O Cânon do Antigo Testamento



Primeiramente vamos ver o que siginifica a palavra canom etimologicamente:


Cânon: vem de "cana", mas é empregado no sentido de "doutrina", "norma" que rege a vida (Gl 6,16). A Igreja também utiliza o termo para indicar a "relação", ou "lista" dos livros que são inspirados por Deus e que servem de "norma" da fé, de "base e critério" para o ministério da pregação e do ensino no caminho da Justiça (cf. 2Tm 3,14-16).


O cânone do Antigo Testamento é o cânone usado pelos judeus de língua grega no tempo de Cristo, estes judeus também chmados de Os judeus da Diáspora (=dispersão dos judeus), em Alexandria (Egito), com o desejo de ensinar seus filhos na Tradição dos Pais, precisavam de uma "tradução" dos livros sagrados do Hebraico para o grego. Na época, o grego era a língua comum (koiné) entre o povo fora da Palestina.. Os judeus de língua grega usavam a tradução chamada Septuaginta, que segundo a tradição foi traduzida do hebraico por setenta sábios em setenta dias, cada um trabalhando isoladamente e chegando todos ao mesmo texto. Os próprios judeus a consideram inspirada.Na Tradução dos Setenta estavam inclusos os 7 livros chamados técnicamente por Deuterocanôncios. São eles :Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, 1 e 2 Macabeus. Se estes livros não fossem considerados inspirados pela comunidade judaica não teriam sido traduzidos para o grego satisfazendo o desejo da comunidade judaica da diáspora, que era muito fiel à Tradição dos Judeus da Palestina.


Aproximadamente nos anos 80 a 90 DC houve a chamada destruição do templo de Jerusalém,predito por Jesus onde não sobraria pedra sobre pedra (Mateus 24:2 ) os sabios fariseus se reuniram em Yavné (ou Jâmnia, de acordo com a língua) na Galiléia, e começaram a efetuar um trabalho de re-centralização da religião grega, que era antes centrada no Templo. Sem o Templo (substituído por Deus pelo Sacrifício incruento da Santa Missa), os fariseus se viram forçados a procurar estabelecer regras mais rígidas de vida, ampliando ainda mais a "cerca em torno da Lei". Note-se que das seitas judaicas, só sobrara o farisaísmo; saduceus e essênios já tinham sido destruídos ou assimilados a outras crenças, mas os fariseus, com seu apego à exegese bíblica, foram os que menos sofreram com a derrota diante dos romanos.


Como o cristianismo estava crescendo enormemente, eles fixaram um cânone bíblico que propositadamente impediria a aceitação como Palavra de Deus do Novo Testamento.Este novo cânon definido, neste que foi chamado Sinodo de Jamnia ou Yavhne em 120 DC, coincinde hoje com o cânon protestante e foi fixado principalmente para *combater* o Cristianismo. Há notícias, entretanto, do uso dos livros deuterocanônicos (aceitos pelos judeus de Alexandria) pelos judeus palestinenses até o séc. IV dC.Como os apóstolos começaram a escrever os primeiros livros cristãos (cartas de S. Paulo, Evangelhos...), que se apresentavam como a continuação dos livros sagrados dos judeus, estes reuniram-se no a fim de estabelecer as regras que caracterizariam os livros sagrados (inspirados por Deus). Os critérios por eles usados foram:


1 - o livro deveria estar disponível em hebraico (o que não era o caso de alguns livros cujo original hebraico havia sido perdido; o do Eclesiástico foi reencontrado recentemente na Guenizá do Cairo), e só o hebraico seria usado na liturgia e estudo bíblico; isso já botava de fora todo o NT


2 - o livro não deveria ser mais recente que 440 a.C.; Idem


3 - O livro deveria ter sido escrito na terra de Israel; isso também serviu como arma contra os criatãos, impossibilitando aceitar a imensa maioria dos textos do NT.


Comentário: 1) Se a palavra de Deus fosse para ser escrita somente no Hebraico, isso já colocaria de fora todo o Novo Testamento. 2) Acontece, porém, que em Alexandria, no Egito, havia Judeus, que traduziram os livros Sagrados, do Hebraico para o Grego entre 250 e 100 a.C 3) Ao escrever o Novo Testamento, os Apóstolos e Evangelistas usaram a tradução Grega feita entre 250 e 100 a.C, pelos próprios Judeus de Alexandria.


Evidentemente esses critérios não eram seguidos pelos cristãos, que não tinham mais nada a ver com os fariseus que não aceitaram a Jesus como o Cristo. Mais mesmo nesta época, alguns judeus por exemplo os da Etiópia nao usaram este canone de Jamnia, utilizando um canom parecido com a versao dos Setenta Sabios, com os sete livros retirados do canom original (cf. Enciclopédia Judaica, vol. 6, p. 1147).


