A Exegese da Bíblia

 


Autor: John Nascimento


Estas breves explicações da Bíblia destinam-se aos principiantes, que pouco ou nada sabem a respeito da Bíblia, para que não façam um conceito errado de como Deus se revelou ao homem na História da Salvação, e em que os mais entendidos podem fazer uma oportuna reflexão.


A EXEGESE DA BÍBLIA (012)


Chama-se Exegese ao estudo de investigação e exposição das Sagradas Escrituras, pela aplicação das regras da Hermenêutica.


Em geral, este estudo processa-se, usando a tradição, a arqueologia, a história e o criticismo, para encontrar o sentido dos textos da Escritura.


E particularmente, interpretando os vários sentidos das Escrituras, o sentido literal, espiritual ou moral, muitas vezes usando até uma certa acomodação.


A Igreja tem empregado todos os esforços na investigação e procura da verdade inspirada das Escrituras, rejeitando todas as restrições sobre a inspiração de algumas partes da Bíblia e proíbe toda e qualquer concessão de que os autores tenham cometido erros.


Sobre a Exegese e investigação da Bíblia, diz o Concílio Vaticano II na Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina :


- É preciso, porém, que os exegetas católicos e os demais estudiosos da sagrada teologia, trabalhem em íntima colaboração de esforços, para que, sob a vigilância do sagrado magistério, lançando mão de meios aptos, estudem e expliquem as divinas Letras de modo que o maior número possível de ministros da palavra de Deus possa oferecer com fruto ao Povo de Deus o alimento das Escrituras, que ilumine o espírito, robusteça as vontades, e inflame os corações dos homens no amor de Deus... (DV 23).


Também o Catecismo da Igreja Católica, falando dos sentidos da Escritura, diz :


115. - Segundo uma antiga tradição, podemos distinguir dois sentidos da Escritura: o sentido literal e o sentido espiritual, subdividindo-se este último em sentido alegórico, moral e analógico. A concordância profunda dos quatro sentidos assegura a sua riqueza à leitura viva da Escritura na Igreja :


116. - O sentido literal. É expresso pelas palavras da Escritura e descoberto pela Exegese segundo as regras da justa interpretação. "Omnes sensus (sc.Sacræ Scripturæ) fundentur super litteralem" (S.Tomás de Aq., STh 1,l,10,ad l). ( Todos os sentidos (da Sagrada Escritura devem basear-se no literal).


117. - O sentido espiritual. Graças à unidade do desígnio de Deus, não só o texto da Escritura, mas também as realidades e acontecimentos de que fala, podem ser sinais.


1- O sentido alegórico. Podemos adquirir uma compreensão mais profunda dos acontecimentos, reconhecendo o seu significado em Cristo : por exemplo, a travessia do Mar Vermelho é um sinal da vitória de Cristo, como também do Baptismo.


2- O sentido moral. Os acontecimentos referidos na Escritura podem conduzir-nos a um comportamento justo. Foram escritos “para nossa instrução”(1 Cor. 10,11).


3- O sentido analógico. Podemos ver realidades e acontecimentos no seu significado eterno, o qual nos conduz (em grego : "anagoge") em direcção à nossa Pátria. Assim, a Igreja terrestre é sinal da Jerusalém celeste.


Chama-se HERMENÊUTICA à interpretação metódica dos textos da Bíblia e que procura determinar o verdadeiro sentido dos textos da Sagrada Escritura segundo os princípios da Exegese.


No ensino católico, o Magistério da Igreja tem o poder exclusivo e a posição privilegiada de exercer o papel da Hermenêutica, e depois comunica à Igreja universal a verdade encontrada.


Na tradição protestante, eles são encorajados a interpretar as Escrituras por sua conta e risco, enquanto os Católicos têm a segurança e a garantia de uma corporação formada pela Santa Sé, especialmente através da Comissão Pontifícia da Bíblia.


Assim depois de falarmos de Hermenêutica, de Inspiração da Bíblia de Interpretação da Bíblia, e da Exegese da Bíblia, compreendemos perfeitamente que este trabalho de ler a Bíblia para a interpretar e compreender, não é assim uma coisa fácil, em que cada um, exactamente porque não compreende, se arrisque a dar qualquer outra explicação ou interpretação de qualquer palavra, ou frase da Bíblia que não seja a do Magistério da Igreja.

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