Masada

 


Autor: John Nascimento




Esboço de uma tentativa de reconstrução de um pormenor do que teria sido o palácio de Herodes no cimo da Masada.


Masada era o Palácio-Cidadela de Herodes o Grande, um planalto no cimo de uma rocha no deserto da Idumeia de 633 por 217 metros, a uma altitude de 433 metros acima do nível do Mar Morto de muito difícil acesso.


Quando a 10ª Legião Romana se preparava para um assalto final à fortaleza do planalto rochoso de Masada, no ano 73, a seita dos judeus chamada os Zelotes, que lá se encontrava encerrada desde a morte de Herodes o Grande, tomou uma decisão terrível.


Em vez de se submeterem à cruel retribuição romana como escravos, eles resolveram morrer pelas suas próprias mãos.


Este martírio colectivo dos Zelotes é descrito pelo historiador judeu Flávio Josefo, segundo o qual, o chefe dos Zelotes Eleazer ben Ya’ir, fez um discurso heróico em que disse :


- «É evidente que, mais dia menos dia eles nos capturarão...Vamos morrer antes de sermos escravizados pelos nossos inimigos, vamos deixar o mundo, com nossas esposas e nossos filhos para entrarmos num estado de liberdade. Vamos apressar-nos e, em vez de lhes darmos prazer, como eles esperam ao escravizar-nos, deixemo-lhes o exemplo que lhes cause espanto com a nossa morte e admiração pela nossa força de vontade...»


Bem Ya’ir ordenou que a fortaleza fosse queimada ( excepto na parte dos armazéns de alimentos, porque os Zelotes queriam mostrar que agiam por crenças religiosas e não por desespero).


Então os homens casados mataram as suas famílias.


Os sobreviventes escolheram grupos de 10 homens para matarem o resto da guarnição e o último grupo de 10 escolhia um que matasse os outros e depois se suicidasse.


Quando os romanos chegaram ao topo do planalto encontraram um profundo silêncio.


Como conta Josefo, quando atravessaram o planalto deram-se com uma multidão de mortos e não se sentiram felizes com isso, embora fossem seus inimigos.


Não podiam fazer outra coisa que não fosse louvar a sua coragem em tomar uma tal resolução, perante tão elevado número de mortos.


Dos 967 judeus que lá estavam, apenas 7 (2 mulheres e 5 crianças) sobreviveram a toda esta história.


Eles tinham-nas escondido em cavernas e os Romanos que as encontraram resolveram poupar as suas vidas.


Todavia Masada é uma das grandes histórias de um povo a lutar pela sua independência.


Esta história não é considerada como suspeita, uma vez que Josefo devia estar bem ligado a toda esta batalha.


A evidência foi encontrada em 1963, numa das mais difíceis escavações que se fizeram.


5000 voluntários de todo o mundo participaram nela sob a direcção do Professor Yigael Yadin, o mais famoso arqueólogo Israelita.




Masada é um enorme afloramento no cimo duma rocha com uma área de 137.361 metros quadrados, junto do Mar Morto.


Cerca de 30 anos antes do nascimento de Cristo, foi fortificada como uma Cidadela pelo rei Herodes o Grande.


Um homem que vivia num constante medo de traição, mandou construir grandes muros em volta e torres no cimo, com aquedutos e cisternas subterrâneos e escadarias cavadas na rocha.


Nos lugares escarpados Herodes mandou construir palácios e opulentos terraços a vários níveis, como lugares de descanso e de defesa luxuriante numa paisagem maravilhosa.


Depois da morte de Herodes, soldados romanos guardaram a Masada até ao ano 66, quando os Zelotes sob o comando de Menahen se revoltaram contra o poder romano.


Quatro anos depois, quando a rebelião foi dominada, Masada ficou isolada.


O Procurador romano da Judeia, Flavius Silva, foi quem marchou contra Masada no ano 72 com 10 legiões, dois anos depois da destruição do Templo.


Dezanove séculos depois as escavações provaram a evidência do desespero dos Zelotes no último dia.


Os armazéns de alimentos foram poupados ao fogo e havia moedas de bronze.


Nos detritos de várias estruturas foram encontrados fragmentos de 14 rolos, cada um deles datados do primeiro século a.C. até ao ano que precedeu a data de 73.


Continham excertos bíblicos do Livro do Deuteronómio, de Ezequiel, dos Salmos e partes dos livros Apócrifos.


Masada numa vista aérea de um outro ângulo mostra como era difícil qualquer tentativa de ataque por parte dos Romanos,


Foram encontradas, num lugar estratégico onde se esperava o ataque dos Romanos, 11 peças de olaria com nomes escritos, aparentemente pela mesma mão, mas não havia o nome de Ben Ya'ir.


É de supor que ele tenha escrito o nome de todos do seu grupo de 10 e que fosse ele o último, que se suicidaria por fim.


Só um homem do seu calibre podia ser escolhido para executar esta tarefa..


Masada não é referida pelo Novo Testamento e hoje está preservada pelos Israelitas como um lugar sagrado.


Todo o recruta das forças armadas de Israel faz este voto :


"Masada não cairá outra vez".


Entretanto, e apesar da opressão por parte do poder imperial, a Igreja fundada por Cristo sobre a rocha, ia crescendo rapidamente.

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