O protestantismo na visao do Bispo de 1962

 


Fonte: Agnus Dei
Autor: prof. Carlos Martins Nabeto


Como disse D. Columba Marmion em 1962:


"Mas Cristo deixou-nos para subir ao céu. Que tem Ele para o podermos reconhecer como Chefe? Legou os seus poderes à Igreja:

'Data est mihi omnis potestas in caelo et in terra; euntes ergo docete omnes gentes servare omnia quaecumque mandavi vobis" (Mat XXVIII, 18ss).

'Todo poder me foi dado pelo Pai: ide, pois, em virtude deste poder que a vós delego, e ensinai todas as nações a guardar os meus preceitos. Aquele que vos ouvir, a mim ouve; aquele que vos desprezar, a mim despreza'.

A Igreja está investida do poder de Jesus Cristo; fala e manda em nome de nosso Senhor. A essência do catolicismo está na submissão da inteligência à doutrina de Cristo transmitida pela Igreja. e na submissão da vontade à autoridade de Cristo, exercida pela Igreja.

É nisto que está a diferença entre protestantes e católicos. Com efeito, esta diferença não se mede pela maior ou menor soma de verdades reveladas admitidas por uns ou pelos outros; há protestantes que aceitam materialmente quase todos os dogmas; apesar disso, continuam protestantes até os ossos.

A diferença é muito mais profunda e radical. Está formalmente na atitude de dependência, de submissão da inteligência e da vontade à autoridade viva da Igreja, que ensina e governa em nome de Jesus Cristo. O católico aceita o dogma e, por ele, regula a sua vida, porque vê na Igreja, e no seu Chefe Supremo, o Sumo Pontífice, outro Cristo, que ensina e governa em nome do Filho de Deus. O protestante admite tal ou tal verdade porque a descobre - ou pensa descobri-la - pelas suas próprias luzes; ficando-se no livre exame, não querendo depender de ninguém mais do que de si mesmo. Examina a Bíblia à luz unicamente da razão; faz nela uma seleção; cada qual escolhendo nela o que lhe apetece; é para si mesmo seu soberano pontífice.

O protestante 'admite', o católico 'crê'. O católico recebe a Igreja como um 'alter Christus', um 'outro Cristo'; quando ela fala, ele se submete, com toda a obediência, como ao próprio Cristo." ("Jesus Cristo, Ideal do Monge", D. Columba Marmion, pp 371s, ed. Ora & Labora, 1962).

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