Autor: John Nascimento
Jerusalém era o zumbido de uma colmeia em plena actividade nos seus dias normais, mas nos dias de festa, as suas encostas e ruas estreitas estavam apinhadas de peregrinos, tal como os costumados trabalhadores, escravos, negociantes e altos funcionários com os seus ajudantes.
Os lugares públicos e as praças dos mercados eram muito mais agitados e, provavelmente mais activos do que fora dos muros.
O caminho para o Templo deve ter levado Jesus e a sua família através do tradicional mercado situado na ravina mais baixa da cidade, o Vale de Tyropoeon, ou Vale dos fabricantes de queijo.
Aqui, a sua paisagem do centro religioso devia estar bloqueada por enormes blocos dos muros, aparentemente oportunos para descansar.
Restaurados por Herodes, os muros do Templo eram de impressionantes medidas, em que alguns blocos pesavam mais de cem toneladas.
Nada, na experiência de Jesus, o teria preparado melhor para as suas actividades e obrigações aqui – a discussão dos preços, os insultos e ofensas, a intemperança dos compradores e vendedores.
Expostos sobre as mesas havia artigos normais e de luxo, para todos os preços e para todos os clientes.
Senhores e escravos, todos compravam, cada um na medida das suas possibilidades.
Os proprietários traziam os frutos da terra.
As ruas estavam obstruídas com muitos animais domésticos incluindo os que se destinavam ao sacrifício no Templo.
Cada habitante das aldeias, como a família de Jesus, com as suas roupas mais rústicas, provavelmente atraía as atenções de muitos desesperados vendedores ambulantes, de pedintes e até de ladrões.
Pessoas desempregadas, procuravam as cidades em busca de trabalho e cada uma delas era um constante problema em Jerusalém, em que muitos se viam obrigados a viver da sua indigência.
Enquanto seus pais caminhavam entra a balbúrdia dos que caminhava para o ponto focal de Jerusalém, o Templo, Jesus deve ter colhido algumas recordações de outras arquitecturas de Herodes.
Os caminhos das famílias não deve ter sido, provavelmente, através das partes altas da cidade - onde residiam isoladas, as famílias mais ricas em palácios mais sumptuosos – mas devem ter passado junto das torres da cidadela, junto ao palácio de Herodes (ainda hoje existe uma torre, como base da estrutura conhecida por Torre de David).
Junto ao Monte do Templo deviam ter sido as Torres de Antónia, a enorme fortaleza assim chamada em honra de Marco António, o primeiro benfeitor de Herodes, e hoje quartel general da guarnição militar de Jerusalém.
A história dos Judeus andou sempre ligada com Jerusalém, desde o tempo em que o rei David, o mais credenciado chefe de todas as nações, fez dela a sua capital, quando a conquistou 1000 anos a.C.
Mas a pré-Israelita cidade já existia desde o século XIX a.C. quando «Rushalimum» foi mencionado nos textos do Egipto.
Mais tarde, «Urusalim» apareceu nos recordes da corte do Faraó Akhenaten e sua esposa Neferiti.
Os peritos continuam a debater sobre o significado original do nome da cidade ; muitos concordam que provavelmente é honrado Shalim, a deusa Canaanita cujo nome veio também associado com a palavra hebraica shalom, que significa paz.
Quando, no século XIII a.C. Josué conduziu os Hebreus através do rio Jordão, na terra de Canaã, chamaram à cidade Jebus e os seus ocupantes ficaram conhecidos por Jebusitas, governada por Adonizedek.
Embora Josué conquistasse o terreno anexo, o pátio, todavia ele não ocupou a cidade.
Apesar da sua posição naturalmente protegida, a área oferecia poucas vantagens.
Não era junto a qualquer rota das caravanas ; pouca porção do seu solo era cultivável para obter alimento ; não havia muita água, a não ser nas regiões chamadas pela Bíblia Gihon (também conhecidas hoje por Fonte da Virgem e fontes de Santa Maria).
Uma vez que as fontes estão fora dos muros da cidade, foi construído um túnel para obter água para a cidade.
A piscina de Siloam, alimentada pelas antigas fontes de Gihon, tem sido a origem das águas desde 700 a.C. quando o rei Hezekiah mandou construir um túnel através das rochas calcárias junto à cidade.
Foram construídas várias cisternas para armazenar as águas das fontes.
Foi através deste túnel que Joab, chefe militar das tropas de David, entrou na cidade.
No tempo de Jesus a cidade já tinha outras piscinas com águas de outras fontes.
Os Romanos construíram um aqueduto de cerca de 60 quilómetros desde uma fonte junto a Hebron
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