A Cúria Romana


 

Fonte: Escola da Fé

Autor: Prof. Felipe Aquino


A Cúria Romana é o conjunto de órgãos e pessoas que auxiliam o Papa no governo da Igreja, tanto na ordem espiritual quanto material. Este nome foi usado pela primeira vez no século XII, mas a sua realidade data dos primeiros séculos da Igreja. Já em meados do século XIII as crônicas relativas ao Papa Fabiano (236-250), mostram que ele tinha, como auxiliares, Bispos, presbíteros e diáconos.


No século XVI, em 1588, a Cúria foi estruturada na forma que tem hoje, sofrendo reformas com o passar do tempo.


Até 1870, existia o vasto Estado Pontifício, então os Papas precisavam de muitos colaboradores que exercessem a gestão temporal desses territórios.

O primeiro documento que definiu a estrutura da Cúria Romana é a Constituição Apostólica Immnensa Aeterni Dei do Papa Sisto V,de 22 de janeiro de 1588. Foram costituídas quinze Congregações confiadas à chefia de Cardeais. Foram as seguintes:


1.Santa Inquisição

2.Index dos Livros Proibidos

3.Signatura Apostólica

4.Congregação para a Liturgia

5.Congregação para os dias Santos

6.Congregação para os Consistórios

7.Congregação para a Interpretação e Aplicação do Concílio de Trento

8.Congregação para a consulta de Bispos

9.Congregação para as Universidades e Estudos Teológicos

10.Congregação para a Imprensa Vaticana

11.Anona- Departamento de Assistência aos Pobres

12.Congregação para a Marinha do Estado Pontifício

13.Departamento de Finanças

14.Congregação do Bem Estar Público

15.Congregação para a Justiça Civil e Criminal.


Em 1870, com a queda do Estado Pontifício sob os golpes do reino da Itália, alguns órgãos perderam a razão de ser, e a Cúria foi reformada pelo Papa S.Pio X, através da Constituição Sapienti Concilio. Foram extintos todos os órgãos e Ofícios destinados a tratar de assuntos políticos do Vaticano.


Em 1967, dois anos depois de encerrado o Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI, através da Constituição Apostólica Regimini Ecclesiae Universae, reformou mais uma vez a Cúria, adaptando-a às novas exigências oriundas do Concílio.


Finalmente, em 1988, o Papa João Paulo II, através da Constituição Pastor Bonus, refez a organização da Cúria. Na ocasião, o Papa disse a s palavras:

"A Igreja hoje se vê diante de tarefas de extensão, importância e variedade talvez nunca atingidas outrora... Que a Cúria correspondesse fielmente à Eclesiologia do Concílio Vaticano II, fosse adaptada em tudo à missão pastoral da Igreja e capaz de ir ao encontro das necessidades concretas da sociedade religiosa e civil".


A organização e o governo da Igreja é diferente das organizações e demais governos dos outros países, pois a Igreja não é uma instituição apenas humana. Foi instituída por Cristo, que é a Sua Cabeça; logo, seu governo foi definido pelo próprio Senhor, que a quis governada por Pedro (Mt 16,16-19; Lc 22,31s; Jo 21,15-17),que goza da assistência do Espírito Santo (Jo 14,26; Jo 16,13-15) para não permitir que o depósito da fé se corrompa pelo erro.


Até mesmo pessoas que não simpatizam com a Igreja, como o jornalista Ernesto Galli Della Loggia, editorialista do famoso jornal italiano Corriere della Serrra, na edição de 16 de outubro de 1998, afirma:


"É fato que durante os dois mil anos de sua existência a Igreja Católica permaneceu fundamentalmente fiel ao modelo de autoridade centralizada na pessoa de um único responsável. Verdade é que, dentro da estrutura da Igreja, fazem-se ouvir grupos e correntes que exprimem pontos de vista diversos. Apesar disto, o Papa ainda segura tão firmemente as rédeas do poder em suas mãos que se pode dizer que é o único monarca absoluto que subsistiu através dos tempos no hemisfério ocidental. Isto pode parecer anacrônico a nós, homens modernos. Doutro lado o pontificado de João PauloII é um espécimen das vantagens desse sistema quando a liderança toca a um indivíduo excepcional como é o atual Pontífice...As monarquias absolutas nas mãos de personalidades salientes tornam-se fontes de eficaz atividade no curso da história e podem acarretar mudanças ou novas orientações que seriam inconcebíveis em outro contexto. Um ponto favorável à Igreja é que, embora o seu poder centralizado seja absoluto, o cargo de Supremo Pastor não é hereditário, mas eletivo; ao menos nos dois últimos séculos não houve a mínima sombra de nepotismo na sucessão dos Papas".( Pergunte e responderemos, n.446/1999, pag.10(298)).

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