Maria Correndetora, Advogada e Mediadora de todas as Graças

 


Respostas as Perguntas mais Frequentes

Dr. Luís Bejar Fuentes - Vox Populi Mariae Mediatrici

Fonte: Corazones

Tradução: Rogério Hirota


Encontramos nas Escrituras a sustentação para o dogma proposto a "Maria como Co-redentora, Mediadora de todas as Graças e Advogada"?


A Redenção


A salvação da humanidade nos foi dado pelo único Filho de Deus, Jesus Cristo. A Paixão e Morte de Cristo, nosso único Redentor, não foi somente um pagamento suficiente mas "superabundante" para a culpa humana e toda sua consequente divida de castigo. Mas quis Deus que este trabalho de salvação fosse ganho através da colaboração de uma mulher, respeitando sempre sua livre vontade. "Ao chegar na plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de Mulher"(Gal 4).


Co-redentora nas Escrituras


Dentro das Escrituras temos, antes de tudo, a revelação de Deus que dentro de seu plano de redenção teria a colaboração de duas pessoas: a "mulher" e sua "descendência". Isto nos está revelado no livro do Gênesis 3,15: "Porei odio entre ti e a mulher, entre a tua descendencia e a dela. Esta te ferirá a cabeça..."


Esta passagem da Escritura prefigura Maria com seu divino Filho, na promessa da vitória sobre a serpente. Revela a vontade de Deus, que desejou que a "mulher" compartilhasse do mesmo "inimigo" (em oposição absoluta), entre ela e a serpente, do mesmo modo que o faz sua "descendência", Jesus Cristo. Esta grande luta e vitória sobre a serpente prefigura o trabalho divino da redenção levada por Jesus Cristo, com a íntima colaboração da Mãe do Redentor neste trabalho Salvífico.


Esta "colaboração", "cooperação" ou "participação" da Mãe de Jesus com seu Filho no trabalho redentor da salvação, é mencionado pela Igreja como "co-redenção Mariana", ou mais especificamente, Maria é mencionada como " Co-redentora com o Redentor". Sempre aparece como uma participação secundária, subordinada e nunca a coloca em um nivel de igualdade com o Único Redentor, Jesus Cristo, nem tampouco retira em absolutamente nada a gloria de seu Filho. Deus escolheu dar ao homem seus atributos e suas tarefas. Deus é infinito e compartilhar de si mesmo não reduz sua gloria, mas permite brilhar ainda mais esplendorosamente.


A Anunciação (Lc 1:26-28) proclama a grande tarefa da salvação e também descobre a participação de duas pessoas: O Redentor e a Mãe do Redentor. O Senhor faz o pedido a Virgem para dar seu livre e total consentimento em conceber este filho, Ela não é um mero recipiente passivo da mensagem, mas lhe é dado um lugar ativo, o céu esperava sua livre eleição. É precisamente por seu livre consentimento em colaborar no plano salvífico de Deus, que se converte na Co-redentora.


A profecia de Simeão , "E uma espada transpassará a tua alma" (Lc 2:35), afirma a singular participação de Maria no trabalho da redenção, visto que a adverte que terá de sofrer uma dor indescritivel e que atravessará sua alma, para a salvação da humanidade.


No Livro de Joao 19:25 nos relata a passagem sobre a Mãe de Jesus ao pié da cruz, perseverando com Jesus na terrivel hora da agonia, e com isso sofrendo, a morte de seu Filho. Portanto, também em seu proprio sofrimento, a Mãe do Redentor participa na missão redentora de Jesus Cristo. Esta é a "co-redenção Mariana", mais perfeitamente formulada no termo: "Co-redentora".


A providência misteriosa e misericordiosa de Deus, quis não somente que o homem fosse redimido pelo Sangue de Cristo, mas também dar-lhe uma participação na missão redentora. Maria como nossa "bondade" não faz de Deus menos bondoso, nem tampoco sua participação no plano salvífico retira de Jesus seu lugar excepcional como Redentor.


O Papa João Paulo II disse em seu discurso realizado no santuario Mariano de Guayaquil em 1985:


"Maria nos precede e nos acompanha, O silencioso intinerário que inicia com sua Imaculada Conceição, passa pelo 'sim' de Nazaré que fez a Mãe de Deus e se encontra no Calvario um momento particularmente anunciado. E também estando ali naquele momento, aceitando e assistindo ao sacrificio de seu Filho, Maria é a aurora da Redenção, crucificada espiritualmente com seu Filho crucificado (cf. Gal 2:20), contemplava com caridade heróica a morte de seu Deus, "consentindo amorosamente na imolação da Vítima que Ela mesma havia gerado" (Lumen Gentium, 58) ... no Calvario, Ela uniu a si mesma com o sacrificio de seu Filho que resultaria na formação da Igreja, seu coração materno compartia profundamente a vontade de Cristo 'de reunir em um todos os filhos de Deus que estavam dispersos" (Jo 11:52). Havendo sofrido pela Igreja, Maria merecia converter-se na Mãe de todos os discipulos de seu Filho, a Mãe da sua unidade ... Efetivamente assim, o lugar de Maria como Co-redentora não cessou com a glorificação de seu Filho" (Inseg. VIII/I (1985) 318/319 [ORE 876:71).


