Nossa Senhora Maria Santissima

 


Fonte: Prebisteros

Autor: prof. Everton Jobin


Os cristãos, desde cedo, proclamaram que a mulher que foi escolhida por Deus para ser a mãe do "Rei dos Reis e do Senhor dos Senhores" recebeu mais privilégios e méritos divinos do que qualquer outra criatura.


Essas considerações teológicas levaram à conclusão necessária de que - admitindo a íntima relação naturalmente existente entre um filho e sua mãe - a Virgem Maria tem - sim - uma dignidade real. Vazados no fato do arcanjo Gabriel, mensageiro de Deus, ter anunciado o Reino do seu filho; e de sua prima, Santa Isabel , tê-la chamado "a mãe do meu Senhor", os escritores eclesiásticos começaram então a chamar Maria Santíssima de "Mãe do Rei" e de "Mãe do Nosso Senhor", sugerindo, também eles, que ela participava desta realeza divina.


O próximo passo foi chamá-la carinhosamente e com devoção de "Nossa Senhora".


O título Nossa Senhora vem da realeza de Maria que é uma verdade fundamentada ao longo do tempo, e consta dos documentos mais antigos da Igreja e dos livros da sagrada Liturgia.


O Papa Pio XII escreveu no encerramento do ano mariano de 1954, uma bela encíclica intitulada "Ad Coeli Reginam", em português, "Sobre a realeza de Maria". Por ocasião do centenário da proclamação do dogma da "Imaculada Conceição de Maria" (pelo Papa Pio IX , 1854), proclamou o Ano Mariano (8-12-1953/8-12-1954).


Esse mesmo Papa foi quem definiu o dogma da assunção gloriosa de Maria aos céus, em corpo e alma.


Em 1º de novembro de 1950, no ano que ele mesmo declarara "ano jubilar" - com a constituição apostólica "Munificentissimus Deus"- Pio XII proclamou solenemente o dogma da "Assunção corpórea de Maria ao céu", dogma que, a partir de uma pesquisa realizada em 1946, resgatava o consenso quase unânime de todos os bispos do mundo, e que o Concílio Vaticano I já desejaria ter definido.


O Papa Pio XII cita na referida Encíclica "Ad Coeli Reginam" uma série de escritores sacros, como Santo Efrém, São Gregório Nazianzeno, Prudêncio, Orígenes, São Jerônimo, Santo Epifânio, Santo André Cretense, São Germano, São João Damasceno, Santo Ildefonso de Toledo.....todos estes importantes homens da Igreja chamando e invocando Maria como "Rainha" e "Senhora";sem qualquer usurpação dos atributos divinos,porque os méritos e as virtudes santas de Maria ,e o atendimento das nossas preces vem sempre dos méritos infinitos do Cristo a ela confiados.


Assim fala São Luís Maria Grignion de Montfort:


"Deus Pai ajuntou todas as águas e denominou-as mar; reuniu todas as suas graças e chamou-as Maria. Deus Filho comunicou a sua Mãe tudo que adquiriu por sua vida e morte: seus méritos infinitos e suas virtudes admiráveis.


Deus Espírito Santo comunicou a Maria, sua fiel esposa, seus dons inefáveis, escolhendo-a para dispensadora de tudo que ele possui"


Sendo Maria santíssima - por sua disposição reta em relação aos desígnios de Deus - uma poderosa intercessora pela Igreja peregrina e padecente.


Diz o Evangelho de São Lucas :


"Eu sou a serva do Senhor. Aconteça-me segundo a tua palavra!" (Lc 1,38).


Maria é, assim, a mais santa das almas santas ; a mais pura , completa e exemplar expressão da santidade.


Ela consentiu com amor na imolação necessária de Jesus , pela remissão dos nossos pecados e para a glória de Deus.


Maria sofreu a Paixão dEle, associou-se como mãe a Seu sacrifício, e deu a sua aprovação radical a missão divina confiada ao Cristo


Em nenhum momento duvidou que Jesus era Deus.


A Mãe de Deus, ao pé da Cruz sofreu com Jesus, mas principalmente como Jesus.


O sofrimento de Maria foi o sofrimento de Jesus, tanto assim que Jesus deu ao discípulo amado a missão de proteger Sua mãe . Maria aceitou a missão de ser a Mãe da Igreja. O seu sofrimento junto à Cruz foi vivido voluntária e santamente.


Nossa Senhora é mediadora por Jesus , e Jesus é o nosso único mediador


A vocação de Maria não termina com a morte, mas é única e para sempre , ela não terminou.


A Virgem Maria permitiu a vinda ao mundo do Cristo ao dizer sim a Deus , e acompanhou Jesus na Sua missão na terra.


A decisão divina de fazê-la Rainha dos Céus e Mãe do Filho de Deus encontra-se na eternidade ; é , desde sempre , absolutamente necessária para a redenção do mundo !


Diz Santo André de Creta (660-740): " Ó Santa, ó Santa sobre todos os santos, ó tesouro mais vasto de toda santidade".


O apóstolo Paulo reflete sobre a santidade em geral : "Nós todos que, com face descoberta, refletimos como num espelho a glória do Senhor, somos transfigurados nessa mesma imagem, cada vez mais resplandecente, pelo Espírito do Senhor " (2Cor 3,18).


Na liturgia da Santa Missa, Deus é louvado pelo hino : " Vos que sois Santo". Deus é Santo porque distinto de tudo que é imperfeito , defeituoso, pecado, erro e iniquidade. Deus é o modelo de toda perfeição, é a expressão em grau absoluto das perfeições. Dele emana toda santidade , glória e graça .


