De Noé a Abrãao

 


Autor: John Nascimento


Abraão deixou UR e foi para as terras de Canaã.

No Capítulo XI do Génesis, termina a genealogia dos filhos de Noé com Abraão.


Estes onze primeiros capítulos do Génesis constituem um género literário especial.


São uma extensa ponte, lançada pelos autores bíblicos entre Abraão, avô do Povo Eleito, e Deus.


Pelas ciências empíricas, sabemos que o homem já se encontra sobre a Terra há uns 500.000 anos; e que esta já existia muitíssimos séculos antes.


Estes onze primeiros capítulos não são, portanto, de modo algum, uma reportagem exacta sob o ponto de vista científico, das origens do mundo e do homem.


São, isso sim, uma mensagem religiosa transmitida, embora através de ideias primitivas, sobre o mundo e sobre o homem.


Por isso, os críticos apelidam estes onze primeiros capítulos do Génesis de Pré-história Bíblica.


Com base neste último Capítulo, alguns críticos dizem que Noé viveu no século 20 a.C. e que Abraão viveu aproximadamente entre 1800 e 1600 anos a.C.


Ora, 200 ou 300 anos entre Noé e Abraão, parecem muito poucos, porque, de três casais (os filhos de Noé), em 200 ou 300 anos, não daria mais de 1.000 pessoas, tendo em conta que, se nasciam uns, iam morrendo outros e só o balanço positivo (mais nascimentos do que mortes) é que contribui para o aumento da população da sociedade.


A minha aldeia natal, com cerca de 1.000 habitantes, não ocupa mais de 2 Km2 de superfície.


Sendo assim, como é que até hoje em 4.000 anos (2.000 antes de Cristo e 2.000 depois de Cristo) no mundo há já quase 6 biliões de pessoas, e antes de Noé, com cerca de 500.000 anos, não ficou a Terra superlotada ?


Se a população da Terra recomeçou depois do Dilúvio com três casais humanos (os filhos de Noé), não teremos que colocar Noé muito mais distante de Abraão, uma vez que Abraão já encontrou outros povos em Canaã e depois também no Egipto ?


E se colocarmos Noé muito mais distante de Abraão, ficará naturalmente mais perto de Adão ?


E sendo assim, o Dilúvio do tempo de Noé, terá sido muito mais longe de Abraão.


Mas volto a perguntar :


Será que a nossa Civilização, a partir de Noé, terá apenas os ditos 4.000 anos ?


Uma pedra com uma escrita cuneiforme descreve a história do dilúvio babilónico contada pelo épico Giglamesh, rei da cidade Sumeriana de Uruk, ao Sul da Mesopotâmia, e data exactamente de 2.750 anos a.C.


Trata-se de um desafio aos deuses em busca da imortalidade.


Por vezes se põe este dilúvio babilónico em contraste com o Dilúvio do tempo de Noé, como sendo um a cópia do outro.


Nos meus Conceitos, por demais Inverosímeis, também me apetece perguntar qual foi o original e qual é a cópia, mas penso que ninguém me poderá responder.


O Trabalho em que me estou a basear, chamado CHRONICLE OF THE WORLD, concebido e coordenado por Jacques Legrand e editado por Jerome Burne, (dois Volumes de 1.300 páginas cada um), de 1982, fala de um dilúvio que deve ter ocorrido na Mesopotâmia em 2.800 a.C., que destruiu grande parte da população e acreditou-se que foi enviado por Deus para destruir a raça humana pecadora.


Deve referir-se, provavelmente ao dilúvio de Giglamesh, mas na mesma obra não consta mais nenhum dilúvio, nem antes nem depois.


Ora, se este fosse realmente o Dilúvio da Bíblia, um Dilúvio Universal, teria destruído toda a civilização existente, que a mesma Obra apresenta em todos os Continentes desde há 3.5 milhões de anos, e isto é que eu não consigo enquadrar nos meus muitos Conceitos, ainda que Inverosímeis, e volto a perguntar :


- Será que a nossa Civilização, a partir de Noé, tem apenas os 4.000 anos (2.000 antes de Cristo e 2.000 anos depois de Cristo) de que se fala ?


Não podemos esquecer que depois do Dilúvio, houve um recomeçar da Humanidade, a partir de Noé e dos seus filhos, sobre uma Terra destruída por um Catástrofe Universal cujas dimensões e consequências nós não podemos sequer imaginar.


Todavia permanece para todos nós a Mensagem da Bíblia, com o castigo da Humanidade por causa da sua corrupção, e a retomada da esperança de um Redentor Prometido no Proto-Evangelho, que se vai continuando ao longo de toda a Bíblia, com os homens, nas suas múltiplas vicissitudes, no cumprimento da História da Salvação.


Depois de todos estes meus Conceitos Inverosímeis, uma vez que a Bíblia não nos dá datas, fica aberta uma porta larga para as nossas mais Inverosímeis conjecturas e não tenho qualquer repugnância em aceitar um Dilúvio numa época muito mais longe de Noé e, portanto, muito mais perto de Adão e Eva, embora a muitos séculos de distância deles, e de aceitar um Dilúvio Universal quanto à humanidade existente, mas limitado territorialmente só aos lugares onde havia pessoas viventes, com muita dificuldade em aceitar que já houvesse habitantes no Continente Americano, com o devido respeito por todos os outros que tenham uma opinião diferente.


De qualquer modo, também os habitantes das Américas de hoje são descendentes directos de Noé, porque, com Dilúvio ou sem Dilúvio, toda a humanidade recomeçou depois do Dilúvio.


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