Hagia Sofia

 


Autor: John Nascimento


Hagia Sofia, hoje um museu, continua a ser ainda hoje uma jóia no coração de Istambul.


Durante séculos foi o centro da Igreja Ortodoxa do Oriente, mas em 1453, quando a cidade ficou nas mãos dos Turcos, Hagia Sofia foi convertida numa Mesquita.


Foram depois acrescentados Minaretes donde os fiéis eram convidados para a oração cinco vezes por dia.


Mais do que qualquer outro acontecimento de Justiniano, Hagia Sofia foi um testamento deixado à Cristandade e a manifestação do poder imperial do Oriente.


Como grande empreendedor, Justiniano usou a maior força do Império Bizantino para a construção, mesmo em áreas distantes como a Síria e a África.


Durante o seu reinado, desde 527 a 565, ele construiu fortificações, mosteiros, hospitais, aquedutos, pontes e igrejas, umas 25 só nos arredores de Constantinopla.


Todavia, Hagia Sofia foi a que marcou o esplendor do reinado de Justiniano.


O altar era de oiro com pedras preciosas embutidas. A cátedra do bispo era de prata doirada.


As paredes, o chão e os pilares da igreja tinham aplicações de diferentes mármores, importados de muito longe, pretos da região de Bósforo, verdes da Grécia e cor de rosa da Frígia.


Os mármores e a prata, aplicados em volta da base da cúpula, brilhavam e davam à Igreja uma luz natural durante todo o dia.


Durante a noite, centenas de lâmpadas, colocadas em candelabros de prata iluminavam os serviços da tarde e parte da noite.


Mas era sobretudo a cúpula que parecia flutuar sobre a nave, que fazia a admiração e os encantos de toda a gente.


Ela assentava sobre quatro enorme arcos de 43 metros de altura, que a elevavam a uma altura total de 60 metros.


Nas palavras de Procopius, o historiador que escreveu as crónicas da construção de Hagia Sofia, o «tecto parecia que não assentava sobre colunas, mas estava suspenso do céu».


Actualmente, a magnífica cúpula está segura à nave, não apenas pelos quatro arcos mas também por quatro pendículos, ou abóbadas triangulares, que enchem os espaços entre os arcos e o rebordo da cúpula.


Nunca antes tinham sido usados pendículos desta larga escala - e nunca mais foram feitos até à Renascença.


A basílica é de forma plana por fora, e a fachada é monótona, mas por dentro o material é todo diferente :


- Mais de quatro acres de mosaicos de oiro cobrem a cúpula, os arcos e as abóbadas.


- As colunas, segundo se diz, foram santificadas com aplicações de relíquias de fragmentos da verdadeira cruz de Cristo, da túnica inconsútil feita pela Virgem Maria, e por uma relíquia do cesto usado por Cristo para a multiplicação dos pães e dos peixes.


Os fiéis entravam na Hagia Sofia através de um átrio onde havia uma fonte em que se podiam purificar.


Nessa fonte havia esta inscrição : «Não purifiqueis apenas a vossa face, mas todos os pecados».


Milhares de fiéis podiam fazer as suas preces dentro da igreja, que estava aberta diariamente para o culto.


Na construção da Hagia Sofia trabalharam 10.000 operários e o santuário foi adornado com 20.000 quilos de prata.


Justiniano, que foi perdulário, fez toda esta obra «com fé», foi também generoso na sua dedicação.


Diz a lenda que foram distribuídos pelos pobres de Constantinopla, 1.000 bovinos, 6.000 ovinos, 600 veados e 10.000 galináceos; e ainda foram distribuídos muitos milhares de outros alimentos.


Para a manutenção de Hagia Sofia e do culto era precisa uma incalculável fonte de receita em óleo, vinho e pão

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