Entendendo o dilúvio

 


Fonte: Escola da Fé, II Sagrada Escritura

Autor: Prof. Felipe Aquino


Quatro capitulos de gênesis (6-9) narram o dilúvio bíblico e significa uma expressão do pecado que, a começar com Adão e Eva vão se alastrando cada vez mais. Esta narração contem, como pode-se notar quando se lê atentamente, repetições e contradições. Os exegetas (estudiosos da bíblia) concluem que a narração é a fusão de dois documentos (fonte Sacerdotal P e Javista J) conservando cada qual os detalhes próprios, sem que o autor sagrado tivesse a preocupação a harmonizá-los entre si. Isto mostra que o autor sagrado não estava preocupado com detalhes menores e visava sim um sentindo mais profundo, uma mensagem religiosa.


Nas tradições dos povos antigos há inumeras narrações de dilúvios. Os estudiosos contam mais de 288 histórias antigas de diluvios e todas com uma base comum: há uma grande catástrofe por conta de uma grande ofensa dos homens contra a divindade. O elemento do castigo que mata os homens e os animais pode ser a água, o fogo, o terremoto, etc.


Nas Babilônia há quatro versões semelhantes de dilúvio, semelhantes aos da Bíblia. Note que Abrãao foi oriundo da Mesopotâmia. Aos olhos da ciência é certo que não houve um único diluvio universal, mas muitos povos guardaram a lembrança de um diluvio local.


Quando o texto biblico fala de "terra inteira" e "todos os homens" não fala em sentido geográfico, mas religioso, hiperbólico ( Gen. 41,54.57; Dt 2,25 ; II Cr 20,29 ; At 2,5 ) isto é, o gênero humano para o autor sagrado se reduzia àqueles que transmitiam os valores religiosos da humanidade.


A mensagem do relato do diluvio (Gen 6-9) quer mostrar o seguinte:


1- Deus é santo é puro;


2- Deus é justo; não pode deixar omal imperar;


3- Deus é cleemente ; convida a conversão antes de corrigir;


4- o diluvio marca o fim de um periodo da história religiosa da humanidade e marca o início de uma nova era; é como se fosse o início de um mundo novo, onde Deus faz a aliança com Noé, o "pai" da nova humanidade;


5- Noé é uma imagem de Cristo. Noé salvou a humanidade pelo lenho da arca, Cristo vai salvá-la pelo lenho da cruz, do diluvio do pecado.


6- A arca de Noé é uma figura da Igreja, assim como ninguém sobreviveu fora da arca, ninguém se salva fora da Igreja. Todos que se salvam , mesmo que não pertençam a Igreja , se salvam por meio de Cristo e da Igreja, ainda que não saibam disso;


7- As águas do diluvio são a figura do Batismo, que pela água dá vida aos fiéis e apaga os pecados;


8- o diluvio, como nova criação, prefigura "os novos céus e a nova terra" (II Pe 3,5-7,10) que haverão no fim da história.

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