Origem do Novo Testamento

 


Autor: John Nascimento

Os 46 Escritos que os Católicos reconhecem como Antigo Testamento, foram escritos, editados e catalogados durante um período de muitos séculos.


Os 27 Escritos que, tanto os Católicos como os Protestantes aceitam como o "Cânon do Novo Testamento", foram catalogados num período relativamente mais pequeno, cerca de três séculos.


Durante os dois ou três primeiros séculos do Cristianismo, os Cristãos não tinham um Novo Testamento em que pudessem ter confiança e certeza de que tudo quanto estivesse escrito fosse uma verdade divinamente inspirada.


Circulavam apenas entre eles as Cartas de S. Paulo e de mais alguns Apóstolos e havia várias tradições (factos que passavam de boca em boca, de geração em geração), acerca de Jesus, dos Seus ensinamentos e dos factos da Sua vida, paixão, morte e ressurreição.


Vinte ou trinta anos depois da morte e ressurreição de Jesus começaram então a ser compiladas as "folhas soltas" que circulavam e apareceram os Evangelhos, conforme nos conta S. Lucas :


- “Já que muitos empreenderam compor uma narração dos factos que entre nós se consumaram, como no-los transmitiram os que desde o princípio foram testemunhas oculares e se tornaram servidores da Palavra, resolvi eu também, depois de tudo ter investigado cuidadosamente desde a origem, expor-vos por escrito e pela sua ordem, ilustre Teófilo, a fim de que reconheças a solidez da doutrina em que fostes instruído”. (Lc. 1,1-4).


Todavia, além dos quatro Evangelhos hoje reconhecidos e aceites pelos Católicos, houve outros Evangelhos (sobre a vida e ministério de Jesus), que circularam entre a primitiva Igreja cristã.


Mas nem todos estes Evangelhos estavam em perfeito acordo em alguns pontos, pelo que não davam garantia da verdade, e não são hoje aceites como inspirados.


Mas as Cartas de Paulo e de outros Apóstolos, circulavam e eram aceites como doutrina verdadeira pela primitiva Igreja e estão hoje incluídas no Novo Testamento.


As dúvidas que os primitivos Cristãos tinham a respeito dos primeiros escritos e tradições, era sobre Quem é que decide quais são os verdadeiros escritos e as verdadeiras tradições.


Quem nos garante a verdade ?.


A resposta estava fundada na promessa de Jesus, que havia de enviar o Espírito Santo para guiar a Igreja e reconhecer os Escritos que Ele tinha inspirado.


Este trabalho foi feito pelos anciãos, ou Bispos, que têm a responsabilidade do ensino correcto da doutrina da Igreja.


No século V os Bispos da Igreja chegaram a um comum acordo a respeito dos Livros dos Evangelhos e das Cartas dos Apóstolos que tinham sido inspirados pelo Espírito Santo.


E assim nasceu o Novo Testamento que é substancialmente o que temos ainda hoje.


É por isto que os Católicos consideram a Bíblia como o Livro da Verdade, porque é um produto da tradição da Igreja, através do julgamento e descernimento da Igreja presidida pelos Bispos da Igreja.


Os Católicos acreditam que os Bispos são os descendentes directos dos Apóstolos e continuam no seu papel de autenticamente proclamar e interpretar a Bíblia sob a inspiração do Espírito Santo.

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