Chamamos María de Co-redentora, porque toda sua vida foi dada na missão redentora de seu Filho, que chegou a seu clímax ao pé da Cruz no Calvario.


Verdadeiramente no Calvário, a Mâe de Jesus se converteu, através de seus sofrimentos com o Redentor, na Mãe de todos os povos.


Mediadora na Escritura


Jesus é o único mediador entre Deus e os homens (cf. 1 Tm 2:5), mas todos nós Cristãos somos chamados a participar na mediação de Jesus Cristo. Todos nós batizados participamos na mediação de Cristo quando oramos uns pelos outros. Em nossas obras de caridade e evangelização,"mediamos" Cristo as pessoas. Deus pediu a Santíssima Virgem Maria que tomasse parte na mediação de seu divino Filho de uma maneira única e privilegiada, como nenhuma outra criatura.


O título de "Mediadora de todas as Graças" é apropriado para Maria, simplesmente porque de fato deu a Jesus sua natureza humana. Ao aceitar o convite de ser sua Mãe, se transformou na "portadora de Deus" e portanto nos media a Jesus Cristo, autor de todas as graças. Assim sendo, a Anunciação (Lc 1:26-38) é um evento de mediação da parte de Nossa Senhora, ao se encontrar "no meio", isto é, entre Deus e nós aceitando livremente se daria ou não a carne para a segunda pessoa da Trinidade.


"Mediadora de todas as Graças" também é um título que se encaixa a Santíssima Virgem, na luz de Lucas 1:41, que através da presença física de María media a graça para João Batista ainda não nascido, ao levar a presença do Redentor em seu seio, resultando na santificação de João.


Também vemos a mediação de María nas Bodas de Caná (cf. Jo 2:1-11), e ainda mais claramente vemos aos efeitos de sua mediação: "Assim então Jesus, em Caná da Galilea, inicia aos seus sinais. E manifestou sua gloria, e seus discípulos creram nele".


Enquanto nosso Senhor estava morrendo na Cruz, deu a sua Virgem Mãe o novo titulo de Mãe de todos os Cristãos: "Mulher, eis ai teu filho!... eis ai tua mãe!" (Jo 19:26-27). Ao mandato do Senhor, a Santíssima Virgem se converte em Mãe de todos os Cristãos (e universalmente na Mãe de todos os povos), e a partir deste momento é chamada a exercer seus deveres sobrenaturais como nossa Mãe espiritual. Isto com toda a certeza significa que tem a tarefa de alimentar aos seus filhos, e que o faz mediando as graças da Redenção de Cristo para a humanidade. Portanto, é a "Mediadora de todas as Graças".


Advogada nas Escrituras


O uso escriturístico do termo "advogada", significa literalmente "chamada a ajudar". Jesus e o Espírito Santo são "Advogados" diante o Pai no plano da salvação humana; Jesus nos redime, o Espírito Santo nos santifica. Dizemos que Maria é Advogada, porque sempre intercede por nós orando diante seu Filho Jesus Cristo em nosso favor.


As escrituras manifestam colocando a Mãe de Jesus no plano de salvação, como a Advogada das necessidades da familia humana.


No Antigo Testamento, a grande tradição da "Rainha Mãe", manifesta o lugar da mãe do Rei Davi como a principal Advogada do povo de Israel diante seu filho, o rei (Cf. 1 R 2:19). Isto prefigura harmoniosamente o lugar de Maria como Advogada, diante de Jesus Cristo, o Rei dos reis entre a historia humana, assim também María, a "Rainha Mãe" do Novo Testamento, se transforma na Advogada do Povo de Deus, Maria foi nossa Advogada na Anunciação, quando aceitou participar, por nós, o plano de Deus para a salvação do gênero humano (Cf. Lc 1:26-38).


Nossa Senhora também manifestou sua advogacia nas bodas de Caná (Cf. Jo 2: 1-11), aonde intercedeu por uma necessidade específica das pessoas durante as bodas, e como Advogada conseguiu obter de seu Filho o que era necessario (cf. Jo 2:8-10). O Papa João Paulo II referindo-se a esta passagem da Escritura, diz que Maria é a "divulgadora da vontade de seu Filho", e que "Ela sabe que pode dizer a seu Filho as necessidades da humanidade, e de fato, tem o 'direito' de faze-lo " (cf. Redemptoris Mater, n. 2 1 ).


