Jerusalém - Peregrinações

 


Autor: John Nascimento


Uma Peregrinação é uma viagem que se faz a um Santuário com o fim principal de venerar objectos (relíquias) sagrados ou celebrar acontecimentos assinalados por qualquer manifestação de carácter religioso, para dar graças ou pedir favores de ordem espiritual ou ainda em sinal de penitência.


As Peregrinações têm um fundamento na Sagrada Escritura, que nos diz que o povo se sentava na presença de Deus :


- Dirigiram-se depois a Betel, e permanecendo diante do Senhor até ao anoitecer, levantaram a voz e, com grandes alaridos começaram a chorar. (Juiz.21,2).


- Todos os anos este homem subia da sua cidade a Silo para adorar o Senhor dos exércitos e oferecer-Lhe um sacrifício.(1 Sam. 1,3).


A Arca da Aliança foi levada em peregrinação a Jerusalém pelo rei David e os seus homens, ritualmente seguida de procissão dentro do Templo .(cf. 2 Sam. 6-7 ; 1 Reis 8,1-10).


Estas peregrinações são uma prefiguração das viagens de Jesus a Jerusalém :


- Jesus foi levado em peregrinação ao Templo, "para ser consagrado ao Senhor" (Lc.2,22); Foi ao Templo mais do que uma vez para a celebração da Páscoa.(Lc.2,41,); Foi a Jerusalém onde entrou sobre um jumentinho, aclamado por todo o povo. (Lc. 19,28-38).


Uma verdadeira Peregrinação tem um cunho religioso que ultrapassa qualquer deslocamento de carácter puramente comercial, político, desportivo ou de recreio.


* Todos os Muçulmanos devem ir a Meca em peregrinação, pelo menos uma vez na vida.


* Os Hindus devem ir frequentemente ao Ganges.


* Na primitiva Comunidade Cristã faziam-se peregrinações a Roma, ou à Palestina mesmo antes das Cruzadas que só começaram no século XI.


* A mãe de Constantino, S. Helena, foi em peregrinação à Terra Santa onde colheu várias relíquias importantes em 325.


Entre as Peregrinações mais conhecidas a partir da Idade Média, podem considerar-se :


* São Tiago de Compostela (Espanha).


* Abadia de S. Martinho de Tours (França).


Mais recentemente abundam as Peregrinações relacionadas com Santuários de Nossa Senhora, como Guadalupe, Lurdes, Fátima, e muitos outros.


No tempo de Jesus, a Festa da Primavera, a Páscoa, foi o mais popular e mais concorrido Festival das Peregrinações.


As chuvas tinham passado e nos caminhos já não havia lamas.


A maior parte dos peregrinos deslocava-se em grupos de Caravanas.


Usavam-se burros e camelos, mas a maior parte das pessoas ia a pé.


A Páscoa começava com uma celebração ao fim da tarde depois do Sol-posto – o começar do 15º dia do mês de Nisan estava de acordo com o calendário judaico - em que os dias se contavam do nascer ao pôr do sol.


O alimento principal da festa era o cordeiro imolado no Templo como a parte mais importante da festa da Páscoa.


Este sacrifício devia realizar-se na tarde do dia 14, pelo que, a maior parte dos Peregrinos provavelmente chegavam a Jerusalém um ou dois dias antes para terem tempo de se prepararem.


Segundo S. Lucas, José e Maria, faziam a caminhada de Nazaré para Jerusalém, todos os anos e Jesus com eles, durante 3 dias de viagem, caminhando por seu pé pelo menos desde os 8 anos de idade.


S. Lucas só faz referência a Jesus com 12 anos, mas mesmo depois dessa idade Jesus continuou, durante toda a sua Vida Oculta, a fazer a sua Peregrinação anual a Jerusalém.


Herodes o Grande foi quem mandou construir o Templo e as coisas mudaram muito durante o reinado dos seus descendentes.


A Páscoa, comemorando a libertação dos Judeus da escravidão, tirou o seu nome da promessa de Deus na Instituição da Páscoa, nos capítulos 12 e 13 do Êxodo, que começa assim :


- O Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egipto : Este mês será para vós o primeiro mês, será o primeiro mês do ano...(Ex.12,1).


- Mas entre os filhos de Israel, nem mesmo um cão latirá...assim ficareis a saber de que maneira o Senhor distingue os egípcios dos filhos de Israel.(Ex.11,7).


Foi simultaneamente uma ocasião solene e festiva e, nesta altura da ocupação militar Romana, teve um significado muito maior.


Durante os sete dias da observância da Páscoa o ar de Jerusalém foi carregado com a esperança da libertação.


A multidão da Páscoa era potencialmente perigosa, mas Roma procurou proteger os Judeus desta observação religiosa, com tropas que se haviam de enfrentar com a multidão massiva.

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