O que são as indulgências?

 



Fonte: Site Agnus Dei
Prof. Carlos Nabeto



A Indulgência corresponde a um período de penitência pública. Uma indulgência de cem dias, por exemplo, referir-se-ia a cem dias de penitência pública. Hoje em dia, por não haver mais penitências públicas (a não ser em alguns lugares, como as Filipinas), as pessoas perderam de vista o referencial que era então usado


As indulgencias é apenas um meio para se expiar ou reparar um pecado venial ou mortal que a pessoa comete, ou seja, a pessoa vai pede perdão numa boa confissao de coracao contrito mais volta a pecar pq nao tirou a raiz do pecado do teu coração, ou seja a indulgencia é um meio da pessoa de penitenciar para alcançar a cura do seu pecado em teu coracao.


Para extirpar o princípio do pecado remanescente, o cristão deve excitar e exercitar mais intensamente o amor a Deus. Ora este estímulo do amor a Deus se realiza mediante a satisfação ou atos de penitência que despertem e fortaleçam o amor a Deus no íntimo do cristão.


Notemos bem: a satisfação assim entendida não deve ser comparada a uma multa mais ou menos arbitrária imposta por Deus ou a um castigo vingativo; é, antes, um auxílio medicinal; é também uma exigência do amor do cristão a Deus, amor que, estando debilitado, pode ser corroborado e purificado.


o Concílio de Trento em 1547, frente às objeções protestantes, fez importantes declarações. Rejeitou, por exemplo, a sentença segundo a qual "a todo pecador penitente que tenha recebido a graça da justificação, é de tal modo perdoada a ofensa e desfeita e abolida a obrigação de pena eterna que não lhe fica pena temporal a padecer ou neste mundo ou no outro, no purgatório, antes que lhe possam ser abertas as portas para o reino dos céus" (Enquirídio, DS nº 1580 [8401).


0 Concílio de Trento declarou ainda: No tocante à satisfação, é de todo falso e alheio à Palavra de Deus afirmar que a culpa nunca é perdoada. Com efeito, nas Escrituras Sagradas encontram-se claros e famosos exemplos que refutam este erro com plena evidência" (DS 1689-[904])


O perdão do pecado e a restauração da comunhão com Deus implicam a remissão das penas eternas do pecado. O cristão deve esforçar-se, suportando pacientemente os sofrimentos e as provas de todo tipo e, chegada a hora de enfrentar serenamente a morte, aceitar como uma graça essas penas temporais do pecado; deve aplicar-se, através de obras de misericórdia e caridade, como também pela oração e diversas práticas de penitência, a despojar-se completamente do 'velho homem' para revestir-se do 'homem novo". (Novo Catecismo da Igreja Católica, parágrafos 1472 e 1473)



A culpa é perdoada, sim. Mas a Escritura mostra que, mesmo depois de perdoada, o Senhor Deus exige satisfação ou reparação da ordem violada pelo pecado. Esta exigência se compreende muito bem se levamos em conta o seguinte: Quem rouba um relógio, pode pedir e receber o perdão do respectivo proprietário, mas este exigirá que a ordem seja restaurada ou que o relógio volte ao seu dono. Quem difama caluniosamente o próximo, pode pedir e receber o perdão deste, mas a pessoa difamada exigirá que se restaure a fama a que tem direito.


Também os pecados meramente internos (de pensamento e desejo) alimentam ou suscitam a desordem interna no pecador, de modo que este tem que restaurar ou introduzir a ordem em seu íntimo mediante atos de penitência ou renúncia. Tenhamos em vista os seguintes casos:


Davi, culpado de homicídio e adultério, foi agraciado ao reconhecer o delito; não obstante, teve que sofrer a pena de perder o filho do adultério (cf. 2Sm 12,13s).


Moisés e Aarão cederam a pouca fé em dados momentos da sua vida; por isto foram pelo Senhor privados de entrar na Terra Prometida, embora não haja dúvida de que a culpa lhes tenha sido perdoada (cf. Nm 20,12s;27,12-14; Dt 34,4s).


Em outros casos, o perdão é estritamente associado a obras de expiação:


Assim o profeta Joel, com a conversão do coração, exige jejum e pranto (cf. Jl 2,12s). 0 velho Tobit ensina a seu filho que a esmola o libertará de todo pecado e da morte eterna (cf. Tb 4,11 s). Algo de semelhante é anunciado por Daniel ao rei Nabucodonosor (cf. Dn 2,24).

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