Divergências do Novo Testamento



Autor: John Nascimento


Quando Diocleciano se tornou imperador (284), já havia cerca de cinco milhões de Cristãos espalhados por todo o império.


Como a mensagem cristã se espalhou por vários grupos étnicos, o texto chamado Novum Testamentum, ou Novo Testamento, começou a tomar características distintas e locais.


Ano após ano, à medida que o original grego ia sendo copiado e recopiado, iam aparecendo muitas e variadas alterações.


Algumas eram simplesmente os erros inevitáveis de quem fazia cópias à mão, tais como, uma linha que se omitia, um erro de leitura ou de escrita, uma palavra que se omitia ou que se escrevia duas vezes, ou letras trocadas.


Outras vezes eram más interpretações dos escribas ou tentativas de corrigir erros gramaticais ou de aperfeiçoar o estilo da escrita.


Depois fizeram um esforço para harmonizar passagens paralelas, tais como a Oração do Senhor em que há umas diferenças entre o Evangelho de Lucas e o de Mateus.


Assim, no século III já havia duas versões principais.


Uma era usualmente conhecida como o Texto Alexandrino que era mais conhecido na parte leste do Mediterrâneo.


A outra a que chamavam o Texto Ocidental, foi largamente usado na Itália, na Gália (França), e Norte de África.


Embora muitas das diferenças fossem pequenas, entre os dois textos, outras maiores apareceram depois.


No Texto Ocidental, por exemplo, o livro dos Actos dos Apóstolos era sensivelmente 10% maior que o texto Alexandrino e incluía interessantes pormenores que se tinham omitido no outro texto.


Assim no texto do Ocidente está incluído o número de palavras que Paulo disse enquanto o texto Alexandrino não lhes faz referência.


No fim do século III foi feito um novo esforço no sentido de suprimir tais diferenças.


Luciano, presbítero da Igreja de Antioquia, preparou uma revisão do Novo Testamento em que corrigiu algumas variações nos textos que possuía.


Muitas vezes Luciano encontrava duas ou mais frases diferentes sobre o mesmo assunto e não decidia qual seria a melhor, mas juntava-as todas.


Assim em muitos escritores há a opinião de que a versão de Luciano está mais longe do original do que os seus antecessores.


Todavia tornou-se popular por causa da sua eloquente linguagem e da harmonização de algumas passagens.


Durante o século IV, a versão de Luciano, então conhecida como Texto Bizantino ou Texto recebido, tornou-se a favorita da Igreja.


Dela saíram depois várias traduções mais modernas.


Todavia, desde o século XIX que as traduções do Novo Testamento voltaram basicamente ao Texto Alexandrino.


Presentemente o texto da Bílblia oficial da Igreja é da Vulgata de que falaremos mais adiante.

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