O Celibato na Tradição Judaica e o Celibato de São José




Fonte: Apologetica.org
Autor: Pe. Daniel Gagnon
Tradução: Rogério Hirota

O CELIBATO DE ACORDO COM A TRADIÇÃO:


Elias e Eliseu foram celibatários durante toda a sua vida [12]. De acordo com a Torá se um rabino se abstivesse de ter relações com sua esposa, isto era permissível porque então estava coabitando com o Shekinah (a "Divina presença"). [12].


Realmente os rabinos falaram concernente sobre a obrigação dos homens em contrair matrimonio e de procriar "Aquele que se abstenha de procriar é considerado como se tivesse derramado sangue" [14]. De acordo com o Yebamoth 62b, B.T. o homem é somente uma metade sem uma mulher, citando Gn 5,2, aonde diz: "Criou-os homem e mulher, e os abençoou, e deu-lhes o nome de homem no dia em que os criou."


Se uma pessoa é fiel ao estudo da Torá (dedica todo seu tempo nela), como Simeão ben Azzai, pode ser perdoado se recusar-se a casar" (Skulkhan Arukh EH 1:4). O sábio rabino Simeão ben Azzai (antes do Seculo II dC) estava extraordinariamente bem seu aprendizado." com o passo de Ben Azzai passaram sábios ensinos pela terra" (Sotah 9:15). Nunca se casou e foi celibatário por toda a sua vida com intenção de não desviar-se de seus estudos e porque considerou a Torá sua esposa, para qual pois toda a sua alma (Yebamoth 63 b). Foi um sábio sobressalente (Kiddushin 20a, B.T.) e também conhecido por sua santidade (Berakoth 57b, B.T.).


A tradição judaica também menciona o celibatário Zenu'im (Lit. "castos") a quem foi confiado o Nome Secreto de Deus e assim poder preservar o Santo Nome em "perfeita pureza" [15].


Aqueles com a esperança da revelação divina e consequentemente se abstiveram de ter relações sexuais sendo precisos em matéria de pureza como (Enoc 83,2; apo.14,2-5) Philo (Apol pro Judaeís IX, 14-17), Josefo (Antiq XVIII. 21) e Hipploytus (Philosophumiena IX, IV, 28A) escreveram sobre o celibato dos judeus Essênios centenas de anos antes do descobrimento dos manuscritos em Qumrán, próximo ao Mar Morto.


Philo Judaeus (c.20 a.C.-50 d.C.), um filósofo judeu, citou algumas mulheres judias que eram virgens e se haviam conservado castas não a força, como algumas sacerdotisas gregas, mas por sua própria vontade, pelo ardente desejo de sabedoria. "Desejosas de ter sabedoria para seus irmãos, desprezaram os prazeres da carne e não desejaram descendência, mas crianças que somente a alma que é querida por Deus pode fazer nascer" (Philo, Cont.68; também ver Philo, Abr. l00).


Porque os celibatários são recompensados recebendo iluminação da oculta luz celestial. (Zohar 11. 229b-230a). Porque "se o entendimento está seguro e intacto, livre da opressão e das iniquidades ou paixões... poderá ver claramente tudo o que seja digno de contemplação" (Philo, Sob.l.5). E o inverso, "o entendimento do homem amoroso é cego e não pode ver essas coisas que valem a pena ver... coisas dignas de ver as quais são desejáveis e maravilhosas de perceber" (Philo, Q. Gén.IV.245).


JOSÉ COMO CELIBATÁRIO


Como receptor da grande revelação de que o concebido no seio de Maria, era do Espirito Santo e que a criança que estava para nascer seria destinado a salvar seu povo de seus pecados, José estava certo de seu chamado para cuidar de Maria e seu Filho pelo resto de sua vida, confirmando o pedido do anjo quando disse que tomasse Maria como sua esposa.


Podemos assumir que Maria concordou com tudo o que disse o arcanjo Gabriel. Que ninguém menos que o Filho de Deus (Lc 1,35), ia ser confiado a seu cuidado sob o refugio de seu humilde casa, agora o Sanctasanctórum (local santo). A tradição judaica menciona que  as pessoas deviam abster-se de ter relações sexuais com suas esposas nos três dias anteriores a revelação do Monte Sinai (Ex. 19,15), Moisés escolheu permanecer casto pelo resto de sua vida com a total aprovação de Deus. 


Os rabinos explicam que isso se deve porque Moisés entendeu que estava designado a comunicar-se pessoalmente com Deus, não somente no Monte Sinai mas constantemente nos quarenta anos de permanência no deserto. Por esta razão, Moises ficou "separado da mulher" permanecendo na santidade de separação para estar ao serviço de Deus à todo o momento, citando a ordem de Deus a Moisés em Deuteronômio 5,28 (Midrash Exodus Rabbah 19:3 e 46.3).


Outra vez, podemos estar certo que José permaneceu celibatário por toda a sua vida porque através de seus anos de casado esteve diariamente em comunicação e no serviço de Jesus que é a Palavra de Deus encarnada.

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