Jerusalém - as portas da cidade

 


Autor: John Nascimento


Jesus, e a sua família, percorreu as encostas mais próximas de Jerusalém, as que ajudam a proteger a cidade da parte Norte, a parte rural que se estende na sua frente, talvez pela primeira vez desde a sua infância, uma das maiores cidades do seu tempo – uma cidade que havia de ser descrita por Plínio como «de longe a mais famosa cidade, não só da Judeia, mas de todo o Oriente».


Na sua terra, Nazaré, durante os regulares serviços das Sextas Feiras e dos Sábados, Jesus, como todos os outros rapazes do seu tempo, deve ter ouvido falar do culto e da história dos Judeus.


Como parte desta prática religiosa, Jesus aprendeu que a cidade foi fonte de grandes tradições de profundo significado – o fulcro de uma nação judaica de uma precária e perturbada existência.


Mas estes conhecimentos prepararam Jesus para a realidade que ele ia encontrar numa sede de poder político, de fervor religioso e de cultura judaica.


Depois de algumas décadas, graças às ambições e gostos de Herodes o Grande, Jerusalém transformou-se numa base extraordinária de uma magnífica arquitectura.


Lugares maravilhosos, nobres edifícios públicos, fortes muralhas de defesa, e o grande Templo, lado a lado com as grandes praças públicas sempre bem frequentadas, ruas estreitas, aglomerados conjuntos de casas que eram o legado histórico da cidade.


Junto aos grandes portões da cidade, por força das multidões que acorriam à cidade, havia as bancadas dos negociantes e bancários, bem fornecidas de atractivos objectos para negócio.


Nas encostas e nas planícies até ao Jardim das Oliveiras, estavam armadas muitas tendas, que serviam de acampamento para muitos peregrinos, durante os breves dias das celebrações pascais.


Em destaque estava, portanto o Templo – a jóia e o coração de Jerusalém, e a nação dos Judeus.


Testemunho de cerca de uma centena de anos de uma especial tradição (como fruto de um extraordinário poder financial do rei Herodes) o santuário era um lugar terrível e arrebatador.


Magnificente sobre o Monte, erguia-se isolado da cidade por um largo pátio, de longe suficiente para instalar 20 campos de Futebol.


Os seus muros reluziam como a neve das montanhas, segundo escreveu Josefo, e em muitas partes com aplicações de oiro que brilhava à luz do sol e encantava os olhares.


Os grupos de Caravanas de Nazaré devem ter ficado fora dos portões da cidade e apenas alguns conseguiram visitar o Templo.


Algumas autoridades pensam que o acampamento de Nazaré devia ser todos os anos na mesma área, provavelmente no Monte das Oliveiras a Leste da cidade.


Assumindo que na peregrinação da Páscoa Jesus se tivesse introduzido na cidade santa, parece natural que José e Maria o tivessem levado a visitar o Templo, para fazerem as suas ofertas pessoais, antes dos ritos finais da semana da Páscoa.


A entrada na cidade santa devia ter impressionado Jesus da Galileia, numa antevisão do que viria ser mais tarde e a sua entrada Triunfal, que costumamos celebrar no Domingo antes da Páscoa..


Nascido e criado numa aldeia da Galileia, e introduzido assim no mundo cosmopolita de Jerusalém, Jesus deve ter tido as suas próprias impressões.

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