Crescimento da Igreja

 


Autor: John Nascimento



Para os Imperadores Romanos que se seguiram a Vespasiano e a seu filho Tito – Domiciano, Nerva, Trajano e Adriano – o rápido crescimento da Igreja Cristã, era um assunto apenas ocasional, mas algumas vezes se tornou sério e motivo de interferências.


Entre as classes governamentais e em muitos meios populares, o Cristianismo foi olhado como uma incrível superstição.


O povo estava muitas vezes ávido em acreditar apesar das ameaças às malhas apertadas destas comunidades e os lúridos temores alimentavam as expectativas populares.


O povo falava em canibalismo (comer a carne e beber o sangue) e em incesto (irmãos e irmãs reunidos privadamente).


E mesmo quando não acreditavam nestes rumores, os Cristãos ‘ateísticos’ que recusavam adorar os deuses que tinham abençoado Roma e que guardavam a prosperidade do seu povo, eram uma clara afronta aos interesses do Império.


Foi durante o reinado de Adriano que o biógrafo romano Suetónio considerou a perseguição aos Cristãos como a reforma social de Nero.


O Imperador Domiciano, que subiu ao trono em 81, governou relativamente bem em certos aspectos, mas depois da conspiração contra ele em 88, tornou-se consecutivamente despótico e imprevisível.


Como Calígula tinha feito antes dele, proclamou-se a si mesmo Senhor e deus e, nos fins da sua vida instituiu um reino de terror que esmagou em primeiro lugar as classes superiores mas destruiu também igualmente muitas outras pessoas.


Domiciano afastou ou executou todos os que ele considerava seus inimigos, incluindo filósofos, ateísticos e judeus.


Entre estes estava um cristão chamado João, que foi exilado para a ilha de Patmos, o qual escreveu o Livro do Apocalipse (ou Revelação).


Nesse Livro se fazem referências à «tribulação» das sete Igrejas que estão na Ásia, como repressões sob o domínio de Domiciano.


Apesar dos rumores e da repressão, a Igreja cresceu, e dela fizeram parte muitos elementos das classes inferiores, mas a sua expansão atravessou todos os obstáculos das classes elevadas do Império, de modo que os seus membros iam de escravos a aristocratas.


Julga-se que no ano 100 já devia haver em todo o Império mais de 300.000 crentes.


A Igreja foi especialmente forte e constante em certas regiões e só na Ásia Menor havia pelo menos 80.000 crentes.


Mas surgiram repressões esporádicas.


Foi das costas do Mar Negro da Ásia Menor que uma das mais evidentes testemunhas das relações entre a Igreja e o Império chegou até nós, na forma de Cartas de um Romano chamado Plínio para o Imperador Trajano.


Plínio era o governador do Ponto e da Bitínia, uma região de frequentes desacatos e de corrupção e onde Trajano pretendeu estabelecer a ordem.


Os problemas eram fomentados por elementos de organizações sociais, políticas ou religiosas, muitos dos quais se tornaram incómodos a ponto de Trajano ter ordenado a Plínio para acabar com todas essas organizações.


Os Cristãos ficaram incluídos nessas organizações e as cartas de Plínio consideravam que era uma ofensa capital simplesmente ser «chamado» Cristão, e assim muitas pessoas foram levadas perante o governador com a acusação de «serem cristãs».


Esta situação fazia com que a religião cristã fosse considerada no Império como um «Religião ilegal».

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