Folha Online
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Poderia ser a primeira evidência arqueológica de sua existência fora da Bíblia. Mas especialistas dizem que a inscrição do nome de Jesus em uma urna funerária encontrada em Israel foi forjada.
Em outubro do ano passado, o professor Andre Lemaire, da Universidade de Sorbonne (França), descobriu um ossuário --caixa de pedra calcária onde são guardados os ossos de uma pessoa-- com a inscrição: "Tiago, filho de José, irmão de Jesus", em aramaico. A peça tinha sido comprada na década de 1970 por um colecionador israelense que não tinha idéia do significado da inscrição.
Segundo o diretor da Autoridade Israelita das Antiguidades, Shuka Dorfman, a inscrição é um trote. "O ossuário é real. Mas a inscrição é falsa. O que significa que alguém pegou uma urna verdadeira e forjou a inscrição,
provavelmente para dar a ela significado religioso", disse.
Tiago, cuja morte por apedrejamento teria ocorrido supostamente em 62 D.C., é mencionado no novo testamento como irmão de Jesus. Judeus e protestantes aceitam essa teoria, mas os católicos --que acreditam na virgindade de
Maria, a mãe de Jesus-- dizem que Tiago era primo de Jesus.
Evidências
O arqueólogo Gideon Avni presidiu o comitê de especialistas que investigou o caso desde março. Ele afirma que a conclusão da equipe foi unânime: "mesmo que o ossuário seja autêntico, não há razão para assumir que os
ossos do irmão de Jesus tivessem estado nele".
Além disso, a equipe concluiu que a pedra com que a urna foi construída era mais comum no Chipre e no norte da Síria do que em Israel.
O relatório diz ainda que a inscrição no ossuário rompeu a camada de "oxidação" --ou envelhecimento natural-- da pedra, além de parecer caracteres modernos, escritos por alguém que tentou reproduzir o antigo
aramaico.
Por outro lado, a pesquisa não conseguiu descobrir a data exata em que a inscrição foi feita.
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