No Pentecostes, Maria intercede "na oração" como nossa Advogada para a vinda do Espíritu Santo, nosso Advogado divino. (cf. Atos 1:14).


Em João 19:26, Maria nos é dada como Mãe. Como Mãe de todos os Cristãos exerce sua função de Advogada do povo de Deus, uma função que não termina despois de sua Assunção aos céus. O Concilio Vaticano II declara: "Por sua maternidade, cuida da irmandade de seu Filho, mesmo que viaje em terras rodeada de perigos e dificuldades, até que seja conduzida a casa santa" (Lumen Gentium, n. 62).


Encontramos sustentação na fé da Igreja primitiva para este Dogma ?


Co-redentora na Igresja primitiva


O lugar corredentivo de Maria com nosso Senhor na obra da salvação, surge na Igreja primitiva como um tema muito importante, começando com São Justino e Santo Ireneu no Século II. Utilizaram da imagem do "Novo Adão" (Jesus) e da "Nova Eva" (Maria): A vida da graça, que o primeiro Adão e a primeira Eva juntos perderam para a humanidade, foi reestabelecida pelo Novo Adão e a Nova Eva juntos; a virgem Eva cooperou internamente com Adão, através de sua desobediência, no pecado em que se perdeu a vida da graça para o gênero humano (cf. Gen 3:6); a Virgem Maria, com sua obediência ao Pai (Cf. Lc 1:38), cooperou interiormente com Jesus Cristo, e o Novo Adão, na salvação do gênero humano através de sua redenção.


A participação sem igual de Maria na redenção da raça humana como a Nova Eva, foi um ensinamento universal Cristão na Igreja primitiva. De fato, o grande erudito Patrístico, John Henry Newman, diz que "no tempo de São, Jerónimo (331-420), o contraste entre Eva e Maria é citado de modo a quase ser um proverbio". São Jerônimo anotou: "Per Evam mors, per Mariam vita" ("Através de Eva a morte, através de Maria a Vida").


Mediadora na Igreja primitiva


Para o século IV, os Padres da Igreja manifestaram um profundo entendimento da função de Maria como Mediadora. São Efraín disse referindo-se a Santíssima Virgem: "Com o Mediador, tu és a Mediadora do mundo inteiro" (S. Ephaem, Syri opera graeca et latine, ed, Assemani, v. 3, Romae, pp. 525, 528-9, 532), Em um dos seus maiores e mais importante sermões Marianos da antiguidade, São Cirilo de Alexandria disse: "Deus te salve Maria Theotokos, veneravel tesouro do mundo ... é através de ti que a Santíssima Trinidade é glorificada e adorada...através de quem o tentador, o demonio é expulso do céu, através de quem a criatura caída é elevada ao céu, através de quem toda a criação uma vez aprisionada pela idolatria, tem chegado ao conhecimento da verdade, através de quem o santo batismo tem chegado aos batizados, através de quem as nações são levadas ao arrependimento..." (Hom. In Deiparam, PG 65, p, 68l), padre Bostra, outro Padre do Concilio de Efeso (43l), escreveu: "Deus salve a ti que agradavelmente intercedes como uma Mediadora para a humanidade".


Santo André de Creta, São João Damasceno, São Germano de Constantinopla, São Pedro Damião, São Bernardo de Clairvaux e São Bernardino de Sena, falaram, quer seja explicitamente de María como Mediadora de todas las Graças ou explícitamente da mediação Mariana. Tais mençãos foi muito e frequentemente repetido pelos Doutores da Igreja, místicos, santos e escritores através da Idade Media até a era moderna. Por exemplo, São Bernardo de Claivaux assegurou: "Deus não quer que não recebamos nada que não tenha passado pelas mãos de Maria" (Hom, III in vig. Nativit., n. 10, PL 183, 100).


Advogada na Igreja primitiva


A Igreja primitiva foi rápida em confirmar o lugar de Maria como Advogada no plano da salvação de Deus. Já no Século II Santo Irineu disse: "E enquanto Eva havia desobedecido a Deus, Maria foi fiel em obedecer a Deus,de modo que a Virgem Maria se converteu em advogada (advocata) da virgem Eva" (Adversus Haereses V, C. 19, l), Santo Efraín chamou Maria de "Advogada amiga dos pecadores" (S. Ephaem Syri tesfim, de B.V.M. mediatione, Ephemerides Theologicae Lovanienses, IV, Fasc. 2, 1927). Outros Padres da Igreja que se referem a advogacia de Maria foram: São Germano de Constantinopla, São Romanos o cantandor e São Bernardo de Clairvaux.