Deus é a fonte de toda a santidade!


O homem , criado à imagem e semelhança de Deus, deve tornar-se santo, "Sede santos pois eu sou santo" (Lev 11,45; cf. 1Pe 1,16). Jesus Cristo também coloca a meta da santidade como supremo ideal dos filhos do Pai celeste: "Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito" (Mt 5,48).


A Virgem Maria possui a posição mais elevada no escalonamento dos seres criados.


Maria Santíssima disse sim ao anúncio divino, aceitando a missão a ela confiada pelo Altíssimo, permitindo a vinda ao mundo do Cristo salvador.


Durante o Concílio Vaticano II , Nossa Senhora foi proclamada "mãe da Igreja" (1964).


Chamamos Maria de Rainha dos cristãos, dos anjos, dos patriarcas, dos profetas, dos apóstolos, dos mártires, de todos os santos; rainha concebida sem pecado, a imaculada conceição, assunta ao céu, rainha do santo rosário,rainha da Igreja, e mãe dos homens.


Não obstante devemos ter a plena consciência de que Maria Santíssima é Senhora Nossa, porque é a mãe do rei Jesus ; do Nosso Senhor Jesus Cristo que nos resgatou - com o seu preciosíssimo sangue, derramado na cruz , da morte eterna - da privação da visão beatífica de Deus.


Maria Santíssima é assim figura central no âmago da Igreja ; ela é a medianeira "em" Cristo,tendo tomado assento à destra de seu filho, rezando sem cessar, por toda a humanidade,junto com a Igreja celeste e com a Igreja peregrina. Católicos e ortodoxos reverenciam Maria.


Que Nossa Senhora Maria Santíssima, com todos os seus títulos e nomes, interceda sempre por nós, junto a seu filho amado, Jesus Cristo, Senhor e mestre, o único mediador entre o Pai e a humanidade, o mesmo Jesus de ontem, hoje e sempre; eternamente com sua Igreja, até a consumação dos tempos.


Uma oração de Santo Afonso Maria de Ligório dedicado à Virgem Maria:


"Ó Santa dos Santos, ó Maria, abismo de graça e cheia de graça, socorrei um miserável, que a perdeu por sua culpa. Sei que sois tão cara a Deus, que ele nada vos nega. Sei também que gostais de empregar vossa grandeza em aliviar os miseráveis pecadores. Eia, pois, mostrai quanto é grande o crédito que tendes junto a Deus, e impetrai-me uma luz, uma chama divina tão poderosa, que de pecador me mude em santo. Desprendei-me de todo afeto terreno para que eu me abrase todo no divino amor.


Fazei-o, Senhora, que bem podeis fazê-lo. Fazei-o pelo amor daquele Deus que vos fez tão grande, tão cheia de poder e de piedade. Assim espero. Amém" (Santo Afonso Maria de Ligório, Glória de Maria Santíssima, p. 219)



Informações complementares


Em relação à definição do concílio de Nicéia (325) sobre a divindade de Jesus Cristo está a definição do concílio de Éfeso (431) sobre Maria Mãe de Deus (Theotokos), pela união indissolúvel da natureza divina e humana no filho. A essas definições junta-se a verdade de Maria sempre Virgem proclamada em Constantinopla (553) e em Roma (649).


A fonte para o conhecimento da Virgem Maria é o Novo Testamento (Evangelhos, Atos e carta aos Gálatas), onde o nome aparece na forma grega, Marían, correspondente ao hebraico Miryam . O significado semítico parece ser o de «excelsa», «augusta».


São São Lucas e São Mateus são os evangelistas que dedicam mais espaço à infância de Jesus.


Os dados biográficos desses textos da Escritura dão conta, de fato, de Maria ser uma mulher jovem, pertencente à tribo de Judá e à descendência de Davi.


Desde o século V, afirmou-se uma festa própria que celebrava a Mãe de Deus em união com o mistério da Encarnação do Verbo (por isso, a data da festa cai geralmente em dezembro, pouco antes do Natal).


DATAS MARIANAS - No Oriente, os aspectos naturais de Nossa Senhora levaram a celebrar a festa da Natividade (8 de setembro), da Anunciação (25 de março), da Purificação (2 de fevereiro), da Assunção (15 de agosto).Depois da escolástica, devido ao desenvolvimento da mariologia, foram celebradas as festas da Visitação (2 de julho), da Imaculada (8 de dezembro), da apresentação no Templo (21 de novembro).


As revelações particulares não fazem parte do depósito da fé. Mas sendo reconhecidas como autênticas pela Igreja devem ser reverenciadas. Manifestações marianas reconhecidas pela Igreja: Carmo , Laburé, La Sallete (França - 1846), Lourdes (França - 1854) e Fátima (Portugal - 1917), Guadalupe (México - 1531) , Rue du Bac (França)


Fatos particulares da cristandade pós-tridentina deram origem às festas do Rosário (7 de outubro) e do Nome de Maria (12 de outubro). Tornaram-se universais as festas que eram próprias de ordens religiosas, como a do Carmelo (16 de julho), de N. Sra. das Dores (15 de setembro), do Coração de Maria (22 de agosto) e várias outras que se originaram de devoções particulares, entre as quais a de Maria Rainha (31 de maio).


http://www.presbiteros.com.br/Nossa%20Senhora/Maria2%20.htm

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