Antioquia

 


Autor: John Nascimento


O Novo Testamento faz referência a duas cidades com este nome:


Antioquia da Síria e Antioquia da Pisídia.


1)- Antioquia,(10) foi uma antiga cidade da Síria que existiu no lugar onde hoje está ANTAKIA que conservou o mesmo nome.


Estava situada junto das margens do rio Orontes, entre o Líbano e a cordilheira de Taurus.


Estava a cerca de 27 Km do mar e era servida pelo porto da cidade de Selêucia.


Foi fundada por Seleuco no ano 300 a.C. mas tomou o nome de seu pai Antíoco e foi cidade real no reinado dos reis seleucos.


Mais tarde foi uma colónia militar grega e cresceu imenso devido à imigração dos povos vizinhos e tornou-se uma das maiores cidades do mundo helenístico-romano, calculando-se a sua população no segundo século a.C. em 300.000 habitantes, ganhando a má reputação de uma cidade de prazer e de vício.


O poder e independência de Antioquia, atraíram as atenções de Paulo e Barnabé que foram lá numa missão de apostolado :


- “Havia na Igreja estabelecida em Antioquia profetas e doutores : Barnabé, Simeão chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaen, companheiro de infância do tetrarca Herodes, e Saulo”. (Act.13,1).


Foi nesta cidade de Antioquia da Síria que pela primeira vez foi usado o nome de “cristãos” para os discípulos de Cristo :


- “Foi em Antioquia que, pela primeira vez, os discípulos começaram a ser tratados pelo nome de cristãos”. (Act.11,26).


Paisagem sobre a cidade de Antioquia.


A expansão do cristianismo para além dos limites da Palestina é, de novo, ligado à morte de Estêvão :


- “Então, os que se tinham dispersado, em seguida à perseguição, desencadeada por causa de Estêvão, adiantaram-se até à fenícia, Chipre e Antioquia, mas anunciaram a palavra apenas aos judeus”.(Act.11,19).


Antioquia torna-se a base da expansão missionária da Igreja :


- “Houve, porém, alguns deles, homens de Chipre e Cirene que, chegando a Antioquia, falaram também aos gregos, anunciando-lhes a Boa Nova do Senhor Jesus”.(Act.11,20).


Josephus escreveu :


- “Para os antioquenses, que habitam a grande cidade da Síria, que tem uma estrada a todo o comprimento, ele (Antíoco) adornou-a com uma estrada com colunatas dos dois lados e pavimentou-a com pedras polidas.


O Novo Testamento faz muitas referências à cidade de Antioqujia da Síria.


2)- Antioquia,(Antioch) (5) uma cidade da Pisídia na Ásia Menor central, também fundada por Seleuco no ano de 280 a.C.


Foi declarada cidade livre pelos romanos no ano de 189 a.C. e passou de novo a ser governada pelos romanos, pelo Imperador Augusto, no ano 25 a.C.que fez significantes construções, incluindo o templo.


As reminiscências desta cidade jazem junto à moderna cidade turca de Yalvaz.


Escavações feitas pela Universidade de Michigan revelaram um propileu (entrada monumental) e praças que tinham sido construídas no 1° século a. C. e no 1° século da nossa era.


Escavações do templo de Augusto em Antioquia da Pisídia.


Antioquia da Pisídia foi evangelizada também por Paulo e Barnabé, na sua primeira viagem missionária.


Eles dirigiram-se aos Judeus, mas quando os Judeus os rejeitaram, voltaram-se para os Gentios, mas sem sucesso.


O desaire do encontro foi desusado; os Judeus não só os expulsaram da cidade, mas mesmo os foram a perseguir até à Listra, onde incitaram o povo a apedrejar Paulo :


- “Mas eles deixaram Perga e, caminhando sempre, chegaram a Antioquia da Pisídia”... (Act. 13,14).


- “Mas os Judeus incitaram as senhoras devotas mais distintas e os de maior categoria da cidade, desencadeando uma perseguição contra Paulo e Barnabé, e expulsaram-nos do seu território”. (Act.13,50).


S. Paulo refere-se a estes sofrimentos na sua segunda carta a Timóteo:


- ...”nas perseguições e provações que tive de sofrer em Antioquia, em Icónio e em Listra”... (2 Tim.3,11).


Paulo e Barnabé ainda voltaram a visitar aquelas cidades algum tempo depois :


- “Depois de terem anunciado a Boa Nova naquela cidade[...], voltaram a Listra, Icónio e Antioquia”. (Act. 14,21).


- Escola de Antioquia


Antioquia foi a Sé de Pedro antes de ele ir para Roma.


Houve lá uma escola de teologia muito distinta, não no sentido de instituição académica mas um grupo de estudantes e professores, dentro de uma aproximação característica da formulação das crenças cristãs.


Estiveram numa linha de adesão, e às vezes de controvérsia, Luciano de Antioquia, S. João Crisóstomo, Diodoro de Tarso, Teodoro da Mopsuéstia, Nestório e Teodoro de Cyr.


A sua maior importância foi no século V especialmente com as disputas acerca de Cristo.


Cada uma das opiniões apresentadas, oferecia o seu valor e cada uma estava envolvida em perigos e dentro de limitações.


Alexandria, Platónica na sua filosofia e alegórica na sua interpretação da Bíblia, mantinha a unidade de Cristo, mas, com formulações extremas falhou na sua afirmação sobre a alma humana de Cristo ( Apolinarismo), ou falou da Sua humanidade como Absorvida pela divindade. (Monofisismo).


Por outro lado Antioquia, Aristotélica em filosofia e alegórica na sua interpretação bíblica, mantinha a sua convicção na realidade e integridade da humanidade de Cristo.


Embora com alguns exageros na sua formulação, (Nestorianismo), parecia condenar a Sua Unidade substancial.


No Concílio de Éfeso (431), e no de Calcedónia (451), a Igreja declarou a verdade afirmando que Cristo é uma Pessoa divina com duas naturezas distintas, humana e divina.

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