A vida animal

 

Autor: John Nascimento

Estas breves explicações da História da Bíblia destinam-se aos principiantes, que pouco ou nada sabem a respeito da Bíblia, para que não façam um conceito errado de como Deus se revelou ao homem na História da Salvação, e em que os mais entendidos podem fazer uma oportuna reflexão

A VIDA ANIMAL

O grande segredo e a grande corrida da ciência é a busca da origem da vida.

Uma meta que o homem nunca atingirá enquanto não quiser acreditar na palavra da Bíblia :

- “No princípio Deus criou os Céus e a Terra”. (Gn. 1,1).

Segundo estas primeiras palavras da Bíblia Deus é o único autor da vida e, depois de tudo ter criado, ainda a Bíblia comenta :

- “E Deus viu que tudo isto era bom”.(Gn. 1,10; 12; 18; 21 e 25).

As pessoas com uma forte crença religiosa nunca tiveram problemas quanto à origem da Vida na Terra.

Embora muitos cientistas se esforcem por rejeitar a descrição da Escritura sobre a Criação, a convincente alternativa da descrição Bíblica de como a vida começou sobre a Terra, perturba-os e ilude-os.

Se, como algumas teorias científicas sugerem, a vida começou espontaneamente, o processo da criação podia ainda estar em movimento.

No quinto dia Deus criou a vida animal – nefesh hayyah (seres vivos).

- “Deus criou, segundo as suas espécies, os monstros marinhos e todos os seres vivos que se movem nas águas, e todas as aves aladas, segundo as suas espécies”.(Gn.1,21

Os seres vivos são caracterizados pela respiração, carne, sangue, movimento e reprodução sexual.

Mais tarde ficaram dependentes de uma bênção especial do Criador.

Estas criaturas deviam viver nos lagos, nos rios e nos oceanos, enquanto as aves voariam no firmamento.

A narração da Criação dos animais, como a das plantas, não se opõe por si mesma ao evolucionismo ou outras teorias científicas, sobre a origem destes seres.

O que a Bíblia quer ressaltar é que eles são criaturas de Deus; e isto fá-lo na linguagem e na mentalidade do tempo.

Repare-se como as plantas aparecem antes do sol e da lua, coisa cientificamente impossível.

Trata-se duma esquematização poética e não duma reportagem histórica.

No sexto dia foram criados os animais terrestres e os seres humanos.

Enquanto os animais eram considerados iguais, a Bíblia usa o termo hebraico adam para dcescrever a humanidade :

- “Façamos o homem à Nossa imagem, à Nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que rastejam por terra”.(Gn.1,26).

A história assenta na grande relação entre os animais e os seres humanos, que foram criados no mesmo dia.

O domínio do homem era benvolente e pacífico e, até ao tempo de Noé ele só se alimentava com as plantas da terra.

Deus tinha dito :

- “E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus e a todos os seres vivos que sobre a terra existem e se movem, igualmente deu por alimento toda a erva verde que a terra produzir”.(Gn,1,30).

Segundo este texto, Deus concede aos homens e animais comer unicamente ervas.

Com efeito, uma lenda antiga, que transparece na Bíblia, afirmava que os homens e os animais, nos começos, eram herbívoros.

Só depois é que se foram estragando, como um objecto novo que se gasta com o uso, e então passaram a comer-se uns aos outros.

A Bíblia serve-se desta lenda para manifestar que o homem se deteriorou com o pecado.

Então Deus condescendeu em que o homem se alimentasse também de carne, proibindo-lhe porém o sangue que, para os hebreus era a vida, segundo a Nova Aliança com Noé :

- “Tudo o que se move e tem vida servir-vos-á de alimento; dou-vos tudo isso como já vos tinha dado as plantas verdes. Somente não comereis a carne com a sua alma, o sangue. Ficai também a saber que pedirei contas do vosso sangue a todos os animais, por causa das vossas almas; e ao homem, igualmente, pedirei contas da alma do homem, seu irmão”. (Gn.9,3-5).

Trata-se de uma explicação religiosa e popular do facto chocante da “luta pela vida”, lei sangrenta da natureza, que leva os animais a comerem-se uns ao outros para sobreviverem.

O Cristianismo aboliu a Lei de Moisés e com ela as proibições vetero-testamentárias sobre o uso do sangue :

- “Somente não comereis o sangue; derramá-lo-eis na terra, como se fosse água”. (Dt.12,16).

Eram as leis acerca do culto.