Também devemos notar que as antigas orações Marianas manifestavam confiança no poder da intercessão maternal de Maria, nos tempos difícieis para seus filhos espirituais na fé. Uma dessas orações foi a de Sub Tuum (Seculo I): "Sob a tua misericórdia nos refugiamos, Mãe de Deus! Não deixes de considerar as nossas súplicas em nossas dificuldades. Mas livra-nos do perigo, única casta e bendita! ".


A advogacia de Maria não implica de maneira nenhuma que não podemos rezar diretamente a Deus por nós; Jesus mesmo nos ensinou a rezar o "Pai Nosso" que está nos céus. Os Cristãos tem reconhecido, há muito tempo, a poderosa intercessão de Nossa Senhora diante de Deus, e portanto, a invocado desde os primeiros dias da Igreja para que unam as suas orações aos de seus filhos, como podemos ver na oração de Sub Tuum.


A designação de Maria como Co-redentora ou Mediadora de todas as Graças tira a singularidade e a suficiência de Jesus Cristo, o único Redentor e o único Mediador?


Jesus Cristo como verdadeiro Deus e verdadeiro homem redime a familia humana, enquanto que Maria como Co-redentora, participa com o Redentor em seu único e perfeito Sacrificio de uma maneira completamente subordinada e dependente.


A palavra chave aqui é a "participação" naquilo que é exclusivamente verdade de Jesus Cristo. O título de "Co-redentora" nunca coloca Maria a um nivel de igualdade com nosso Senhor; ao contrario, se refere a participação única e íntima de Maria com seu Divino Filho na obra da redenção.

"Co-redentora" é uma palavra latina; o prefixo "co" neste título, se deriva da palavra em Latín "cum", que significa "com" e não "igual a". Os sofrimentos de Maria são eficazes para a redenção do homem, porque estão totalmente enraizados nas graças redentivas de Cristo e unidas a Sua vontade redentora.


Igualmente, como Mediadora, a Mãe de Jesus não "rivaliza" com a mediação de Cristo, mas participa na única mediação de Jesus Cristo. Imaginemos a água de um tanque que chega as pessoas através de um sistema de aquadutos ou canais. Por analogia, Jesus é o "tanque" infinito de toda graça, na qual nos é distribuida através de Maria. Jesus, o único mediador, não exclui mediadores secundarios e subordinados. Na audiência de Mércoles em 1 de Outubro de 1997, o Papa João Paulo II fala sobre este tema específico:


"A mediação maternal de Maria não obscurece a única e perfeita mediação de Cristo. Em verdade, depois de chamar Maria 'Mediadora', o Concilio é cuidadoso ao explicar que isto "Não toma nada nem agrega nada a dignidade e eficacia de Cristo o único Mediador' (Lumen Gentium, n. 62) ... Adicionalmente, o Concilio estabelece que 'a função de Maria como Mãe do homem de nenhuma maneira obscurece ou diminue esta única mediação, mas mostra seu poder' (Lumen Gentium, n. 60).


"Portanto, longe de ser um obstáculo ao exercicio da única mediação de Cristo, Maria coloca em evidência sua fecundidade e eficacia ... Ao proclamar a Cristo o único mediador (cf. 1 Tm 2:5-6), o texto da Carta de São Paulo a Timoteo exclue qualquer outra mediação paralela, mas não a mediação subordinada. De fato, enfatizando a única e exclusiva mediação de Cristo, o autor pede 'que as súplicas, orações, intercessões e agradecimentos sejam feitos por todos os homens (2:1). as orações não são por acaso uma forma de mediação? Na verdade, de acordo com São Paulo, a mediação única de Cristo estimula outras formas de mediação dependentes e ministeriais. Ao proclamar a singularidade da mediação de Cristo, o Apóstolo somente tenta excluir a qualquer mediação autônoma ou rival, e não outras formas compativeis com o valor infinito da obra do Salvador.


"De fato, 'assim´ como o sacerdocio de Cristo é compartilhado de varias maneiras tanto com os ministros como com os fieis, e a bondade de Deus é radiada de diferentes maneira entre suas criaturas, assim também a única mediação do Redentor não exclue, mas faz surgir uma cooperação múltipla que não é outra coisa senão que a participação da mesma fonte' (Lumen Gentium, n.62) ... Em verdade, a mediação maternal de Maria é mais uma dádiva do Pai para a humanidade' (Papa João Paulo II, 1 de Outubro de 1997).



Esta página es obra de Las Siervas de los Corazones Traspasados de Jesús y María.

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