Jerusalém durante o governo de Cirus, no século VI.


A comunidade Judaica de Babilónia tornou-se grande e próspera e conservou a sua identidade até à Idade Média.


Havia comunidades judaicas estabelecidas no Egipto desde o século VI a.C.


Já lá existia a colónia Elefantina antes da conquista dos Persas (525-a.C.).


No tempo de Ptolomeu as condições eram favoráveis para a emigração dos

Judeus para o Egipto e assim, o Egipto tornou-se o maior, o mais rico e o

mais influente centro de Judaísmo fora da Palestina (na Diáspora).


No século I da nossa era os Judeus eram numerosos e bem estabelecidos em

Alexandria. Cerca de um quarto da população era formada por Judeus que até tinham uma municipalidade e auto-govemo separados.


O número de Judeus na Diáspora é na ordem dos milhões.


Alguns escolares acreditam que eles constituíam entre 8 e 10 por cento da

população de todo o Império Romano, tal como nos contam os Actos dos

Apóstolos a respeito dos que estavam em Jerusalém no dia de Pentecostes :


- “Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da

Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene, colonos de Roma, judeus e prosélitos,

cretenses e árabes ouvimo-los anunciar nas nossas línguas as maravilhas de

Deus”.(Act.2,9-ll).


Muitas cidades com sinagogas judaicas são mencionadas nos Actos e nas

Epístolas de S. Paulo.


A intenção de Paulo ir a Espanha sugere-nos a ideia de que havia lá colónias

de Judeus.


O Judaísmo da Diáspora era quase exclusivamente urbano e especialmente

concentrado nos grandes centros de Alexandria, Antioquia e Roma.


Muitos dos Judeus da Diáspora eram negociantes e comerciantes e,

consequentemente, pertenciam à classe dos mais ricos de nível económico.


As suas posições nas monarquias Helenísticas e no Império Romano eram muito favoráveis e era a política dos governos garantir a liberdade de religião a estes grupos de Judeus.


Nem sempre tinham direitos de cidadania, mas gozavam de certos privilégios

por causa da sua importância comercial e também por causa dos seus costumes de vida associativa e ordeira que lhes concedia certa igualdade com os que tinham a cidadania.


Por causa das suas crenças religiosas, estavam isentos do serviço militar

obrigatório e era-lhes permitido pagar as taxas para suportar o templo de

Jerusalém.


A partir de Júlio César (44 a.C.) começou a política de conceder a cidadania

Romana em todo o Império Romano.


Muitos Judeus, e entre eles Paulo, já possuíam a cidadania Romana.


Os Judeus da Diáspora consideravam Jerusalém como sua capital espiritual e

recebiam orientações do Chefe de Jerusalém, e eram fiéis às suas práticas

religiosas.


Da sua necessidade de traduções da Bíblia nasceu o Targum aramaico e os LXX (Setenta) grego.


Muitos Judeus da Diáspora procuravam fazer as suas peregrinações a Jerusalém nas festas principais.


As relações dos Judeus da Diáspora com os seus vizinhos nem sempre era boa e por várias razões; especialmente a classe pobre não gostava dos Judeus pelo facto de os verem prosperar.


Outras vezes era por causa do seu exclusivismo religioso e eram considerados supersticiosos por acreditarem na imortalidade.


Esta hostilidade foi expressa na literatura de Posidonius, Apameia, Apollonius Molo, Cícero, Séneca, Persius, Quintilian, Statius, Juvenal e Tacitus.


O favoritismo dos Judeus acabou com a vinda de Calígula no ano 37 que ordenou uma perseguição aos Judeus de Alexandria e mandou colocar a sua

divina imagem no templo de Jerusalém sob pena de assassínio.


Eram frequentes os tumultos entre os Judeus e os cidadãos de Alexandria, o

que deu origem a muitas hostilidades.


O mesmo aconteceu em Antioquia e Roma, pelo que os Judeus foram expulsos por Claudius.


No Novo Testamento fala-se na Diáspora dos gregos :


- “Irá juntar-se aos que estão dispersos entre os gregos a ensinar os gregos” ? (Jo. 7,35) .


E a palavra gregos refere-se aos judeus não palestinianos :


- “Entre os que tinham subido para adorar, no dia da Festa, havia alguns gregos”. (Jo. 12,20).


Como os Judeus da Diáspora acreditavam num só Deus, isso facilitou bastante a difusão do Cristianismo.


Os Judeus voltaram a ser expulsos do seu país por ordem do Imperador Adriano.


Os trabalhadores gregos foram para a Palestina e os Judeus foram disperses por todo o Império.


A revolta dos Judeus durou 18 anos capitaneada por Bar-Kochba que começou com Trajano (98-117) e foi até Adriano ( 117-138).


John Nascimento

Postar um comentário

Deixe seu Comentário: (0)

Postagem Anterior Próxima Postagem