A História Literária do Antigo Testamento

 


Autor: John Nascimento


Estas breves explicações da Bíblia destinam-se aos principiantes, que pouco ou nada sabem a respeito da Bíblia, para que não façam um conceito errado de como Deus se revelou ao homem na História da Salvação, e em que os mais entendidos podem fazer uma oportuna reflexão.


HISTÓRIA LITERÁRIA


DO ANTIGO TESTAMENTO (013)


A revelação de Deus aos homens transmitiu-se durante muitos séculos através da Tradição oral.


A Escritura só começa a ganhar corpo a partir de David.


Já muito antes de David existiam documentos escritos inspirados como o código da aliança (Ex. 20, 22-23, 33), o Decálogo, o poema de Débora, etc.; mais que livros eram elementos da Tradição oral.


A primeira peça literária do Antigo Testamento data do século X a.C., e é uma breve história do rei David (2 Sam. 9 e 20).


É também por esta época que se escreve uma das quatro partes em que se divide o Pentateuco, se desenvolve o Saltério começado por David e a literatura sapiencial recebe o seu primeiro impulso.


Com a morte de Salomão, o reino divide-se em Israel ou Reino do Norte, e Judá ou Reino do Sul.


A história destes dois reinos encontra-se no Livro dos Reis.


Em Israel aparecem Elias e Eliseu, defensores do culto de Javé, e no tempo de Jeroboão II (783-743 a.C.), Amós e Oseias e a tradição "Eloísta" do Pentateuco.


Em Judá, pouco depois de Amós e Oseias, surgem Isaías e Miqueias. (A Isaías pertence só a parte do livro de Isaías 1-39).


Em 721 a.C. o Reino do Norte cai sob o poder da Síria e os homens religiosos fogem para Judá, levando consigo os livros e as tradições sagradas e assim se unem as duas tradições do Pentateuco, a "Javista" e a "Eloísta".


No tempo de Josias (640-609 a.C.) restaura-se o Templo e procede-se à reforma religiosa: o Reino do Norte tinha desaparecido e o do Sul estava a ser castigado porque tinham sido infiéis a Javé.


É neste período e com esta perspectiva que se publicam Juízes, Samuel e Reis.


Em 587 a.C., Nabucodonosor avança sobre Jerusalém, vence-a e leva para Babilónia, como reféns, os seus habitantes.


Momento importante para a história do Povo de Deus.


Os sacerdotes, longe do Templo, voltaram às tradições antigas, dando-lhes um cunho litúrgico e cultural.


São ainda eles que, depois do Deuteronómio, dão ao Pentateuco a sua forma definitiva.


Os Judeus, que ficaram na Palestina, vinham chorar sobre as ruínas do Templo e assim nascem as Lamentações que a Vulgata, indevidamente, atribuiu a Jeremias.


Ao mesmo tempo, um profeta anónimo, discípulo de Isaías, confortava os desterrados em Babilónia (Is. 40-55).


Depois do regresso da Babilónia, compuseram-se os capítulos 34-35 e 24-27.


Em 538 a.C, de novo em Jerusalém, o Deuteronómio separa-se dos livros históricos e une-se ao Pentateuco; aparece Rute e os profetas Ageu e Zacarias.


É também neste século que floresce a literatura sapiencial e se edita o Livro dos Provérbios, e pouco depois, o Livro de Job.


Com a reconstrução do Templo nascem novos salmos e adaptam-se os antigos à nova Liturgia.


No século IV a.C. está completo o Saltério; nasce o Cântico dos Cânticos; escreve-se Jonas que canta a providência universal de Deus e Tobias que exalta a providência diária.


A historiografia deste século está representada por 4 Livros: l e 2 dos Paralipómenes ou Livro das Crónicas, Esdras e Neemias, que são obra de um só autor chamado Cronista.


No ano 333 a.C. com a conquista da Palestina, por Alexandre Magno, começa o período helénico para a literatura bíblica.


Como reacção, nasce um novo género literário tipicamente hebreu: o midrás bíblico.


Pertencem a este período o Eclesiastes e o Eclesiástico.


Em 175 a.C., Antíoco IV obriga todos os seus súbditos a adoptar a vida e a religião dos gregos.


Esta medida provoca a revolta dos Macabeus.


E é neste ambiente que Daniel publica o seu livro para animar os seus compatriotas na luta.


Anos depois (100 a.C.), aparece o Livro de Ester, 1° e 2° dos Macabeus e o Livro de Judite.


Enquanto os Judeus da Palestina resistiam à helenização, alguns Judeus de Alexandria procuram assimilar o pensamento grego sem sacrificar os seus valores próprios, o que se consegue com o Livro da Sabedoria, a última obra do Antigo Testamento. (Difusora Bíblica).


Só com o conhecimento destes dados se pode ler e começar a entender a bíblia.

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