Fonte: El Teólogo Responde
Autor: Pe. Héctor J. Guerra, IVE
Tradução: Rogério Hirota em 08/Dez/2008
Pergunta:
O que acontece quando um católico deixa a Igreja e vai para um grupo separado? Quais as causas que levam a isso, haja visto que o mesmo mostrava muito amor pela Igreja e de repente a deixa. Imaturidade ou Falta de Compromisso?
Agradeço sua reflexão
Resposta:
A respeito de sua pergunta, posso dizer que:
1. Existem três formas de se afastar da fé católica: heresia, apostasia e cisma. “A incredulidade é a negligência da verdade revelada ou a recusa voluntária de lhe dar o próprio assentimento. "Chama-se heresia a negação pertinaz, após a recepção do Batismo, de qualquer verdade que se deve crer com fé divina e católica, ou a dúvida pertinaz a respeito dessa verdade; apostasia, o repúdio total da fé cristã; cisma, a recusa de sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os membros da Igreja a ele sujeitos".(cf. CIC, can. 751)” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2089).
2. Um caso de apostasia é o de pessoas que sendo católicas passam a frequentar algumas seitas (por exemplo, Testemunhas de Jeová, Mormons), algum outro grupo evangélico ou mesmo alguns dos chamados "novos movimentos religiosos" (como os pertencentes a Nova Era).
Com efeito, "a palavra apostasia normalmente significa afastamento ou abandono. Em si mesmo pode referir-se a qualquer outra coisa, mas do ponto de vista eclesiástico se restringe em afastamento ou abandono de Deus." (A. R. Marín, Teología Moral para Seglares, t. I, B.A.C. Madrid 1996, p. 295).
3. A Apostasia da fé é o abandono total da fé cristã recebida no Batismo. Quando se trata de apostasia formal manisfestada externamente, é pecado gravíssimo e sancionado com pena de excomunhão pela Igreja.(cf. Código de Direito Canônico 1364 § 1).
Alguns só se aproximam de seitas e grupos por curiosidade, mas também podem chegar a um verdadeiro ato de apostasia, quer dizer, de abandono formal a fé católica.
4. Quais são as causas de abandono da fé católica? Luis de Moya, da Universidade de Navajo, estabelece as seguintes causas (cf. www.unav.es):
a) A busca religiosa: o homem tem "necessidade" do religioso, de Deus, que lhe é conatural. Quando as religiões tradicionais não o satisfaz, as seitas, o prazer, o poder, etc. por causa racional ou mesmo sem ela suprem a ausência de Deus.
b) O secularismo e o laicismo: -clima dominante-, por reação, provoca a fuga ao "ar livre" que para alguns é a seita.
c) As deficiências nas respostas pastorais das igrejas tradicionais: Os documentos do Magistério da Igreja convida nos desafios ou incentivos das seitas a nos lançar em nossa verdadeira conversão individual e na renovação pastoral: a queda na massificação, na rotina, na burocratização, extinção do dinamismo apostólico, na obsessão pelo material, na opção preferencial centrada mais nos pobres de recursos econômicos que nos pecadores, como se Jesus Cristo não tivesse se encarnado e morto numa cruz para que todos tenham vida (sobrenatural) e a tenham abundantemente (Jo 10, 10).
d) As carências familiares e sociais, o ativismo moderno, a fascinação dos meios de comunicação social, etc.: a pessoa se isola, mas o indivíduo necessita “saber-se querido”. É uma necessidade psicológica e também teologal. As seitas fazem isso para todos ou quase todos os seus adeptos, ao menos no começo.
e) O desejo de novidade e a fascinação por coisas novas, da moda: Nós temos desprestigiado o antigo cristianismo. Em contrapartida, as seitas são a novidade que o historicismo coloca como a mais atual e além disso lhes faltam antecedentes negativos.
f) Outras causas: hoje estamos numa época de irracionalismo, do desejo por sentir algo, também no religioso, atitude não muito compativel com a fé, com a cruz. E as seitas satisfazem essa “necessidade”, como as seitas satânicas e luciféricas, especialmente para pessoas cheias de desejo de sexo, de alcool, de drogas e ansiosas por experiências fortes. A maioria das seitas vem dos Estados Unidos ou através dela (as originarias do Oriente). A vezes, são um meio de manter o imperialismo de alguns grupos ideológicos, econômicos, etc., sobretudo na Iberoamérica.
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