No tempo de Jesus também não havia ainda uma lista de livros definitiva, de forma que *cada grupo* judaico tinha seu próprio conjunto de livros sacros. Desta forma, quanto ao que *hoje* conhecemos por Antigo Testamento:


- Os SADUCEUS reconheciam como inspirados apenas o Pentateuco (Gn, Ex,Lv, Nm e Dt);


- Os SAMARITANOS idem, só que o Pentateuco deles possuía uma redação que levava-os a centralizar o culto de Deus no monte Garizim (na Samaria) e não em Jerusalém; acreditavam também em profetas, mas não necessariamente naqueles que têm seus livros registrados em nossas Bíblias;


- Os FARISEUS da Palestina não tinham um cânon fechado, assim como os judeus da Diáspora. Na verdade, os judeus da Palestina só vieram a fechar o cânon bíblico*depois de no sínodo de Jâmnia.Há notícias, entretanto, do uso dos livros deuterocanônicos (aceitos pelos judeus de Alexandria) pelos judeus palestinenses até o séc. IV dC;


- Os JUDEUS DA DIÁSPORA, concentrados em Alexandria, no Egito, tinham por inspirados não apenas os livros que os judeus da Palestina aceitavam, como também alguns outros que não foram mantidos por Jâmnia (=deuterocanônicos). Assim, o AT destes judeus era bem semelhante ao AT das Igrejas católica e ortodoxa (e protestante anglicanos, de certa forma). Também continua sendo aceito pelos judeus da Etiópia;


- Os ESSÊNIOS, que viviam em comunidades próximas ao Mar Morto, também não chegaram a definir um cânon, mas, ao que tudo indica, aceitavam os livros sacros dos judeus palestinenses bem como os livros dos judeus de Alexandria (deuterocanônicos), além de uma produção literária própria, tidos também por inspirados.


Os Cristão ainda nao tinham seu canone definido,mais utilizavam a versao dos Setenta por instrucao dos proprios Apostolos que utilizavam este canone e ate mesmo Jesus usou-o.Os apóstolos e evangelistas, ao escreverem o Novo Testamento em grego, citavam o Antigo Testamento, usando a tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta diferia do texto hebraico (ver Mt 1,23 quando cita Is 7,14; e Hb 10,5 (cita Sl 40,6).


Primeiramente vamos ver o que siginifica a palavra canom etimologicamente:


Cânon: vem de "cana", mas é empregado no sentido de "doutrina", "norma" que rege a vida (Gl 6,16). A Igreja também utiliza o termo para indicar a "relação", ou "lista" dos livros que são inspirados por Deus e que servem de "norma" da fé, de "base e critério" para o ministério da pregação e do ensino no caminho da Justiça (cf. 2Tm 3,14-16).


O cânone do Antigo Testamento é o cânone usado pelos judeus de língua grega no tempo de Cristo, estes judeus também chmados de Os judeus da Diáspora (=dispersão dos judeus), em Alexandria (Egito), com o desejo de ensinar seus filhos na Tradição dos Pais, precisavam de uma "tradução" dos livros sagrados do Hebraico para o grego. Na época, o grego era a língua comum (koiné) entre o povo fora da Palestina.. Os judeus de língua grega usavam a tradução chamada Septuaginta, que segundo a tradição foi traduzida do hebraico por setenta sábios em setenta dias, cada um trabalhando isoladamente e chegando todos ao mesmo texto. Os próprios judeus a consideram inspirada.Na Tradução dos Setenta estavam inclusos os 7 livros chamados técnicamente por Deuterocanôncios. São eles :Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, 1 e 2 Macabeus. Se estes livros não fossem considerados inspirados pela comunidade judaica não teriam sido traduzidos para o grego satisfazendo o desejo da comunidade judaica da diáspora, que era muito fiel à Tradição dos Judeus da Palestina.


Aproximadamente nos anos 80 a 90 DC houve a chamada destruição do templo de Jerusalém,predito por Jesus onde não sobraria pedra sobre pedra (Mateus 24:2 ) os sabios fariseus se reuniram em Yavné (ou Jâmnia, de acordo com a língua) na Galiléia, e começaram a efetuar um trabalho de re-centralização da religião grega, que era antes centrada no Templo. Sem o Templo (substituído por Deus pelo Sacrifício incruento da Santa Missa), os fariseus se viram forçados a procurar estabelecer regras mais rígidas de vida, ampliando ainda mais a "cerca em torno da Lei". Note-se que das seitas judaicas, só sobrara o farisaísmo; saduceus e essênios já tinham sido destruídos ou assimilados a outras crenças, mas os fariseus, com seu apego à exegese bíblica, foram os que menos sofreram com a derrota diante dos romanos.


