Os Lefebvristas e a suposta nova missa

 


Fonte: Missioneiros da palabra

Autor: Martin Zavala M.P.D.

Tradução: Rogério Hirota


Não podemos nos silenciar que a postura destes irmãos lefebvristas frente a Missa, a que chamam nova, é simplesmente demente, pois pretendem afirmar que o rito utilizado é falso.


Estes irmãos lefebvristas parecem não dar-se conta que existe um rito essencial, que sublinha a todos os ritos, que é o mesmo rito eucarístico pela qual se imola sacramentalmente o Sacerdote principal oferecendo-se ao Pai. O rito essencial, que é o que faz Cristo em cada Missa como Sacerdote principal, é igual em todas as tradições litúrgicas, em todos os ritos "secundários", já que o Sacerdote principal é sempre o mesmo: Jesus Cristo; a Vítima é sempre a mesma: Jesus Cristo; o Ato Oblativo é o mesmo e do mesmo Jesus Cristo.


Se a Missa fosse distinta pelo sacerdote secundario- também as Missas de São Pio V seriam diferentes umas das outras, porque em umas o celebrante é baixo, em outra alto, magro, gordo, fraco, antipático, jovem, idoso, uns lêem o latím com acento francês, outros com acento alemão, etc.


Que existe arbitrariedades e abusos litúrgicos entre os celebrantes do rito de Paulo VI o sabemos, não as negamos e as reprovamos, mas tambén as houve no rito codificado por São Pio V: houve os que celebravam 7 Missas aos Domingos; quem em 10 minutos chegavam ao "Ite, Missa est"; quem repetisse 10 vezes "hoc", etc.,etc.,etc.


Pensar o contrário é não dar conta que sempre estará presente a debilidade do sacerdote secundario, que sempre e com toda verdade, golpeando-se o peito deve dizer: "e a nós, pecadores, servos teus...". Os abusos litúrgicos devem ser denunciados, mas corresponde aos bispos reprimi-los; se eles não o fazem como deveriam, Deus será quem os julgará, mas eafirmar que por isto as Missas são invalidas é uma verdadeira ignorância sobre o que é a realização deste sacramento.


Dizer que o "novo" rito vem e vai como a heresia protestante e "que compromete a fe", é como dizer que Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II, que a celebraram, são hereges. E também o seriam quem os lefebvristas citam como "autoridades": o Card. Ratzinger, Mons. Tortolo, Mons. Bolatti, os padres Julio Meinvielle, Leonardo Castellani, Alberto Ezcurra, Alfredo Sáenz, Carlos Biestro e os mesmos Schillebeeckx e Congar, todos os quais celebraram e celebram - os que vivem - a Missa de Paulo VI. Assim que olho as afirmações que eles fazem vemos estão a um passo de ser algo mais que um cisma com semelhantes barbaridades.


Nos perguntamos para que estes lefebvristas, aparentemente franceses, trazem o testemunho destes homens de Deus que celebraram a Missa segundo o rito novo? Para qué? Talvez, poderia ser, para tentar conseguir prosélitos com a autoridade dos mesmos, em especial dos setores mais sanamente tradicionais de nosso catolicismo. Mas isto há de ser um vão empenho , porque se a manipulação da "Tradição" parecer recuzar o Papa:


Já não sería Tradição mas se transformaria em traição.


O novo rito agrada o Pai, porque é um rito aprovado pela Igreja. São Tomás de Aquino ensina que se alguem pretendesse fazer um rito não aprovado pela Igreja provavelmente não haveria sacramento; mas aqui se trata justamente, de um rito aprovado pela Igreja:


"Sobre as mudanças que podem introduzir-se nas fórmulas sacramentais temos que ter em conta duas coisas. Uma depende do que pronuncia as palavras, cuja intenção é essencial ao sacramento, como se dirá depois. Portanto, se com essa adição ou subtração pretendesse realizar um rito não reconhecido pela Igreja, não parece que se verifique como sacramento, pois não visa fazer o que faz a Igreja".


Questión 64, a.8 Suma Teológica.


Equiparar a nova Missa as "missas negras" como parece fazer estes lefebvristas, se não fosse tão trágico seria sumamente gracioso. Como se não se houvessen celebrado "missas negras" com o rito de San Pío V! Fazer esta comparação é criminoso.


Se por a ocasião pela causa, quer dizer, que alguém use o rito novo para fazer algo satânico, não quer dizer que esse rito seja causa do aberrante uso; como não o seria quando se fizesse com o rito tridentino.


Outro erro disparate é afirmar que o novo rito conduz a heresia e, segúndo parece, "inclusive se tratar-se da Missa papal dita exatamente como manda o Novo Missal Romano". Quem tiver assistido a uma Missa celebrada pelo Papa ou a tiver visto pela televisão, não necessita nenhum outro argumento para se dar conta que a afirmação de que a Missa nova "conduz a heresia" somente pode ser produto de mentes enfermas.


Que alguma pessoa acidentalmente pudesse considerar que deturpa sua fe, não significa nada contra o rito novo; algumas pessoas dizem que ler a Biblia põe em perigo sua fé, e na historia da Igreja muitas heresias tomaram parte desta idéia, mas isso não significa nada contra a Biblia, porque como disse São João de Avila: "na Escritura mal entendida fundam os hereges seu erro"[1].


Afirmar que o novo rito "vem da heresía protestante e conduz a heresia protestante" é contradizer, inclusive, a Mons. Lefebvre que afirmara: "do novo Ordo Missae, nunca direi que é herético"[2]; se isto a poucos anos da morte de Lefebvre, já va maís além de suas posições, que será dentro de uns anos mais?


E é pelos seus principios estão em um plano inclinado que ainda por inércia os levará a cair em posições cada vez mais apartadas do Magisterio da Igreja. Pois lhes falta o ponto do cabo: Pedro.


Mas se até o mesmo Lefebvre havia afirmado: "sabe que se existe um bispo que rompe com Roma, esse não serei eu"[3], ainda que morreu como excomungado.


E essa deve ser a opinião de alguns lefebvristas, já que Julio Vargas Prada em um artigo insólito, somente para arrecadar crédulos, afirma que ao borrifar agua benta sobre o cadáver de Mons. Lefebvre, o Nuncio Apostólico reconnheceu, com este gesto, que Mons. Lefebvre não estava excomungado. Haverá pessoas que se crêem em semelhante afirmação?


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[1] San Juan de Avila, Obras Completas, Pláticas espirituales, Plática a sacerdotes, sermón 9, ed. B.A.C., Madrid, 1953, pág. 1364.


[2] Mons. Marcel Lefebvre, "Un Obispo habla", Ed. Nuevo Orden, Bs. As., 1977, pág.183.


[3] Mons. Marcel Lefebvre, "Un Obispo habla", Ed. Nuevo Orden, Bs. As., 1977, pág.217.

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