Como o cristianismo estava crescendo enormemente, eles fixaram um cânone bíblico que propositadamente impediria a aceitação como Palavra de Deus do Novo Testamento.Este novo cânon definido, neste que foi chamado Sinodo de Jamnia ou Yavhne em 120 DC, coincinde hoje com o cânon protestante e foi fixado principalmente para *combater* o Cristianismo. Há notícias, entretanto, do uso dos livros deuterocanônicos (aceitos pelos judeus de Alexandria) pelos judeus palestinenses até o séc. IV dC.Como os apóstolos começaram a escrever os primeiros livros cristãos (cartas de S. Paulo, Evangelhos...), que se apresentavam como a continuação dos livros sagrados dos judeus, estes reuniram-se no a fim de estabelecer as regras que caracterizariam os livros sagrados (inspirados por Deus). Os critérios por eles usados foram:


1 - o livro deveria estar disponível em hebraico (o que não era o caso de alguns livros cujo original hebraico havia sido perdido; o do Eclesiástico foi reencontrado recentemente na Guenizá do Cairo), e só o hebraico seria usado na liturgia e estudo bíblico; isso já botava de fora todo o NT


2 - o livro não deveria ser mais recente que 440 a.C.; Idem


3 - O livro deveria ter sido escrito na terra de Israel; isso também serviu como arma contra os criatãos, impossibilitando aceitar a imensa maioria dos textos do NT.


Comentário: 1) Se a palavra de Deus fosse para ser escrita somente no Hebraico, isso já colocaria de fora todo o Novo Testamento. 2) Acontece, porém, que em Alexandria, no Egito, havia Judeus, que traduziram os livros Sagrados, do Hebraico para o Grego entre 250 e 100 a.C 3) Ao escrever o Novo Testamento, os Apóstolos e Evangelistas usaram a tradução Grega feita entre 250 e 100 a.C, pelos próprios Judeus de Alexandria.


Evidentemente esses critérios não eram seguidos pelos cristãos, que não tinham mais nada a ver com os fariseus que não aceitaram a Jesus como o Cristo. Mais mesmo nesta época, alguns judeus por exemplo os da Etiópia nao usaram este canone de Jamnia, utilizando um canom parecido com a versao dos Setenta Sabios, com os sete livros retirados do canom original (cf. Enciclopédia Judaica, vol. 6, p. 1147).


No tempo de Jesus também não havia ainda uma lista de livros definitiva, de forma que *cada grupo* judaico tinha seu próprio conjunto de livros sacros. Desta forma, quanto ao que *hoje* conhecemos por Antigo Testamento:


- Os SADUCEUS reconheciam como inspirados apenas o Pentateuco (Gn, Ex,Lv, Nm e Dt);


- Os SAMARITANOS idem, só que o Pentateuco deles possuía uma redação que levava-os a centralizar o culto de Deus no monte Garizim (na Samaria) e não em Jerusalém; acreditavam também em profetas, mas não necessariamente naqueles que têm seus livros registrados em nossas Bíblias;


- Os FARISEUS da Palestina não tinham um cânon fechado, assim como os judeus da Diáspora. Na verdade, os judeus da Palestina só vieram a fechar o cânon bíblico*depois de no sínodo de Jâmnia.Há notícias, entretanto, do uso dos livros deuterocanônicos (aceitos pelos judeus de Alexandria) pelos judeus palestinenses até o séc. IV dC;


- Os JUDEUS DA DIÁSPORA, concentrados em Alexandria, no Egito, tinham por inspirados não apenas os livros que os judeus da Palestina aceitavam, como também alguns outros que não foram mantidos por Jâmnia (=deuterocanônicos). Assim, o AT destes judeus era bem semelhante ao AT das Igrejas católica e ortodoxa (e protestante anglicanos, de certa forma). Também continua sendo aceito pelos judeus da Etiópia;


- Os ESSÊNIOS, que viviam em comunidades próximas ao Mar Morto, também não chegaram a definir um cânon, mas, ao que tudo indica, aceitavam os livros sacros dos judeus palestinenses bem como os livros dos judeus de Alexandria (deuterocanônicos), além de uma produção literária própria, tidos também por inspirados.


Os Cristão ainda nao tinham seu canone definido,mais utilizavam a versao dos Setenta por instrucao dos proprios Apostolos que utilizavam este canone e ate mesmo Jesus usou-o.Os apóstolos e evangelistas, ao escreverem o Novo Testamento em grego, citavam o Antigo Testamento, usando a tradução grega de Alexandria, mesmo quando esta diferia do texto hebraico (ver Mt 1,23 quando cita Is 7,14; e Hb 10,5 (cita Sl 40,6).

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